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Título

Efeitos do uso do smartphone nos músculos mastigatórios, cervicais, da cintura escapular e membros superiores

Orientador

Adriana Pertille

Autor

Ester Moreira de Castro Carletti

Palavra chave

Telefone celular. Dor musculoesquelética. Eletromiografia.

Grupo CNPQ


Programa

DR - CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

22/02/2022

Nº Downloads

267

Resumo

O uso do smartphone tem crescido significativamente. Atualmente a literatura permanece conflitante sobre o efeito das dores musculoesqueléticas prévias e o uso do smartphone sobre a atividade muscular. Ainda assim, não foram identificados na literatura disponível estudos com foco em mulheres com disfunção temporomandibular (DTM). Objetivos Gerais: Revisar a literatura atual sobre os efeitos do uso do smartphone, avaliados pela eletromiografia (EMG), nos músculos da região cervical, mastigatórios, cintura escapular e membros superiores; Avaliar o efeito do uso prolongado e contínuo do smartphone na contração voluntária máxima (CVM) dos músculos mastigatórios e trapézio superior, bilateralmente, antes e após o uso do dispositivo, em indivíduos com e sem diagnóstico de DTM. Material e métodos: Dois estudos foram desenvolvidos. O primeiro estudo foi a revisão sistemática (RS) da literatura atual, com busca nas bases de dados MEDLINE, Pubmed, Embase, CINAHL, Cochrane Library, Web of Science e Scopus, utilizando lista de conceitos relacionado à eletromiografia e smartphone. Dois avaliadores independentes realizaram a seleção dos artigos, extração de dados, bem como a avaliação do risco de viés, qualidade metodológica e efeito dos resultados dos estudos. O segundo estudo é observacional do tipo transversal, sendo o desfecho primário a EMG, e secundários a escala modificada de Borg e força muscular. Escalas, dados antropométricos e hábitos de uso do smartphone foram avaliados antes do início da tarefa. Foi realizada também coleta antes e após 30 minutos de uso do smartphone dos dados EMG, Borg e força muscular. O sinal EMG foi coletado bilateralmente dos músculos mastigatórios (masseter e temporal anterior) e trapézio superior. A postura de uso do smartphone foi sentada na cadeira sem apoio para antebraço, sendo proibida a comunicação verbal. Todas as voluntárias utilizaram o seu próprio smartphone e o uso era livre. Resultado: Quanto à revisão sistemática foram incluídos 28 artigos, os quais mostraram que o uso do smartphone altera a atividade muscular em adultos, porém foi encontrada no geral baixa qualidade metodológica e alto risco de viés. Para o estudo observacional foram avaliadas 38 voluntárias (18 no grupo assintomático e 20 no grupo DTM). Sendo assim foi encontrado diferença significativa antes versus após o uso do smartphone para a escala de Borg e avaliação de força durante a CVM. No entanto não houve diferença entre os grupos para nenhum dos desfechos avaliados. Conclusões: Com base na literatura atual conclui-se que há tendência de que o smartphone altere a atividade mioelétrica dos músculos mastigatórios, cervicais, da cintura escapular e membros superiores, sendo estas alterações associadas ao formato do dispositivo, tarefas, posturas e tempo prolongado de uso. Porém com base na revisão e no estudo observacional desenvolvido não é possível afirmar que as alterações mioelétricas são potencializadas pela dor musculoesquelética prévia.

Abstract

Smartphone use has been growing meaningfully. Up to now, the literature remains unclear about the effect of previous musculoskeletal pain and smartphone use over muscular activity. Nevertheless, based on the literature available it was not found studies focus on individuals with Temporomandibular joint disorders (TMD). General Aims: To review the current literature about the smartphone use effects, evaluated with electromyography (EMG), in the muscles of the cervical, masticatories, scapular girdle, and upper limbs; To evaluate the effect of prolonged and continuous smartphone use in the maximal voluntary contraction (MVC) of the masticatory muscles and upper trapezius, bilaterally, before and after the device used, in women with and without TMD. Methods: Two studies were developed. The first one is a systematic review (SR) of the current literature, the search was performed in the databases MEDLINE, PubMed, Embase, CINAHL, Cochrane Library, Web of Science, and Scopus, using a list of concepts related to EMG and smartphone. Two independent reviewers did the screening, data extraction, as well they evaluated the risk of bias, methodological quality, and the results effects from the studies. The second study is an observational, cross-sectional study that has as the primary outcome the EMG, and as the secondary outcome the modified Borg scale and muscular strength. The scales, anthropometric data, and smartphone use habits were evaluated before the task starts. In addition, before and after 30 minutes of smartphone use it was assessed the modified Borg scale, EMG and muscular strength. The EMG signals were collected bilaterally from the masticatory muscles (masseter and temporalis anterior) and upper trapezius. The volunteer’s posture during the smartphone use was seated in a chair without forearm support, and were not allowed to perform verbal communication. All volunteers used their smartphone devices unrestrictedly. Results: For the systematic review, 38 studies were included, which showed that smartphone use can alter muscular activity in adults, but the overall evidence quality was very low and the risk of bias was high. For the observational study 38 volunteers (18 for the asymptomatic, and 20 for the TMD group) were evaluated. Therefore, a significant difference was found before versus after smartphone use for the Borg scale and muscular strength during the MVC. However, no difference was found between the groups for none of the outcomes evaluated. Conclusions: Based on the current literature this study conclude that there is a trend that the smartphone use change the myoelectrical activity of the muscles form the masticatory, cervical, scapular gridle, and upper limbs areas, in addition, these changes associated to the smartphone format, task, posture, and prolonged use. However, based on the SR and observational study developed it is not possible to say that these myoelectrical changes are potentialized by the presence of previous musculoskeletal pain.