Biblioteca Digital - UNIMEP

Visualização do documento

Título

Efeitos do treinamento muscular inspiratório associado ao treinamento intervalado sobre a função respiratória e desempenho físico em atletas de basquetebol em cadeira de rodas

Orientador

Profa. Dra. Marlene Aparecida Moreno

Autor

CRISTIANE BONILHA BOREGGIO ANTONELLI

Palavra chave

pessoa com deficiência, basquetebol, treinamento.

Grupo CNPQ


Programa

MS - CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

21/06/2018

Nº Downloads

479

Resumo

Introdução: estudos apontam que os músculos inspiratórios são capazes de limitar o desempenho físico de atletas de modalidades com alta exigência esportiva, o que pode agravar-se ainda mais quando os exercícios de alta intensidade são realizados por atletas de modalidades que utilizam-se prioritariamente dos membros superiores, como o basquetebol em cadeira de rodas (BCR). Assim, tanto os métodos de fortalecimento específico da musculatura do tronco, como o treinamento muscular inspiratório (TMI) se tornam estratégias importantes para o desempenho dos atletas. Objetivo: avaliar os efeitos do TMI associado ao treinamento intervalado sobre a força muscular respiratória e o desempenho físico aeróbio em atletas de alto rendimento de basquetebol em cadeira de rodas. Metodologia: ensaio clínico randomizado e cego no qual foram estudados 17 jogadores de BCR do sexo masculino, os quais foram randomizados em grupo placebo (GP, n=08) e treinamento (GT, n=09). Todos passaram por avaliação da força muscular respiratória, pela medida das pressões respiratórias máximas (PImáx e PEmáx), desempenho físico aeróbio pelo teste Yoyo de 10 metros para cadeirantes e avaliação de recuperação da fadiga muscular inspiratória no 1º, 5º, 10º e 15º minutos após teste de esforço. O GT realizou o TMI de força com carga incremental durante 12 semanas, iniciando o protocolo com carga de treinamento de 50% da PImáx, passando para 60% após a 4ª semana e 70% após a 8ª semana. Já GP realizou o TMI simulado pelo mesmo período de tempo, com protocolo semelhante, diferenciando-se apenas pela intensidade (15% da PImáx durante as 12 semanas). Associado ao TMI foi realizado o treinamento intervalado sistematizado do fundamento “bandeja” do BCR para ambos os grupos. Resultados: para o GP houve aumento significativo nas pressões respiratórias máximas, mas não houve mudança para a distância percorrida. Já no GT houve aumento significativo para todas as variáveis na comparação entre as condições pré e pós intervenção. Referente ao tamanho do efeito do treinamento, para a PImáx, os valores mostraram com grande tamanho de efeito para ambos os grupos, já para a PEmáx os valores apresentados referem-se a médio tamanho do efeito para ambos os grupos e para a distância percorrida os valores apresentaram-se como pequeno para o GP e médio para o GT. Na análise do tempo de recuperação da fadiga muscular inspiratória, o GP não apresentou redução do tempo de recuperação no pós TMI, ou seja, a recuperação ocorreu no 15º, como apresentado na condição pré TMI. No entanto, o GT, na condição pós TMI recuperou os valores no 10º minuto, apresentando melhora referente a condição pré TMI, onde a recuperação ocorreu no 15º. A análise da relação entre PImáx e distância percorrida no teste de esforço, na condição pós TMI, mostrou correlação positiva e significativa, o que não foi observado antes do TMI. Conclusão: os resultados sugerem que o protocolo que utilizou-se de TMI com carga progressiva foi mais eficaz do que o com carga placebo, sendo a melhor estratégia para a melhora do desempenho físico e recuperação da fadiga inspiratória de atletas desta modalidade esportiva.

Abstract

Introduction: studies indicate that the inspiratory muscles are able to limit the physical performance of athletes of modalities with high sports requirements, which can be aggravated even more when the high-intensity exercises are performed by athletes of modalities that are used primarily upper limbs, such as wheelchair basketball (BCR). Thus, both specific trunk muscle strengthening methods and inspiratory muscle training (IMT) become important strategies for athlete performance. Objective: to evaluate the effects of MIT associated with interval training on respiratory muscle strength and aerobic physical performance in high-performance wheelchair basketball athletes. METHODS: A randomized, blinded clinical trial in which 17 male BCR players were randomly assigned to placebo (GP, n = 08) and training (GT, n = 09). All of them underwent respiratory muscle strength, measured by maximal respiratory pressures (MIP and MEP), aerobic physical performance by the 10-meter Yoyo test for wheelchair users, and assessment of recovery of inspiratory muscle fatigue at the 1st, 5th, 10th, and 15th minutes after stress test. The GT performed incremental load IMT for 12 weeks, initiating the protocol with a training load of 50% of the MIP, going to 60% after the 4th week and 70% after the 8th week. Already GP performed the simulated MRI for the same period of time, with a similar protocol, differing only by the intensity (15% of MIP during the 12 weeks). Associated with the IMT, the BCR systematized interval training of the "tray" basis was performed for both groups. Results: for the GP there was a significant increase in the maximum respiratory pressures, but there was no change in the distance covered. In GT, there was a significant increase for all variables in the comparison between pre and post intervention conditions. Regarding the size of the training effect, for the MIP, the values showed a large effect size for both groups; for MEP the values presented refer to the mean effect size for both groups and for the distance covered the values were presented as small for GP and medium for GT. In the analysis of the time of recovery of inspiratory muscle fatigue, the GP did not present a reduction of the recovery time in the IMT post, that is, the recovery occurred in the 15th, as presented in the pre-IMT condition. However, the GT, in the post TMI condition, recovered the values in the 10th minute, showing improvement regarding the pre-TMI condition, where the recovery occurred in the 15th. The analysis of the relationship between PImax and distance traveled in the exercise test, in the post MRI condition, showed a positive and significant correlation, which was not observed before IMT. Conclusion: the results suggest that the protocol that used progressive load IMT was more effective than the placebo load, being the best strategy for the improvement of physical performance and recovery of inspiratory fatigue of athletes of this sport modality.