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Título

EFEITOS CRÔNICOS DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS REALIZADOS EM ACADEMIA AO AR LIVRE EM INDIVÍDUOS HIPERTENSOS

Orientador

Profa. Dra. Eli Maria Pazzianotto Forti

Autor

SILVIA BEATRIZ SERRA BARUKI

Palavra chave

Aptidão física. Qualidade de vida. Frequência cardíaca. Antropometria. Pressão arterial.

Grupo CNPQ


Programa

DR - CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

14/02/2019

Nº Downloads

733

Resumo

Introdução: Hipertensão arterial é fator de risco para eventos cardiovasculares, compromete a aptidão física e a qualidade de vida. Além do tratamento farmacológico, o exercício físico supervisionado é um recurso não farmacológico que favorece o controle da hipertensão. A instalação das academias ao ar livre (AAL) nos espaços públicos é uma opção de exercícios físicos para as comunidades locais, mas carece de sistematização e orientação para sua efetividade e segurança. Objetivos: Sistematizar dois programas de exercícios físicos supervisionados em AAL e avaliar seus efeitos crônicos na aptidão física, nas variáveis cardiovasculares e na qualidade de vida de hipertensos. Metodologia: Realizou-se estudo longitudinal e intervencionista, durante 16 semanas, três vezes por semana, com 29 hipertensos (56,1 ± 10,3 anos), de Unidades Básicas de Saúde (UBS), randomizados em três grupos: controle (CO): não participou de programa de exercícios físicos; treinamento físico em circuito (TC): participou do programa de exercícios físicos que correspondeu à execução de 10 a 20 repetições, de uma a três voltas, em circuito, pelos equipamentos da AAL; e treinamento físico em séries (TS), seguindo o mesmo protocolo, em forma de séries contínuas. Avaliaram-se, antes e após a intervenção: Índice de Massa Corporal (IMC) e medidas de circunferências; capacidade cardiorrespiratória e funcional, pelo teste de caminhada de seis minutos (TC6); força muscular, pelos testes de sentar e levantar (SL) e flexão de cotovelos (FCo); flexibilidade, pelo teste de sentar e alcançar (SA); qualidade de vida, pelos questionários The Medical Outcomes Study 36- Item Short Form Health Survey (SF-36) e Minichal-Brasil; pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), média (PAM) e de pulso (PP); e frequência cardíaca (FC). Utilizou-se o software SAS com o procedure mixed model; o nível de significância foi de 5%. Na avaliação intragrupo, aplicou-se teste t de Student; na avaliação intergrupo, análise de variância de duas medidas repetidas no tempo. Resultados: Houve redução no IMC (kg/m2) no TS (: - 1,67), em relação ao CO (: + 0,4) (p=0,02), e melhor flexibilidade (cm) no TS (: + 2,6), comparado ao CO (: - 0,8) (p=0,04) e ao TC (: + 0,7) (p=0,04). A qualidade de vida aumentou no TS (: + 8), em relação ao TC (: + 6,5), no domínio mental, pelo SF-36 (p=0,04); e pelo Minichal-Brasil, no TS (: - 2,1) e no TC (: - 1,9) (p= 0,04), no escore total; e no TS (: - 0,4) e no TC (: - 0,5), no domínio somático (p=0,03). Verificouse melhor resposta na PAD (mmHg) no TS (: - 4,7), em relação ao CO (: - 1,8) (p=0,03); na PAM (mmHg) no TS (: - 5,2), em relação ao CO (: - 0,9) (p=0,04); e na FC (bpm) no TS (: - 5,3), em relação ao CO (: + 0,2) (p=0,02). Nas análises intragrupo, houve diferença significativa e tamanho do efeito grande, no grupo TC, na capacidade funcional (m) e cardiorrespiratória (ml/kg/min) (: + 35,2 e + 2,0, respectivamente); na força muscular de membros superiores e inferiores (repetições) (: + 1,7 e + 3,4, respectivamente); na qualidade de vida, pelo SF-36 (: + 18,3); e na PAD e PAM (mmHg) (: - 8,9 e – 8,5, respectivamente). Evidenciou-se redução com tamanho do efeito grande no grupo TS e efeito moderado no grupo TC, na PAS (mmHg) (: - 13,6 e – 7,9, respectivamente). Conclusão: Ambos os programas TS e TC foram eficientes na melhora da aptidão física, da qualidade de vida e na redução crônica da PAD, PAM e FC, com respostas diferenciadas quanto ao tipo de treinamento. Ressalta-se a relevância da sistematização e da supervisão do profissional de Educação Física e da equipe de saúde das UBS. Sugerem-se duas alternativas de treinamento físico, em AAL, como recurso não medicamentoso no tratamento de hipertensos.

Abstract

Introduction: Arterial hypertension is a risk factor for cardiovascular events; it compromises physical fitness and quality of life. In addition to pharmacological treatment, physical exercise is a non-pharmacological resource that favors the control of hypertension. The establishment of outdoor fitness gyms (OFG) in public spaces is an option to provide the opportunity of physical exercises for local community members, but they lack systematization and information for their effectiveness and safety. Objectives: To systematize two supervised physical exercise programs in AAL and to evaluate their chronic effects on hypertensive patients’ physical fitness, cardiovascular variables and quality of life. Methodology: A longitudinal and interventional study was performed for 16 weeks, three times a week, with 29 hypertensive patients (56,1 ± 10,3 years) of Basic Health Units (BHU), randomized into three groups: control (OC): did not participate in a physical exercise program; physical training in circuit (TC): participated in the physical exercise program that corresponded to the execution of 10 to 20 repetitions, from one to three laps, in circuit, in the AAL equipment; and physical training in sets (TS), following the same protocol, in the form of continuous series. The following items were evaluated, before and after the intervention: Body Mass Index (BMI) and circumference measures; cardiorespiratory and functional capacity, by the 6-Minute Walk Test (6MWT); muscular strength, by the tests Sitto- Stand (SS) and elbow flexion (EF); flexibility, by the test Sit-and-Reach (SR); quality of life, by the questionnaires The Medical Outcomes Study 36-Item Short Form Health Survey (SF-36) and Minichal-Brazil; systolic blood pressure (SBP), diastolic blood pressure (DBP), mean arterial pressure (MAP) and pulse pressure (PP); and heart rate (HR). SAS software was used with a procedure mixed model, with a significance level of 5%. In the intragroup evaluation, Student's t-test was applied; and in the intergroup evaluation, analysis of variance of two measures repeated in time was applied. Results: The body mass index (kg/m2) decreased in TS (: - 1,67), compared to CO (: + 0,4) (p=0,02) and there was better flexibility (cm) in TS (: + 2,6), compared to CO (: - 0,8) (p=0,04) and to TC (: + 0,7) (p=0,04). The quality of life increased in TS (: + 8), in relation to TC (: + 6,5), in the mental domain, by SF-36 (p=0,04); and by Minichal-Brasil, in TS (: - 2,1) and TC (: - 1,9) (p= 0,04), to total score; and in TS (: - 0,4) and in TC (: - 0,5), in the somatic domain (p=0,03). There was better response in DBP (mmHg) to TS (: - 4,7), related to CO (: - 1,8) (p=0,03); in MAP (mmHg) in TS (: - 5,2), related to CO (: - 0,9) (p=0,04); and HR (rpm) in TS (: - 5,3), related to CO (: + 0,2). In the intragroup analyses, a significant difference and size of the large effect in the TC group were observed in functional (m) and cardiorespiratory capacity (ml/kg/min) (: + 35.2 and + 2.0, respectively ); in muscle strength of upper and lower limbs (repetitions) (: + 1.7 and + 3.4, respectively); in the quality of life, by SF-36 (: + 18.3); and in the DBP and MAP (mmHg) (: - 8.9 and - 8.5, respectively). There was a reduction with large effect size in the TS group, and a moderate effect in the TC group, in SBP (mmHg) (: - 13.6 and - 7.9, respectively). Conclusion: Both TS and TC programs were efficient in improving physical fitness, quality of life and in chronic reduction of DBP, MAP and HR, with differentiated responses regarding the type of training. The relevance of the systematization and supervision of the Physical Education professional and the UBS health team highlighted. Two alternatives of physical training in AAL are suggested as a non-pharmacological resource in the treatment of hypertensive patients.