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Título

RELACOES PEDAGOGICAS NO CONTEXTO ESCOLAR INCLUSIVO: UM OLHAR SOBRE A DEFIC...

Orientador

MARIA CECILIA CARARETO FERREIRA

Autor

FABIANA CHINALIA

Palavra chave

INCLUSAO ESCOLAR, DEFICIENCIA MENTAL, RELACOES PEDAGOGICAS

Grupo CNPQ


Programa

MS - EDUCAÇÃO (PPGE)

Área

CIÊNCIAS HUMANAS

Data da defesa

30/06/2006

Nº Downloads

3170

Resumo

CHINALIA, Fabiana. Relações pedagógicas no contexto inclusivo: um olhar sobre a deficiência mental. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba, Faculdade de Ciências Humanas, Piracicaba, 2006. Considerando que os alunos com deficiência mental têm sido, historicamente educados em escolas especiais, mas que, atualmente, estão adentrando a sala de aula do ensino comum no contexto da inclusão escolar, interessamo-nos verificar como é que a escola de ensino comum está produzindo um processo pedagógico que contemple a singularidade desses sujeitos que são tão estranhos a ela. O objetivo dessa pesquisa foi analisar a relação pedagógica desenvolvida com uma aluna com deficiência mental incluída em uma sala de aula do ensino comum. Para atender a esse objetivo, analisamos as relações pedagógicas vivenciadas por uma aluna com deficiência mental incluída na 2ª série do Ensino Fundamental de uma escola de uma rede municipal de ensino. Iniciamos o estudo apresentando uma breve revisão teórica sobre a história e a política da Educação Especial no Brasil, evidenciando as políticas públicas atuais em relação à inclusão das pessoas com deficiência mental. O referencial teórico apoiou-se nas idéias de Vigotski e seus seguidores, que fundamentalmente ancorados na perspectiva sócio-histórica, percebem as pessoas como seres sociais e históricos que constroem seu conhecimento com a mediação de outros, considerando a condição orgânica como uma dimensão não impeditiva do desenvolvimento psicológico. Circunscrevemos nossa opção metodológica a uma abordagem analítica microgenética, com ênfase no estudo de caso. Como estratégias de coleta de dados foram utilizadas a observação, vídeo-gravação, registro de campo e a entrevista. Os dados obtidos apontaram que no contexto escolar pesquisado a inclusão do aluno com deficiência mental na sala de aula do ensino comum é fortemente dependente da maneira como a professora concebe e desenvolve sua ação docente. Neste caso, ocorre um movimento configurado como avanço, mas permitindo a recorrência de várias marcas estigmatizadoras da deficiência mental, por exemplo, no que diz respeito à expectativa de desenvolvimento psicológico reduzido e valorização parcial do diagnóstico de deficiência mental. Também a professora reduz possibilidades de desenvolvimento escolar desta e de todos os alunos ao professar uma pedagogia de orientação tradicional que prioriza as atividades de orientação individual, de baixa significação cultural e empobrecida quanto à concepção de linguagem. Destacamos que as relações pedagógicas vivenciadas pela aluna ocorreram em meio a um clima agradável em que a professora se mostrava extremamente compromissada com a promoção do desenvolvimento acadêmico da aluna, conduzindo um mesmo processo ensino-aprendizagem para todos seus alunos, mas atendendo à singularidade da aluna com deficiência mental quanto a suas necessidades principalmente de apoio ao resolver os exercícios propostos. Concluímos que os processos de inclusão escolar demandam um olhar atento e ações de ensino sistemáticas na superação das concepções construídas a respeito de alunos com deficiência mental e que a inclusão requer uma pedagogia que se fundamente em concepções de desenvolvimento humano que priorizem tanto o ato de ensino como a relação com o outro e a cultura como seus determinantes. Palavras-Chave: educação especial, inclusão escolar, deficiência mental, práticas pedagógicas.

Abstract

CHINALIA, Fabiana. Pedagogical Relationship in an Inclusion Environment: a look at mental handicap. Dissertation (Master Degree in Education) - Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba, Faculdade de Ciências Humanas, Piracicaba, 2006. Considering that mental disabled students have been historically educated in special schools but, presently, they are participating in a common classroom in a school inclusion environment, we decided to investigate how common schools are producing the pedagogical process that serve to the specificity of such students who are stranger to the process. The aim of this research was to analyze the pedagogical relationship developed by a mental disabled female student who was included in a common classroom. To reach such aim, we analyzed the pedagogical relationships experienced by the mental disabled female student in the second grade of an elementary county public school. We began our study by giving a brief theoretical revision on Disabled Education history and policy, pointing out the present day public policies related to mental disabled people inclusion. The theoretical reference was supported by Vigotsky and followers that, on a socio-historical focus, see people as social and historical human beings building their own knowledge through partners' mediation, considering the physical condition as a non-impeditive dimension of psychological development. We restricted our methodological option to a microgenetics analytical approach emphasizing case study. As tools for data collecting we used personal observation, videotaping, field notes, and interview. Data collected showed that in the researched school context, the mental disabled student's inclusion is strongly dependent on the way the teacher views and develop one's teaching actions. In this case, there is a movement considered advanced but allowing the occurrence of various signs of mental disabled stigma, for example, on the reduced psychological development expectation and partial valorization of the mental disability diagnosis. Also, a teacher reduces the possibilities of school development of this and all students when using pedagogy of traditional focus that prioritizes the activities of individual orientation with low cultural meaning and impoverishment concerning to language conceptions. We can point out that the pedagogical relations lived by the student happened in a pleasant climate in which the teacher showed to be extremely involved to promote the student's academic development, using the same teaching/learning process with all students in class but paying special attention to the specificity of the disabled student needs mainly to support her in solving the proposed exercises. We concluded that school inclusion process demands a deeper attention and systematic pedagogical actions to overcome the built conceptions on mental disabled students and that the inclusion requires a pedagogic attitude based on conceptions of human development that prioritizes the teaching act as well as the relation with other and a culture with its determinants.