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Título

TELECURSO 2000: A SEMIFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Orientador

BRUNO PUCCI

Autor

JOSÉ BARONE MERCADANTE NETO

Palavra chave

TELECURSO 2000, EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Grupo CNPQ


Programa

MS - EDUCAÇÃO (PPGE)

Área

CIÊNCIAS HUMANAS

Data da defesa

02/08/2006

Nº Downloads

2033

Resumo

O presente estudo tem por objetivo apontar os aspectos do Telecurso 2000 que constituem indícios de uma educação deformadora, reduto de uma pseudo-formação ou, com base nos pressupostos teóricos de Adorno, reduto da semiformação. O Telecurso 2000 oferece oportunidade de conclusão do ensino fundamental e médio, para trabalhadores e desempregados. Apesar de propor a formação de cidadãos críticos, sua ação pedagógica promove, de fato, a conformação, acomodação e adequação dos indivíduos à nossa sociedade. Em sua proposta, que se diz promotora de uma prática pedagógica reflexiva, crítica e significativa, não há lugar para a formação de uma consciência crítica, nem para uma educação que seja uma força de mudança e de libertação. A crítica no Telecurso 2000 está ligada apenas à idéia de desenvolvimento técnico e de progresso social. Tomando por objeto de estudo as teleaulas, defini como amostragem cinco teleaulas de Geografia e cinco teleaulas de História do Telecurso 2000 do ensino fundamental, gravadas nos canais abertos da TV Globo e TV Cultura. A partir da descrição e, em parte, da transcrição das teleaulas procurei detectar recursos, idéias e valores que permitissem sintetizar e explicitar as concepções educacionais que permeiam a proposta pedagógica do Telecurso 2000, bem como conhecer o perfil do homem ao qual se destinam. Ao tratar da educação mediada por tecnologia em um contexto de globalização, pude detectar como essas novas tecnologias imprimem e são acompanhadas por um novo tipo de racionalidade. A Teoria Crítica tomada como referencial teórico, permitiu compreender os mecanismos objetivos e subjetivos que mantém o homem sob o jugo da racionalidade instrumental, o que inviabiliza desenvolver-se de forma autônoma e livre. Ao propor como tema o “Telecurso 2000: a semiformação na educação de jovens e adultos”, tomei o telecurso como expressão e registro documental do tipo de educação que se oferece às camadas mais pobres da população brasileira, uma educação que potencializa a semiformação. É importante ressaltar que as teleaulas revestem-se de um poderoso discurso, baseado numa concepção pragmática de educação hegemônica em nossos dias, enquanto apontam para a possibilidade de desvendar e conhecer a realidade, eles atuam no sentido de produzir justamente o efeito contrário, que consiste em encobrir e falsear essa realidade. O que pretendi demonstrar é que esse seu caráter se manifesta na forma como aborda os conteúdos e como concebe os homens aos quais se destina, ou melhor, como, utilizando um dos veículos mais importantes da indústria cultural, a televisão, o Telecurso 2000 veicula a imagem de um cidadão dócil, socialmente domesticado e desprovido de vontade, ou seja, um cidadão integrado à sociedade e expressão de uma subjetividade socialmente danificada. Com a proposta de realizar uma análise imanente das teleaulas, tomei por suporte os pressupostos teóricos de Adorno e Horkheimer e os conceitos de formação, semiformação, indústria cultural, razão instrumental, autonomia e heteronomia como suporte para minha análise, procurei demonstrar que as teleaulas do Telecurso 2000, como objetivação da semicultura, contribuem para a edificação de subjetividades deformadas, ou seja, para a edificação da semiformação

Abstract