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Título

CULTURA CORPORAL DE MOVIMENTO E LAZER: a Proposta Curricular do Estado de São Paulo na perspectiva de professores da rede estadual em Piracicaba.

Orientador

Cinthia Lopes da Silva

Autor

Lucas de Andrade Carvalho

Palavra chave

Escola, currículo, educação física, atividade de lazer, ensino médio.

Grupo CNPQ


Programa

MS - EDUCAÇÃO FÍSICA

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

01/07/2013

Nº Downloads

16027

Resumo

Em 2008 a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo lançou a Proposta Curricular (PCESP, 2008), como uma das iniciativas do Programa São Paulo Faz Escola. A intenção era promover uma homogeneização do currículo em todo o estado inclusive com material didático próprio. Nossos objetivos foram: 1) identificar o que consta na PCESP-Ensino Médio sobre cultura corporal de movimento e Lazer, 2) identificar e analisar como os professores da Rede Estadual de Ensino de Piracicaba avaliam a PCESP e qual sua compreensão de cultura corporal de movimento e Lazer. Os problemas geradores destes objetivos surgiram a partir da vivência como professor da rede na disciplina de Educação Física. Nesta pesquisa qualitativa baseada em Minayo (1994), realizamos uma pesquisa bibliográfica, segundo Severino (2007), acerca dos conceitos de Cultura Corporal de Movimento (CCM) e de Lazer. Abordamos sete professores da rede estadual na cidade de Piracicaba, através da Entrevista centrada segundo Thiollent (1987). Analisamos o documento PC com base em Gil (1999). Perguntamos aos professores sobre sua experiência profissional, seus conceitos de CCM e Lazer, e sua avaliação da PC. Dividimos os sujeitos em três grupos, o primeiro os que permaneceram com seus conceitos anteriores e diversos aos da PC. O segundo com os que procuraram dar sentido aos conceitos. E o terceiro os que já tinham, desde a graduação, os saberes questionados. Baseamos-nos em Daolio (2004) e Marcellino (2010) para conceituar CCM e Lazer. Sendo assim, no primeiro grupo podemos identificar duas posturas, uma de rejeição da PC, como um todo, e outra de aceitação conformista, por se tratar de um documento oficial do estado. Nos segundo e terceiro grupos os conceitos foram aceitos com algumas ressalvas em sua aplicabilidade, principalmente no que tange aos temas escolhidos para os Cadernos do Aluno. Na avaliação que os professores fazem da PC, percebemos uma interligação ao conhecimento da PC e seus conceitos. Obtivemos desde respostas pouco criteriosas, como “eu não gosto” ou “eu gosto da PC”, e outras que ponderavam acerca da relevância teórica ou material da PC. Com exceção de uma professora, que afirmou o contrário, todos os outros declararam que o estado não fornecia material suficiente para as modalidades sugeridas. Apenas num tocante os entrevistados foram unânimes, eles não se sentem como construtores da PC e nem do Currículo que a sucedeu, sendo que o protagonismo do professor e do aluno era um discurso recorrente na implantação da PC. Na análise documental, percebemos algumas incoerências conceituais com relação à CCM, por se escolher determinadas práticas corporais em detrimento de outras e na distribuição dos conteúdos pelos bimestres e anos. Mas principalmente no que se refere ao conceito de Lazer, a PC traz como referência de Lazer, Nelson Carvalho Marcellino, mas utiliza no conteúdo programático outra teoria criticada pelo autor referência. Acreditamos que o caminho para uma formação continuada dos professores eficaz em seu intento já está arquitetado, pois existe a estrutura. O que falta é trilhá-lo, no sentido de tornar verdadeiramente as Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo, (ATPC), Orientação técnica (OT), Cursos e Programa de pós, uma rede na produção de conhecimento. Para isto é necessário mais do que vontade acadêmica, mas um programa de estado que considere o professor como um intelectual.

Abstract

In 2008, the Education Department from São Paulo launched the Curriculum Proposal (PCESP, 2008), as one of the initiatives of the Program called São Paulo Faz Escola (São Paulo Makes School). The objective was to promote a homogenization of the curriculum in the whole state including its own didactic material. The objectives of this paper were: 1) to identify the content about body culture of movement and leisure in the Curriculum Proposal – High School, 2) to identify and analyze the way teachers who work in the state public school in Piracicaba evaluate the Curriculum Proposal (CP) and their understanding about body culture of movement and leisure. The reasons for the research emerged from my own experience as a physical education teacher in a public school. The qualitative research was based in Minayo (1994) and the bibliographic research about concepts of body movement studies and leisure was based in Severino (2007). Seven teachers who work in public schools in Piracicaba were interviewed according to Thiollent (1987). The Curriculum Proposal (CP) was analyzed based in Gil (1999). The teachers were asked about their professional experience, their concepts about body movement and leisure and their opinion about the CP. They were divided into three groups; the first with teachers who remained with the same concepts they had before and different from the CP. The second group contained the ones who gave meaning to the concepts. The third group contained the teachers who, since their graduation course, had the questioned knowledge. Marcellino (2010) was used to conceptualize leisure and body. Therefore, we could identify two positions in the first group: one that rejected the CP completely and other that accepted in a conformist manner due to the fact that the CP is an official document coming from the government. The second and the third group accepted the concepts from the CP but they had some reserves on its applicability, especially concerning the topics chosen for Cadernos do Aluno (Sudent´s Notebooks). In their evaluation, we realized a correlation between the knowledge about the CP and their concepts. Not very precise answers were obtained such as “I don´t like the CP” or “I like it”, and some others that did not really answer the questions about the benefits or flaws of the CP. All the teachers who were interviewed said that the state did not provide enough material for all the modalities presented by the CP, only one teacher disagreed. All the interviewees agreed in one aspect: they do not feel they contributed to build the CP, neither the following Curriculum, although the role of both the teacher and the student was frequently highlighted when the CP was being implemented. It was noticed, using document analysis, some conceptual inconsistencies concerning the concepts of body movement and leisure, especially when some practices are chosen while others are ignored and also the way the contents are divided through terms and years. It is possible to see such incoherencies especially concerning the concept of leisure. The CP uses the reference of leisure from Nelson Carvalho Marcellino, but at the same time uses contents from another theory which is criticized by the same author. We truly believe that the way for a continuous and efficient formation of teachers is ready because the structure exists. It is necessary to go through this way and make some courses and training programs like Collective Pedagogical Classes, Technical Orientation and other post-graduation courses a real network of knowledge. In order to do this it is necessary more than only academic will, but also a program from the government that considers the teacher a thinker.