Biblioteca Digital - UNIMEP

Visualização do documento

Título

EFEITO DA TERAPIA DE CONTENSÃO INDUZIDA SOBRE A ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR, FUNCIONALIDADE E QUALIDADE DE VIDA DE HEMIPARÉTICOS CRÔNICOS: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO CEGO

Orientador

Profa. Dra. Rosana Macher Teodori.

Autor

LARISSA SALGADO DE OLIVEIRA ROCHA

Palavra chave

extremidade superior, paresia, Acidente Vascular Cerebral, Plasticidade Neuronal, Fisioterapia, Eletromiografia.

Grupo CNPQ


Programa

DR - CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

16/10/2017

Nº Downloads

1066

Resumo

A paresia após Acidente Vascular Encefálico (AVE) limita a execução de atividades motoras, refletindo na participação social e qualidade de vida. Entre as abordagens terapêuticas, além da fisioterapia convencional, destaca-se a Terapia de Contensão e Indução do Movimento (TCIM). Este ensaio clínico randomizado cego avaliou o efeito da TCIM sobre a atividade eletromiográfica, funcionalidade e qualidade de vida (QV) de hemiparéticos crônicos. Trinta voluntários (59,73 ±0,09 anos) com hemiparesia crônica pós AVE foram distribuídos em dois grupos (n=15): Controle (GC) e TCIM (GTCIM), para realização de fisioterapia convencional ou TCIM (3 sessões semanais de 1 hora totalizando 24 sessões), avaliados antes e após 12 e 24 sessões de intervenção. Utilizaram-se as escalas Fugl-Meyer Motor Assessment (FMA) adaptada, Ashworth Modificada, Qualidade de Vida Específica para Acidente Vascular Encefálico (EQVE-AVE) e o Teste de Alcance Funcional (TAF), além da eletromiografia (EMG). Utilizou-se o software Stastical Package for Social Science for Personal Computer (SPSS/PC® versão 20.0) considerando p≤0,05. Os escores de todas as variáveis da FMA no GTCIM aumentaram até a 24а sessão diferindo do pré tratamento (p<0,05). No GC, os escores aumentaram do pré tratamento para a 24а sessão para a dor; da 12а para a 24а sessão para coordenação/velocidade e na 24а sessão e relação aos demais períodos para a sensibilidade (p<0,05). Entre os grupos, a maioria das variáveis, diferiram entre o pré tratamento e a 12ª sessão e entre a 12ª e a 24а sessão para movimentação passiva e função motora do MS (p≤0,05). No TAF houve aumento dos escores em ambos grupos, em todos os períodos (p<0,05), sendo que após a 12а e a 24а sessão o resultado do GTCIM foi superior ao do GC (p<0,05). Para a EQVE – AVE, no GTCIM o escore geral e a maioria das variáveis aumentaram, assim como no GC o escore geral e 7 das 12 variáveis na 12а e 24а sessão em relação ao pré tratamento (p≤0,05). Entre os grupos o escore geral e 7 variáveis foram maiores no GTCIM até a 24а sessão (p≤0,05). A raiz quadrada da média (RMS) do sinal EMG entre os grupos, apenas foi maior para os músculos flexores do punho (parético e normal) da 12а para a 24а sessão (p<0,05) no GTCIM se comparado ao GC, enquanto dentro do GC os valores de todos os músculos (normais e paréticos) diminuíram entre a 12ª e a 24ª sessão (p<0,05). A RMS de todos os músculos diferiu entre o lado normal e parético em ambos os grupos em todos os períodos (p≤0,05), porém da 12а para a 24ª sessão no GTCIM houve aumento da RMS para todos os músculos (p≤0,05). O tônus muscular no GTCIM foi menor em relação ao GC (p=0,004) após 24 sessões. A força máxima foi maior no GTCIM que no GC na 24ª sessão (p<0,05), assim como intragrupos o GC e o GTCIM mostraram valores maiores aos 24 dias em relação ao pré tratamento (p≤0,05). Somente houve correlação entre a variável mobilidade da EQVE-AVE com o RMS para o músculo flexor do punho parético (p=0,02). Ambos os protocolos utilizados no estudo foram eficazes, no entanto o protocolo de TCIM mostrou maiores benefícios na recuperação da funcionalidade do MS parético, no alcance funcional, na redução do tônus muscular e na atividade mioelétrica, com consequente melhora da qualidade de vida.

Abstract

Paresis after Stroke (Stroke) limits the execution of motor activities, reflecting on social participation and quality of life. Among the therapeutic approaches, in addition to conventional physiotherapy, we can highlight the Constraint and Induced Movement Therapy (CIMT). This randomized blinded trial evaluated the effect of CIMT on the electromyographic activity, functionality, and quality of life (QOL) of chronic hemiparetics. Thirty volunteers (59.73 ±0.09 years) with chronic hemiparesis after stroke were divided into two groups (n=15): Control (CG) and CIMT (CIMTG) for conventional physiotherapy or CIMT (3 weekly sessions of 1 hour totaling 24 sessions), evaluated before and after 12 and 24 intervention sessions. Adapted Fugl-Meyer Motor Assessment (FMA), Modified Ashworth, Stroke Specific Quality of Life (SS-QOL) and Functional Reach Test (FRT) were used scales, as well as electromyography (EMG) analysis. The software Stastical Package for Social Science for Personal Computer (SPSS/PC® version 20.0) was used considering p≤0.05. The scores of all FMA variables in the CIMTG increased up to the 24th session differing from pre treatment (p<0.05). In CG, scores increased from pre treatment 24-hour pain; from the 12th to the 24th session for coordination/velocity and at the 24th session and the relation to the other periods for the sensitivity (p<0.05). Among the groups, most of the variables differed between the pre treatment and 12th session and between the 12th and 24th session for passive movement and motor function of the upper limb (p≤0.05). In the FRT, there was an increase in the scores in both groups, in all periods (p<0.05), and after the 12th and 24th session the result of the CIMTG was higher than that of the CG (p<0.05). For the SS-QOL, in the CIMTG the general score and most of the variables increased, as in the CG the general score and 7 of the 12 variables in the 12th and 24th session in relation to the pre treatment (p≤0.05). Among the groups the general score and 7 variables were higher in the CIMTG until the 24th session (p≤0.05). The square root of the mean (RMS) of the EMG signal between the groups was only higher for the flexor muscles of the wrist (paretic and normal) from the 12th to the 24th session (p<0.05) in the CIMTG when compared to the CG, within the CG the values of all the muscles (normal and paretic) decreased between the 12th and 24th sessions (p<0.05). The RMS of all muscles differed between the normal and paretic side in both groups in all periods (p≤0.05), but from the 12th to the 24th session in the CIMTG there was an increase in the RMS for all muscles (p≤0.05). The muscle tone in the CIMTG was lower in relation to the CG (p=0.004) after 24 sessions. The maximum force was higher in the CIMTG than in the CG in the 24th session (p<0.05), as well as intragroup CG and CIMTG showed values higher than 24 days in relation to the pre treatment (p≤0.05). There was only a correlation between the variable mobility of the SS-QOL and the RMS for the flexor muscle of the paretic wrist (p=0.02). Both protocols used in the study were effective, however, the CIMT protocol showed greater benefits in the recovery of paresis upper limb functionality, functional reach, reduction of muscle tone and myoelectric activity, with consequent improvement in quality of life.