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Título

PROFESSOR OUVINTE E ALUNO SURDO: POSSIBILIDADES DE RELAÇÃO PEDAGÓGICA NA SALA DE AULA COM INTÉRPRETE DE LIBRAS - LÍNGUA PORTUGUESA

Orientador

MARIA CECILIA CARARETO FERREIRA

Autor

MARINÊS AMÁLIA ZAMPIERI

Palavra chave

PROFESSOR OUVINTE, LIBRAS, ALUNO SURDO

Grupo CNPQ


Programa

MS - EDUCAÇÃO (PPGE)

Área

CIÊNCIAS HUMANAS

Data da defesa

17/10/2006

Nº Downloads

10657

Resumo

Ao considerar a política de educação inclusiva, no que se refere à criança surda, suas condições lingüística, cultural e curricular especial devem ser, contempladas. As crianças surdas, de forma geral, devido à sua dificuldade de acesso à língua utilizada pela maioria, acabam ficando alijadas dos processos ensino-aprendizagem e assim não apresentam um adequado desenvolvimento escolar. Ao entender que a realização de uma prática de inclusão escolar para o surdo se dá na abordagem bilíngüe, considerando a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como primeira língua e a Língua Portuguesa na modalidade escrita como uma segunda língua, o trabalho aqui apresentado situa-se nesta conjunção do processo de inclusão escolar de alunos surdos com proposta de ensino bilíngüe e atuação tradicional no ensino assumida pelo professor ouvinte, na sala de aula. Ao assumir a abordagem histórico-cultural do desenvolvimento humano o objetivo geral desse trabalho foi olhar para a relação pedagógica entre o professor ouvinte e o aluno surdo na sala de aula comum que conta com uma intérprete da LIBRAS-Português e, com isso, dois objetivos específicos foram traçados: analisar a prática pedagógica no seu aspecto dialógico em relação à função de ensinar o aluno surdo e buscar as significações produzidas pelas ações do professor na constituição das relações interpessoais estabelecidas no cotidiano escolar. O estudo aqui relatado envolveu o registro das dinâmicas de duas salas de aula em que os alunos surdos estavam matriculados, como também entrevistas com os professores destas classes. As análises dos episódios indicam que em alguns momentos o professor assume a relação pedagógica com o aluno surdo integralmente; em outros deixa de exercer sua função, omitindo-se e em outros momentos delega sua função ao intérprete. Tais aspectos indicam a necessidade do professor ouvinte de alunos surdos apropriar-se do conhecimento da LIBRAS e se aproximar das peculiaridades da vida surda. Considerar que o processo ensino-aprendizado ocorre numa relação dialógica e buscar caminhos para uma relação pedagógica mais consistente e, propícia à realidade desse aluno.

Abstract

When considering the politics of inclusive education, as for deaf children, their linguistic, cultural and special curricular needs must be contemplated. Deaf children, in general, due to their difficulty of access to the language used by the majority, are further handicapped in the teaching-learning processes and thus they do not present adequate school development. Understanding that the practical policy to school inclusion for the deaf is in the bilingual approach, considering the Brazilian Sign Language ("Língua Brasileira de Sinais" LIBRAS in Portuguese) as first language and the Portuguese Language in the written modality as the second language, the work presented here places in this conjunction the process of school inclusion of deaf pupils with proposal of bilingual education and traditional performance in the education assumed by the listener professor, in the classroom. When assuming the historical-cultural approach to human development, the general objective of this work is to look at the pedagogical relation between the listener professor and the deaf pupil in the common classroom that counts on an interpreter of the LIBRAS-Portuguese and, with this, two specific objectives were drawn: analyze pedagogical practice in its dialogical aspect in relation to the teaching function of the deaf pupil and to examine the meanings produced by the actions of the professor in the building of interpersonal relations in daily school life. The study told here it involved the register of the dynamic of two classrooms where the deaf pupils were registered, as well as interviews with the professors of these classrooms. The analyses of the episodes indicate that at some moments the professor integrally assumes the pedagogical relation with the deaf pupil; in others it fails to exert its function, omitting and at other moments he delegates his function to the interpreter. Such aspects indicate the necessity of the listener professors of deaf pupils to assume the knowledge of LIBRAS and to approach to the peculiarities of the deaf life. Considers that the teaching-learning process occurs in a dialogue relation and search for ways for a pedagogical relation more consistent and according to the reality of the student.