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Título

Função pulmonar e muscular respiratória e suas relações com a idade e características antropométricas em mulheres.

Orientador

Profa. Dra. Eli Maria Pazzianotto Forti

Autor

Dayla Sgariboldi

Palavra chave

Obesidade, Espirometria, Pressões Respiratórias Máximas, Músculos Respiratórios,

Grupo CNPQ


Programa

MS - FISIOTERAPIA

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

07/02/2014

Nº Downloads

1038

Resumo

Fatores como obesidade e idade podem desencadear mudanças na função pulmonar e muscular respiratória. Essas mudanças podem ser explicadas por alterações mecânicas, inflamatórias, adaptação das fibras musculares devido à sobrecarga crônica, alterações na localização de gordura corporal e também pelo passar da idade. A avaliação e interpretação da força muscular respiratória (FMR) na obesidade têm sido discutida na literatura e seus achados se mostram por vezes controversos, uma vez que são escassas equações preditivas da FMR que levem em consideração a massa corporal ou que foram elaboradas a partir da população de obesos. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar possíveis relações da idade, das características antropométricas e da distribuição de gordura corporal com a função pulmonar e muscular respiratória de mulheres e, também, elaborar equações preditivas para a FMR. Trata-se de um estudo transversal, composto de 156 mulheres, com índice de massa corporal (IMC) entre 18,5 e 55 kg/m2 e idade entre 25 e 65 anos. Foram realizadas avaliações das características antropométricas, dos volumes e capacidades pulmonares por meio da espirometria e da FMR por meio das pressões respiratórias máximas, utilizando-se um manovacuômetro. Foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov, testes de comparação intergrupos ANOVA com post hoc de Tukey e Kruskal Wallis com post hoc de Dunn e testes de regressão linear simples e múltipla com critério de seleção “stepwise”. Após testes de regressão, observou-se que a idade exerceu maior influência na capacidade vital lenta (CVL), explicando 35% das suas variações e entre os componentes da CVL, 23% das variações no volume de reserva expiratório (VRE) se devem à idade. A estatura exerceu maior influência nos volumes e capacidades pulmonares, explicando 30% das variações da capacidade vital forçada. A massa corporal explicou 21% das variações da pressão expiratória máxima (PEMax) e 12% das variações da pressão inspiratória máxima (PIMax) e o IMC, 29% das variações do VRE. A circunferência do pescoço (CP) explicou 18% das variações da PEMax e a circunferência da cintura (CC) 29% das variações do VRE. Com base na análise de regressão, novas equações para a PIMax e PEMax foram propostas, levando em consideração a massa corporal. Conclui-se que com o aumento do IMC e da CC contribuem para o declínio do VRE, assim como o passar dos anos, contribui para o declínio da CVL, entretanto, sem comprometer a função pulmonar de mulheres até os 65 anos de idade. A FMR se mantem preservada em mulheres até 65 anos com a mesma classificação de IMC. Entretanto, a FMR aumenta com o aumento da massa corporal e do IMC.Equações preditivas para a FMR de mulheres de 25 a 65 anos levando em consideração a massa corporal podem contribuir para a adequada interpretação do comportamento dos músculos respiratórios na presença da obesidade.

Abstract

Factors such as obesity and age can initiate changes in pulmonary function and respiratory muscle. These changes can be explained by mechanical and inflammatory changes, adaptation of muscles fibers due to chronic overload, changes in the location of body fat and also by increasing age. The evaluation and interpretation of the respiratory muscle strength (RMS) in obesity have been discussed in the literature and their findings show at times controversial, since there are scarce predictive equations of RMS that consider body mass or which were elaborated from the obese population. Therefore, the objective of this study was to investigate possible relationships of age, anthropometric characteristics and body fat distribution on pulmonary function and respiratory muscle of women, and also to elaborate predictive equations for RMS. This was a cross-sectional study, compound of 156 women, with body mass indexes (BMI) between 18.5 and 55 Kg/m2 and aged between 25 and 65. Anthropometric characteristics, lung volumes and capacities by spirometry and RMS by maximal respiratory pressures using a manometer were evaluated. It were used the Kolmogorov Smirnov, ANOVA test with post hoc Tukey and Kruskal Wallis test with post hoc Dunn and simple and multiple linear regression testing selection criteria “stepwise”. After regression testing, it was observed that age had greater influence in slow vital capacity (SVC), explained 35% of its variations, and among the components of SVC, 23% of the variations in expiratory reserve volume (ERV) are due to age. The height had greater influence in lung volumes and capacities, explained 30% of the variations in forced vital capacity. The body mass explained 21% of variations in maximal expiratory pressure (MEP) and 12% of variations in maximal inspiratory pressure (MIP), and BMI, 29% of the variations in ERV. The neck circumference (NC) explained 18% of variations in MEP and waist circumference (WC) 29% of the variations in ERV. Based on regression analysis, new equations for MIP and MEP were proposed, taking into consideration the body mass. It was concluded that with increasing BMI and WC contribute to the decline of the ERV, as well as years pass contributes to the decline of SVC, however, without compromising pulmonary function in women until 65 years old. The RMS keeps preserved in women until 65 years with the same BMI classification. However, the RMS increases with increasing body mass and BMI. Predictive equations for RMS of women and aged between 25 and 65 taking into consideration the body mass, can contribute to the appropriate interpretation of the behavior of the respiratory muscles in the presence of obesity.