Visualização do documento
Título
Impacto do Nível de Atividade Física Sobre os Sintomas
Osteomusculares, Absenteísmo e Encargos com Saúde de Trabalhadores
de uma Empresa Metalúrgica
Orientador
Profa. Dra. Eli Maria Pazzianotto-Forti
Autor
Thiago Mattus Ribas
Palavra chave
Estilo de Vida Sedentário, Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho, Ausentismo, Análise de Custos.
Grupo CNPQ
Programa
MS - CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO
Área
CIÊNCIAS DA SAÚDE
Data da defesa
19/02/2019
Nº Downloads
571
Resumo
Introdução: O sedentarismo é considerado o quarto maior fator de mortalidade global
sendo responsável por 5 milhões de mortes por ano. Nas empresas, funcionários
sedentários custam 36% (per capta) a mais em despesas com saúde. Além dessa
problemática, nas indústrias metalúrgicas, devido à alta repetitividade e atenção
concentrada nas tarefas, os impactos no sistema muscular aumentam a incidência de
sintomas osteomusculares, prejudicando a saúde do trabalhador e contribuindo para o
aumento do absenteísmo. As doenças do sistema osteomuscular ainda são as
principais causas de ausência no trabalho no Brasil, gerando custos elevados às
empresas. Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar o impacto do nível de
atividade física sobre os sintomas osteomusculares, absenteísmo e encargos com
saúde de trabalhadores. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal envolvendo
206 trabalhadores de uma empresa metalúrgica do interior do estado de São Paulo.
Foi aplicado o Questionário de Baecke para avaliar o nível habitual de atividade física
nos domínios ocupacional (AFO), exercício físico no lazer (EFL), atividade física no
lazer e locomoção (ALL) e o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares para
mensurar as ocorrências de sintomas osteomusculares onde a soma das ocorrências
aponta um escore de severidade (Sev) 1, 2, 3 ou 4. Além desses dados, foram
obtidos os índices de absenteísmo (Abs), como medida de produtividade e os
encargos com saúde com consultas (C), exames (E), materiais, medicamentos e
taxas (MMT), procedimentos (Proc.), e custo total (C. Total), como medidas de custo.
A amostra foi dividida em dois grupos: trabalhadores do setor de produção – Grupo P
e trabalhadores do setor administrativo ou escritório – Grupo E. Para a análise dos
resultados, o teste de Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para verificar a normalidade
dos dados, o teste de Mann-Whitney foi utilizado para verificar as diferenças das
variáveis entre os grupos e o teste de Spearman, para realizar as correlações entre os
domínios de nível de atividade física (AFO, EFL e ALL) e as demais variáveis. Para
as comparações entre os custos pelo nível habitual de atividade física foi apresentada
a taxa de variação monetária. A significância estatística adotada foi de α=0,05. As
análises foram feitas no software SPSS, versão 22.0. Resultados: Os resultados
apontaram diferença estatística entre os grupos P e E nas variáveis AFO (p=0,01),
Sev 3 (p=0,03), Abs (p=0,02) e C (p=0,01) sendo os maiores valores no grupo P.
Houve correlação entre AFO e Sev 2 (r=0,33, p=0,04), AFO e Sev 3 (r=0,34, p=0,04),
EFL e Abs (r=-0,64, p=0,01), ALL e Abs (r=-0,64, p=0,01) no total da amostra; EFL e
Abs (r=- 0,57, p=0,01) e ALL e Abs (r=-0,55, p=0,01) no grupo P; ALL e Sev 4 (r=0,63,
p=0,02) no Grupo E. Conclusão: Pode-se concluir que os trabalhadores da produção
apresentaram maior: AFO, ocorrências com escore de severidade 3, absenteísmo e
gastos com consultas médicas em relação aos trabalhadores do setor administrativo.
Maiores níveis de atividade física nos domínios ALL e EFL apresentaram correlação
com menores índices de absenteísmo, AFO e ALL correlacionaram-se com o
aumento dos escores de severidade 2 e 3 e ALL com o aumento do escore de
severidade 4 apenas nos trabalhadores do setor administrativo. O maior nível habitual
de atividade física (EFL + ALL) apontou relevância na redução de encargos com
saúde na empresa.
Abstract
Introduction: Physical inactivity is considered the fourth biggest global mortality
factor, and it is responsible for 5 million deaths per year. For the companies, sedentary
employees cost 36% (per capta) more in healthcare. Besides this difficult situation, in
metallurgical industries, due to the highly repetitive actions and focused attention, the
impacts in the muscular system increase incidence of musculoskeletal symptoms,
damaging the worker’s health and contributing to increase absenteeism. The
musculoskeletal system diseases are still the main reason for absence in work in
Brazil, generating costs to companies. Objective: This study aimed to investigate the
impact of physical activity level on musculoskeletal symptoms, absenteeism and
worker’s healthcare charges. Methodology: This is a cross-sectional survey involving
206 workers of a metallurgical industry located in the interior of São Paulo State.
Baecke questionnaire was applied to evaluate the habitual level of occupational
physical activity (OPA), physical exercise in leisure (PEL), leisure and locomotion
activity score (LLA) and the Nordic Musculoskeletal Questionnaire to measure the
occurrence of musculoskeletal symptoms where the number of occurrences shows a
severity score (Sev) from 1 to 4. Beyond these data, absenteeism rate (AR) was
obtained as a measure of productivity, and charges with medical consultation (MC),
tests (T), materials, drugs and fees (MDF), procedures (P) and total cost (TC) as
measure of cost. The sample was divided in two groups: production workers (P group)
and administrative or office workers (E group). To analyze the results, the
Kolmogorov-Smirnov test was used to verify data normality, the Mann-Whitney test
was used to verify the differences of variables between the groups, and the Spearman
test was used to make correlations between the domain of physical activity level (OPA,
PEL, LLA) and others variables. To compare the costs, the monetary variation rate
was showed by the habitual level of physical activity. Statistical significance of α=0,05
was adopted. The analyses were made in the SPSS software, version 22.0. Results:
The results showed statistic difference between P and E groups in the variables OPA
(p=0,01), Sev 3 (p=0,03), AR (p=0,02) e MC (p=0,01); the higher values were
presented by P group. There was correlation between OPA and Sev 2 (r=0,33,
p=0,04), OPA and Sev 3 (r=0,34, p=0,04), PEL and AR (=-0,64, p=0,01), LLA and AR
(r=-0,64, p=0,01) in total sample; PEL and AR (r=-0,57, p=0,01) and LLA and AR (r=-
0,55, p=0,01) in P group; LLA and Sev 4 (r=0,63, p=0,02) in E group. Conclusion:
The results indicate that production workers showed high: OPA, severity score 3
occurrences, absenteeism and costs with medical consultation regarding
administrative or office workers. High levels of physical activity in LLA and PEL
domains showed correlation with lower levels of absenteeism, OPA and LLA were
related to the increase of severity score 2 and 3 and LAA with the increase of severity
score 4 only in administrative or office workers. The highest habitual level of physical
activity (PEL + LLA) indicates significant reduction in healthcare charges in the
company.