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Título

"Compro" logo existo: a formação da infância na cultura de consumo e o ensino como (não) lugar de resistência

Orientador

Glaucia Uliana Pinto

Autor

Dhebora Souza Umbelino Silva

Palavra chave

Abordagem histórico-cultural; Pedagogia histórico-crítica; Infância; Cultura de consumo; Educação; Formação do consumidor consciente.

Grupo CNPQ


Programa

MS - EDUCAÇÃO (PPGE)

Área

CIÊNCIAS HUMANAS

Data da defesa

14/12/2018

Nº Downloads

2593

Resumo

UMBELINO, Dhebora. "COMPRO" LOGO EXISTO: a formação da infância na cultura de consumo e o ensino como (não) lugar de resistência. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, São Paulo. O presente trabalho toma como objeto de estudo a formação da infância na cultura de consumo, com o objetivo de conhecer o modo como essa formação vem se configurando atualmente, considerando que a construção do conhecimento se dá na interlocução, nos diferentes dizeres e posicionamentos sobre o mundo, para enfim poder pensar sobre a forma como a educação escolar na sociedade contemporânea vem lidando com questões emergentes, tais como as relacionadas ao consumo, principalmente pelo seu papel formativo na abordagem de Vigotski e a necessidade de que o ensino se oriente à formação do pensamento crítico e transformador. Para isso, baseada nos pressupostos do materialismo histórico-dialético, realiza revisões bibliográficas sobre a formação da infância inserida na cultura de consumo das últimas décadas, contemplando especificidades de seu percurso histórico e as influências sofridas durante o seu processo de desenvolvimento, bem como o levantamento das iniciativas que vêm sendo desenvolvidas no Brasil para a formação do chamado “consumidor consciente”. A análise de alguns documentos também compõe o estudo, dentre eles, analisa-se mais especificamente o “Manual de Educação para o Consumo Sustentável” do MMA / MEC / IDEC, com o intuito de refletir sobre o modo como vêm orientando práticas educacionais nas escolas brasileiras para formar os sujeitos nessa direção. Por entender que é justamente na escola que os conhecimentos são organizados e compartilhados de forma consciente, planejada e intencional, ao contrário das relações cotidianas, conforme nos fala Vigotski (2001) e os autores da pedagogia históricocrítica, em suas teses sobre a importância da escola para o desenvolvimento do psiquismo humano e da consciência (MARTINS, 2013; DUARTE, 2013; SAVIANI, 2013), é traçada uma reflexão da atuação do ensino perante tal formação, pensando essa atividade como um exercício de resistência para a formação de indivíduos críticos e conscientes frente a lógica consumista. Conclui-se que a educação escolar caminha para se revestir do mesmo utilitarismo demandado pelo mercado ao reduzir a formação para o consumo, de modo simplista, aos hábitos e ações individuais, ao invés de proporcionar aos alunos a apropriação de conhecimentos mais abrangentes no que se refere aos modos de vida impostos pela cultura do consumo, tais como os meios de produção na sociedade capitalista. Tal como o material se organiza, serve muito mais ao que chamamos atenção no trabalho sobre “pedagogia do consumo” do que formação crítica para pensar o consumo.

Abstract

UMBELINO, Dhebora. I “BUY”, THEREFOR I AM: the formation of childhood in the culture of consumption and teaching as (not) a place of resistance. Dissertation (Master in Education) - Graduate Program in Education Area of the Methodist University of Piracicaba, Piracicaba, São Paulo, Brazil. The present assignment takes as object of study the formation of childhood in the consumer culture, with the purpose of knowing the way in which this formation is currently configuring, considering that the construction of knowledge takes place in the interlocution, in the different sayings and positions on the world, in order to be able to think about how school education in contemporary society has been dealing with emerging issues, such as those related to consumption, mainly due to its formative role in Vygotsky's approach and the need for education to be oriented towards the formation of critical and transformative thinking. For this, based on the assumptions of dialectical historical materialism, it undertakes bibliographical revisions on the formation of childhood in the consumer society in the last decades, taking into account the specificities of its historical course and the influences it has undergone during its development process, as well as the initiatives that have been developed in Brazil for the formation of the so-called "conscious consumer". The analysis of some documents also composes the study, among them, the MMA / MEC / IDEC "Education Manual for Sustainable Consumption" is analyzed more specifically, in order to reflect on the way in which they have been guiding educational practices in schools to form the subjects in this direction. By understanding that it is precisely at school that knowledge is organized and shared in a conscious, planned and intentional way, unlike everyday relationships, as Vygotsky (2001) tells us and the authors of historical-critical pedagogy, in their theses on importance of the school for the development of the human psyche and of the consciousness (MARTINS, 2013; DUARTE, 2013; SAVIANI, 2013), a reflection is delained of the teaching performance before such formation, thinking this activity as an exercise of resistance for the formation of individuals critical and conscious in the face of consumerist logic. It is concluded that school education is geared towards the same utilitarianism demanded by the market by reducing training for consumption, in a simplistic way, to individual habits and actions, instead of providing students with the appropriation of more comprehensive knowledge in what is refers to the ways of life imposed by the culture of consumption, such as the means of production in capitalist society. As the material has been organized, it serves much more what we call attention in the work on "consumer pedagogy" than the critical formation to think about the consumption.