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Título

EXPERIÊNCIAS DE PROFESSORAS DE SALAS DE LEITURA COM A LEITURA LITERÁRIA: das lembranças da infância às práticas de mediação.

Orientador

RENATA CRISTINA OLIVEIRA BARRICHELO CUNHA

Autor

FABIANO CORREA DA SILVA

Palavra chave

Leitura; Leitura Literária; Salas de Leitura; Mediação; Formação de Professores; Formação de Leitores.

Grupo CNPQ


Programa

DR - EDUCAÇÃO (PPGE)

Área

CIÊNCIAS HUMANAS

Data da defesa

01/01/2018

Nº Downloads

760

Resumo

Esta pesquisa tem como objetivos conhecer as experiências de professoras de Salas de Leitura com a leitura literária ao longo de sua trajetória pessoal e profissional e analisar as concepções que elas têm sobre seu papel como mediadoras de leitura literária. As questões que nortearam a pesquisa são: Quais as experiências das professoras das Salas de Leitura com a leitura literária ao longo de sua trajetória pessoal e profissional (ou como se constituíram leitoras de literatura)? Quais as concepções de professoras das Salas de Leitura sobre seu papel como mediadoras de leitura literária na escola? A investigação envolveu a realização de entrevistas com seis professoras responsáveis pela Sala de Leitura da rede estadual paulista que participam de encontros de pesquisa-formação no contexto de uma parceria universidade e Diretoria de Ensino de Piracicaba. A discussão teórica problematiza a formação de professores e a leitura literária a partir de três perspectivas: a leitura literária como experiência (LAROSSA), como conhecimento de si (MANGUEL) e como humanização (CÂNDIDO). Discute-se especificamente a importância da formação destas professoras para atuarem como mediadoras de leitura de textos literários, já que em sua grande maioria elas assumem esta responsabilidade sem terem uma preparação para atuarem nesse espaço. Os resultados, baseados na análise de conteúdo, evidenciam que as experiências das professoras das Salas de Leitura com a leitura literária são marcadas, sobretudo, por referências familiares e escolares. As famílias, mesmo as com pouca escolaridade, reconhecem nos “causos”, nas histórias e nos livros o acesso a outros mundos, quer como forma de instrução, quer como forma de fruição. As experiências na escola, por sua vez, ao escolarizarem a leitura e a literatura, distanciaram algumas professoras da experiência de prazer e encantamento. Contudo, essas referências não são suficientes para a organização de práticas de leitura literária nas Salas de Leitura. É na formação oportunizada pela parceria universidade-DE e por meio das parcerias com colegas que as professoras elaboram seu papel como mediadoras de leitura literária na escola. Reconhecendo-se inicialmente exclusivamente como organizadoras de espaços e de acervos, assumem-se progressivamente como sujeitos que mobilizam interesse, incentivam leituras, oportunizam deslocamentos, abrem espaços para pensar e sentir. É pela formação e interação no grupo que as professoras têm a oportunidade de viver a leitura literária como experiência, como conhecimento de si e como humanização.

Abstract

This research aims to know the experiences of teachers with the literary reading throughout their personal and professional path and to analyze the conceptions that they have about their role as mediators of literary reading. The questions that guided the research are: What are the experiences of reading classes teachers with literary reading throughout their personal and professional path (or how did they become literary readers)? What are the conceptions of reading teachers about the role of mediators of literary reading in a school? The research involved interviews with six teachers responsible for the reading classes of the state of São Paulo who join the research-training meetings in the context of a university partnership and Piracicaba Teaching Board. The theoretical discussion problematizes the teacher’s education and the literary reading from three perspectives: the literary reading as experience (LAROSSA), as self-knowledge (MANGUEL) and as humanization (CANDIDO). It is specifically discussed the importance of the training of these teachers to act as mediators of reading literary texts, since in their great majority they assume this responsibility without having the appropriated preparation to act in that space. The results, based on content analysis, show that the experiences of reading classes teachers with literary reading are highlighted mainly by family and school references. Families, even those with the lowest level of schooling, recognize in the "tales", stories and books the access to the other worlds, either as an instruction from or as a form of fruition. The experiences in the school, in turn, when studying the reading and the literature, distanced some of the teachers of the experience of pleasure and enchantment. However, these references are not sufficient for the organization of literary reading practices in Reading Classes. It is in the training provided by the university-DE partnership and through partnerships with colleagues that the teachers develop their role as mediators of literary reading in the school. Recognizing themselves initially as organizers of spaces and collections, they gradually become subjects that mobilize interest, encourage readings, give opportunities for displacements, open spaces for thinking and feeling. It is through the formation and interaction in the group that the teachers have the opportunity to live the literary reading as experience, as knowledge of themselves and as humanization.