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Título

EDUCAÇÃO COMO UM PROCESSO SEMIÓTICO: SEMIOSE

Orientador

CÉSAR ROMERO AMARAL VIEIRA

Autor

MÁRCIA REGINA FORTI BARBIERI

Palavra chave

1-Educação. 2- Peirce. 3- Semiótica. 4- Semiose. 5- Criação.

Grupo CNPQ


Programa

DR - EDUCAÇÃO (PPGE)

Área

CIÊNCIAS HUMANAS

Data da defesa

01/01/2012

Nº Downloads

4886

Resumo

A pesquisa teve por intento trazer a abordagem semiótica de cunho verbal e não verbal como viabilizadora de reflexões acerca da educação. O percurso para sua realização se dá, num primeiro momento, ao passar pelo contexto do giro linguístico, que se delineia no século XIX. Século cuja marca é o fabuloso desenvolvimento da ciência e da tecnologia, que decididamente instaura uma educação científica, que prima por uma razão instrumentalizada, na qual o sensível é supérfluo e a funcionalidade e o utilitarismo são desejáveis em meio aos avanços, realizações e otimismo. Evidencia-se que as descobertas vieram a ampliar e dinamizar os sistemas de linguagem, o que consequentemente atinge o campo epistemológico e solicita mudança de concepções e paradigmas. A linguagem assume a centralidade na construção dos objetos, num deslocamento do campo do psicológico para o campo do lógico. Nesse ínterim destacamos Charles Sanders Peirce, como um pensador que funda a semiótica norte-americana, concomitantemente a Ferdinand Saussure que funda a semiologia europeia. Tomamos Peirce por referencial fundamental no desencadeamento de nossas reflexões e, assim, num segundo momento, explicitamos a arquitetura da semiótica peirceana, na qual se evidencia a experiência humana em sua totalidade como estrutura que interpreta pela mediação dos signos, que também se fazem sua sustentação, o que estabelece que o mundo, o externo, entra na mente e nesse movimento o signo é determinado pelo objeto. Nessa arquitetura encontramos três categorias que abarcam tudo que a mente possa perceber ou imaginar, validado no signo que se insere numa cadeia sígnica progressiva, que caracteriza o processo de semiose do signo, contribuindo para uma concepção de educação enquanto fenômeno dinâmico e criador, num contínuo entrelaçar do estético, do ético e do lógico, que implica o ser humano num processo de conhecimento e de compreensão de mundo, no qual o verbal não basta, pois estar no mundo é estar mediado por uma complexa rede de linguagens. Passamos para um terceiro momento, no qual nos detemos em três grupos de pensadores de concepções norte-americana, europeia e brasileira, na busca por reconhecer à luz da linguagem a relação entre educação, indivíduo e sociedade. Evidencia-se a importância do giro linguístico na educação e a semiótica como oportunidade de compreender a educação pela lógica sem prescindir à mediação estética e ética, numa possibilidade aberta ao processo educativo como semiose, num entrever de outra educação, na dinâmica do processo criativo.

Abstract

This research had the intent to bring the semiotic approach of verbal and non-verbal feature as an enabler of reflections on education. The route to its realization is, at first, to pass by the context of the linguistic circuit, which it is outlined in the 19th century. Century whose trademark is the fabulous development of science and technology, which certainly establishes a scientific education, that is zealous for an orchestrated reason, in which the sensitive is superfluous and the functionality and utilitarianism are desirable in the midst of the progress, achievements and optimism. It is shown that the findings came to expand and invigorate the language systems, which consequently affects the epistemological field and calls for change of concepts and paradigms. The language takes on the central focus in the construction of the objects, in a displacement from the psychological field to the logical field. In the meantime we highlight Charles Sanders Peirce, as a thinker who founded the North American semiotics, concomitantly to Ferdinand Saussure who founded the European semiology. We take Peirce as a key referential to unfold our thoughts and, thus, in a second moment, we explain the architecture of the semiotics from Peirce, in which the human experience is highlighted in its totality as the structure that plays through the mediation of the signs, that are also its support, which establishes that the world, the external, enters the mind and in this movement the sign is determined by the object. In this architecture we find three categories that enclose everything that the mind can perceive or imagine, validated in the sign that fits in a progressive sign chain, which characterizes the process of semiosis of the sign, contributing to a conception of education while dynamic and creator phenomenon, as a continuous interweaving of the esthetic, the ethical and the logical, that implies the human being in a process of knowledge and comprehension of the world, in which the verbal is not enough, because being in the world is to be mediated by a complex net of languages. We pass on to a third moment, in which we stop in three groups of thinkers of North American, European and Brazilian conceptions, in the search to recognize, based on the language, the relation between education, individual and society. It is highlighted the importance of the linguistic circuit in education and semiotics as an opportunity to understand the education by the logic without putting aside esthetics and ethics mediation, in an open possibility to the educational process as semiosis, in a glimpse of other education, in the dynamics of the creative process.