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Título

Efeitos do treinamento físico aeróbio aquático sobre variáveis cardiorrespiratórias e metabólicas de pacientes com doença arterial coronariana.

Orientador

Profa. Dra. Marlene Aparecida Moreno

Autor

ELIE FIOGBÉ

Palavra chave

Composição corporal, Sistema nervoso autônomo, Aptidão física, Hidroterapia, Fis

Grupo CNPQ


Programa

MS - FISIOTERAPIA

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

25/02/2014

Nº Downloads

1043

Resumo

Apesar dos avanços relacionados aos tratamentos medicamentosos e cirúrgicos utilizados para a redução das doenças cardiovasculares (DCV), a doença arterial coronariana (DAC) continua sendo a principal causa de mortalidade no mundo industrializado. Com o intuito de reduzir os efeitos deletérios do processo aterosclerótico, propostas de tratamento não farmacológico têm sido utilizadas, como os programas de reabilitação cardiovascular, com destaque na terapia baseada no exercício físico. Tradicionalmente são realizados exercícios aeróbios como andar de bicicleta, caminhadas e corridas, entretanto, formas alternativas tem sido propostas, como o treinamento físico aquático, porém, as adaptações cardiorrespiratórias nesta população ainda são pouco documentadas na literatura. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do treinamento físico aeróbio aquático (TFAA) sobre a composição corporal, a modulação autonômica da frequência cardíaca e variáveis cardiorrespiratórias e metabólicas de pacientes com DAC. Tratou-se de um ensaio clínico longitudinal, com amostra alocada por conveniência, no qual foram estudados vinte e um pacientes do gênero masculino, idade média de 59,36 anos, com diagnóstico de DAC, os quais foram divididos em grupo controle (GC, n=8), que participou somente das avaliações, e grupo treinamento (GT, n=13). Todos foram submetidos à avaliação da composição corporal, da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) em repouso na postura supina, e ao teste de exercício cardiopulmonar (TECP), antes e após o programa de TFAA. O protocolo de treinamento consistiu de três sessões semanais em dias alternados, durante 16 semanas, totalizando 48 sessões, as quais tinham duração de aproximadamente uma hora. A intensidade dos exercícios foi prescrita entre 70 e 110% do primeiro limiar ventilatório (LV1), obtido no TECP. A VFC foi analisada a partir de modelos lineares no domínio da frequência (DF) pela análise espectral (AE), e a partir de modelos não lineares pela análise simbólica (AS), Entropia de Shannon (ES) e Entropia Condicional (EC). Na análise estatística foi considerado como significativo um valor de P < 0,05. Os resultados mostraram que no GT, houve redução na porcentagem de gordura corporal, aumento da modulação parassimpática e redução do componente simpático, tanto na análise pelos índices lineares quanto não lineares. Em relação a capacidade funcional, houve aumento nos valores do VO2 e do pulso de O2. Já no GC, com exceção da massa corporal e do índice de massa corporal, os valores obtidos em todas as variáveis, permaneceram semelhantes após o período os quatro meses do protocolo. Conclui-se que 48 sessões de TFAA realizadas em intensidade moderada, promoveram adaptações benéficas sobre a porcentagem de gordura corporal, a modulação autonômica da FC em repouso, e a capacidade funcional de pacientes com DAC. Considerando que esses parâmetros representam marcadores de risco de eventos cardiovasculares na população estudada, os resultados sugerem que o TFAA proposto nesse estudo, pode ser uma estratégia terapêutica importante a ser incorporada aos programas de reabilitação cardíaca.

Abstract

Although approaches to reduce cardiovascular disease, coronary artery disease (CAD) remains the leading cause of mortality in the industrialized world. In order to reduce the deleterious effects of the atherosclerotic process, proposals for non-pharmacological treatment have been used, such as cardiac rehabilitation programs, with emphasis on exercise -based therapy. Traditionally aerobic exercises like biking, walking and jogging are conducted, however, alternative ways such as aquatic exercise training have been proposed, however, the cardiorespiratory adaptations in this population are not well documented in the literature. Thus, the aim of this study was to evaluate the effects of aquatic aerobic training (AAT) on body composition, autonomic modulation of heart rate (HR) and cardiorespiratory and metabolic variables in patients with CAD. This was a longitudinal clinical trial with a sample allocated for convenience, in which twenty-one patients were male, mean age 59.36 years, with a diagnosis of CAD, which were divided into control group (CG were studied, n=8), who was only assessed, and training group (TG, n=13). All patients underwent assessment of body composition, heart rate variability (HRV) at rest in the supine posture, and cardiopulmonary exercise testing (CPET), performed before and after the AAT program. The training protocol consisted of three sessions per week on alternate days for 16 weeks, totaling 48 sessions, which had lasted approximately one hour. The exercise intensity was prescribed between 80 and 110% of the first ventilatory threshold (VT1) obtained in CPET. HRV was analyzed using linear models frequency-domain (FD) by spectral analysis (SA) and from nonlinear models by symbolic analysis (AS), Shannon Entropy (ES) and Conditional Entropy (CE). For statistical analysis, results were considered significant when P < 0.05. Results showed that in GT, there was a reduction in the percentage of body fat, increased parasympathetic modulation and reduction in sympathetic component, both analysed by linear and non-linear indices. Concerning functional capacity, there was an increase in the values of oxygen intake (VO2) and oxygen pulse (PuO2). Within the CG, except for the body mass and the body mass index, the values for all variables remained similar after four months of the protocol. It is concluded that 48 sessions of AAT performed at moderate intensity, promoted beneficial adaptations on the percentage of body fat, the autonomic modulation of HR at rest and functional capacity of patients with CAD. Given that these parameters represent risk markers for cardiovascular events in the population studied, the results suggest that the AAT proposed in this study may be an important therapeutic strategy to be incorporated into cardiac rehabilitation programs.