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Título

A pessoa cega e a formação em música: contribuições da musicografia braille para o desenvolvimento das funções psíquicas superiores

Orientador

Karina Garcia Mollo

Autor

Karla Cremonez Gambarotto Vieira

Palavra chave

Musicografia braille. Música e deficiência visual. Funções psíquicas. Superiores. Inclusão. Formação profissional.

Grupo CNPQ


Programa

MS - EDUCAÇÃO (PPGE)

Área

CIÊNCIAS HUMANAS

Data da defesa

21/02/2020

Nº Downloads

449

Resumo

O foco do presente estudo é a contribuição da musicografia braille para o desenvolvimento das funções psíquicas superiores de estudantes e profissionais cegos que utilizam ou utilizaram o sistema musicográfico no processo de formação em música. Tem por objetivo analisar e apresentar as contribuições da musicografia no que tange ao desenvolvimento psíquico da pessoa cega, buscando responder as seguintes questões: a) Quais são as transformações ocorridas no desenvolvimento da leitura e escrita musical por esses sujeitos que fazem o uso desse sistema?; b) Como se dá o desenvolvimento da criação e da imaginação musical por meio do acesso à musicografia? e c) Qual a contribuição da musicografia braille para a formação profissional? Tem por referência a psicologia histórico-cultural e as proposições de Lev S. Vigotski, apoiando-se no método genético do desenvolvimento humano vigotskiano, e ancora-se no Materialismo Histórico Dialético de Karl Marx. A pesquisa é composta por um estudo de campo realizado por meio de entrevistas abertas com um roteiro previamente elaborado. Participaram da pesquisa sete adultos cegos, estudantes e profissionais que utilizam ou utilizaram a musicografia braille no processo de formação em música. A partir dos indícios identificados no processo de aprendizagem musical quanto ao desenvolvimento das funções psíquicas por meio da musicografia, foram organizados quatro núcleos de análise: a) Apropriação Conceitual; b) Escrita e Leitura; c) Imaginação e Criação e d) Formação Profissional. A maioria dos entrevistados migraram de estado ou cidade para ter acesso ao estudo da musicografia, por ser um curso pouco oferecido. Poucos tiveram acesso à escrita e à leitura no sistema braille na fase infantil e no âmbito musical, e o curso foi o que oportunizou uma inclusão efetiva possibilitando realizar, também, o registro de composições. Os músicos formaram-se e atuam profissionalmente em segmentos musicais diversificados; porém, ressaltam que há preconceitos e barreiras sociais na esfera musical. Foi evidenciada a importância da apropriação conceitual em música por meio do sistema musicográfico na teoria e prática instrumental.

Abstract

The goal of the present study is on the contribution of Braille musicography to the development of students’ higher psychological functions and sight impaired professionals who have been using or have used the musicographic system in the process of training in music. This study aims to show an insight and the contributions of musicography concerning the psychological development of the sight impaired individual, and the following questions to be answered: a) What are the changes that have occurred in the development of musical reading and writing by these individuals through this musicography system? ; b) How does the development of musical creation and imagination occur by means of musicography? and c) What is the contribution of Braille musicography for professional education? The study relies on historical-cultural psychology and Lev S. Vigotski’s approach, based on his genetic method of human development and on Karl Marx's Dialectical Materialism and Historical Materialism. The research comprises a field study through open-ended interviews with a previously prepared guideline. Seven sight impaired adults, students and professionals who have been using or have used Braille musicography in the music training process participated in the research. Four nuclei of analysis were organized based on the evidence identified in the musical learning process regarding the development of psychological functions through musicography: a) Conceptual Appropriation; b) Reading and Writing; c) Imagination and Creation, and d) Professional Training. Most of the interviewees migrated from other states or cities to have access to the study of musicography for not having the same course in their hometown. A few of them had access both to Braille Reading and writing in their childhood and in the musical scope, and the course was the one that provided an effective inclusion, thus making it possible to also register compositions. All the participants who are professional musicians and have undergraduate diplomas have emphasized that they faced prejudice and social bias in their professional settings. The importance of conceptual appropriation was evidenced in music through the musicographic system in theory and instrumental practice.