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Título

Efeito de um programa de intervenção precoce centrado na família no desenvolvimento motor e cognitivo de lactentes pré-termo egressos de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: ensaio clínico randomizado

Orientador

Denise Castilho Cabrera Santos

Autor

Daniela Garbellini Aere

Palavra chave

Lactente pré-termo. Prematuridade. Unidades de terapia intensiva neonatal. Intervenção precoce. Desempenho sensório-motor.

Grupo CNPQ


Programa

DR - CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

14/12/2020

Nº Downloads

283

Resumo

A prematuridade é um importante fator de risco para problemas de desenvolvimento motor e cognitivo na infância e adolescência, que podem se estender para a vida adulta. É também um período de intensa neuroplasticidade. O objetivo central desta tese foi comparar os efeitos de um programa de intervenção precoce (IP) centrado na família com um programa de IP convencional no desenvolvimento motor e cognitivo de lactentes pré-termo egressos de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), que apresentaram desempenho motor suspeito de atraso. Para responder ao objetivo da tese, foi conduzido um ensaio clínico (estudo 2) precedido de um estudo de viabilidade (estudo1). Assim, o estudo 1 foi realizado com quatorze lactentes pré-termo que receberam alta da UTIN e foram divididos aleatoriamente em dois grupos: programa de intervenção precoce convencional (GC) e programa de intervenção precoce centrado na família (GCF). Os lactentes foram avaliados três vezes: 1) linha de base, após a alta hospitalar (LB); 2) avaliação parcial, após 6 semanas de intervenção (AP); e 3) avaliação final: ao final de 12 semanas de intervenção (AF). A dose, a adesão à intervenção e o feedback dos pais foram usados para determinar a viabilidade dos programas de intervenção precoce. O desempenho motor foi avaliado por meio do Teste de Desempenho Motor Infantil (TIMP). Este estudo demonstrou que os programas de IP foram considerados viáveis para ambos os grupos. O GCF mostrou melhora no desempenho motor em comparação ao GC. O estudo 2 foi realizado com dezenove lactentes pré-termo divididos aleatoriamente nos grupos GCF e GC. Os lactentes foram avaliados quatro vezes: 1) LB, 2) AP, 3) AF e 4) Follow-up: oito semanas após o término do programa de IP (FU). O desempenho motor foi avaliado por meio do TIMP e da escala motora da Bayley-III; o desempenho cognitivo por meio da escala cognitiva da Bayley-III. Também avaliaram-se as affordances no ambiente domiciliar por meio da AHEMD-IS e a motivação dos pais. Os achados do estudo 2 apontaram efeito positivo da IP tanto para o GCF quanto para o GC em relação ao desenvolvimento motor e cognitivo, affordances no ambiente domiciliar e aumento da motivação. Concluiu-se que os programas de intervenção precoce realizados logo após a alta hospitalar para lactentes pré-termo egressos de UTIN com desempenho motor suspeito de atraso são benéficos para o desenvolvimento motor e previnem déficit no desempenho cognitivo. Como implicação clínica, a escolha do programa de IP centrado na família pode ser fundamentada considerando maior motivação dos pais neste grupo, aumento da variedade de estimulação no ambiente domiciliar e, durante o período de retenção, todos os lactentes apresentaram desempenho motor típico no GCF, sendo que 22% dos lactentes do GC permaneceram em atendimento em nosso ambulatório.

Abstract

Preterm birth occurs in a period of intense neuroplasticity, and it is an important risk factor for problems in children’s motor and cognitive development. These problems might persist into adolescence and adulthood. The purpose of this dissertation was to compare the effects of a family-centred (FCG) early intervention (EI) program with a conventional (CG) program on the motor and cognitive development for preterm infants from the Neonatal Intensive Care Unit (NICU) who had delayed motor performance. A clinical trial (Study 2) was conducted to answer this purpose, preceded by a feasibility study (Study 1). Thus, study 1 was carried out with fourteen preterm infants who were discharged from the NICU and were randomly assigned into two groups: CG and FCG. The infants were evaluated three times: 1) baseline (after hospital discharge); 2) middle assessment, after 6 weeks of intervention; and 3) Final assessment: at the end of 12 weeks of intervention. The dose, adherence to the intervention and parental feedback were used to determine the feasibility of early intervention programs. Motor performance was assessed using the Test of Infant Motor Performance (TIMP). This study demonstrated that EI programs were considered feasible for both groups. The FCG showed an improvement in motor performance compared to the CG. Study 2 was carried out with nineteen preterm infants randomly assigned into groups FCG and CG. The infants were evaluated four times: 1) baseline; 2) middle assessment; 3) Final assessment and 4) Follow-up: eight weeks after the end of the EI program. Motor performance was assessed using TIMP and the Bayley scales of infant and toddler development – third edition (BSITD -III) motor scale; cognitive performance by the Bayley-III cognitive scale. We also assessed affordances in the home environment using Affordance in the home environment for motor development – infant scale (AHEMD-IS) and parents' motivation. The findings of study 2 showed a positive effect of EI program for both of the FCG and the CG in relation to motor and cognitive development, affordances in the home environment and increased parent’s motivation. We concluded that the EI programs carried out immediately after hospital discharge for preterm infants discharged from the NICU with motor performance suspected of being delayed are beneficial for motor development and prevent deficits in cognitive performance. As a clinical implication, the choice of the family-centred EI program can be justified considering the greater parent’s motivation in this group, increased variety of stimulation in the home environment. Moreover, during the retention period, all infants showed typical motor performance in the FCG, while 22% of infants in the CG remained in care at our outpatient clinic.