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Título

Avaliação dos níveis de atividade física, comportamento sedentário e sua associação com os aspectos sociodemográficos em pessoas com doenças crônicas durante a pandemia da COVID-19

Orientador

Rozangela Verlengia

Autor

Jean Marinho da Silva

Palavra chave

Inatividade física. COVID-19. Epidemiologia. Sedentarismo. Doenças crônicas não transmissíveis.

Grupo CNPQ


Programa

MS - CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

24/02/2022

Nº Downloads

305

Resumo

Após ser reconhecida como pandemia pela Organização Mundial da Saúde, a contaminação da COVID-19 tem imposto por parte dos governos de diferentes países, uma série de ações com vista a conter a rápida disseminação e taxa de contágio do novo coronavírus. Entre as medidas impostas, têm-se: o isolamento social, uso de máscaras, uso de álcool gel e a vacinação. O presente trabalho tem como foco a inatividade física e o comportamento sedentário durante a pandemia da COVID-19 e consiste na apresentação de uma revisão da literatura, uma revisão sistemática e um estudo original. A revisão da literatura aborda os tópicos: I) COVID-19; II) Inatividade física e comportamento sedentário; III) Fatores sociodemográficos e seu impacto sobre o comportamento humano. A revisão sistemática teve como objetivo avaliar a prevalência da inatividade física em indivíduos portadores de doenças crônicas durante a pandemia da COVID-19. Foram utilizadas as bases de dados PubMed, Scopus e Web of Science. A função booleana utilizada foi: ("Physical inactivity" OR "physical activity" OR exercise OR "motor activity") AND (COVID-19 OR SARS-COV-2 OR "COVID-19 pandemic" OR "COVID-19 pandemics") AND ("Chronic disease" OR "non-communicable disease")). Foram selecionados apenas estudos que utilizaram questionários validados para determinação da inatividade física. Dos 403 artigos encontrados, foram selecionados 64 artigos para leitura na íntegra, dos quais três atendiam aos critérios de inclusão. A prevalência de inatividade física nos estudos incluídos variou de 28,6% a 71,5%. Os achados deste estudo indicam uma alta prevalência de inatividade física em indivíduos com doenças crônicas durante a pandemia da COVID-19. O objetivo do estudo original foi investigar a prevalência da inatividade física e comportamento sedentário em indivíduos com doenças crônicas durante a pandemia da COVID-19 e suas associações com fatores sociodemográficos. Foram investigados 284 indivíduos adultos de ambos os sexos com doenças crônicas usuários do Sistema Público de Saúde da cidade de Brazópolis-MG. A pesquisa foi realizada por meio de dois questionários (aspectos sociodemográficos e Questionário Internacional de Atividade Física, do inglês International Physical Activity Questionnaire – IPAQ) aplicados face a face entre os dias 13 a 24 de julho de 2020. Para análise final foram incluídos 249 sujeitos. Os dados indicaram uma prevalência de 71,5% de inatividade física (? 500 METs-min/semana) e 62,7% de risco de elevado comportamento sedentário (?4 h sentado). A análise de regressão logística revelou que indivíduos do sexo masculino, que moravam sozinhos ou em uma casa com duas pessoas, e aqueles que às vezes relataram realizar auto- isolamento eram mais propensos a atender às recomendações mínimas de atividade física. Já os fumantes tiveram uma chance menor de serem considerados fisicamente ativos. Participantes mais velhos e aqueles com multimorbidade eram mais propensos a ter um grau mais alto de comportamento sedentário. Os achados deste estudo original indicam a necessidade de considerar a influência de aspectos sociodemográficos na elaboração de políticas públicas que combatam a inatividade física e o elevado comportamento sedentário. Assim, adoção de estratégias que favoreçam um estilo de vida fisicamente ativo por parte de indivíduos com doenças crônicas é de grande relevância para mitigar os maléficios desencadeados pela inatividade física e comportamento sedentário durante e pós pandemia da COVID- 19.

Abstract

After being recognized as a pandemic by the World Health Organization, the COVID-19 contamination has forced the governments of several countries to take a series of actions in order to contain the rapid spread and contagion rate of the new coronavirus. Among the measures imposed are: social isolation, use of masks, use of alcohol gel and restriction. The present work focuses on physical inactivity and sedentary behavior during the COVID-19 pandemic and presents itself as a literature review a systematic review and an original study. Literature review addresses the following topics: I) COVID-19 A; II) Physical inactivity and sedentary behavior; III) Sociodemographic factors and their impact on human behavior. The systematic review aims to assess the prevalence of physical inactivity in individuals with chronic diseases during the COVID-19 pandemic. PubMed, Scopus and Web of Science databases were used. The Boolean function used was: ("Physical inactivity" OR "physical activity" OR exercise OR "motor activity") AND (COVID-19 OR SARS-COV-2 OR "COVID-19 pandemic" OR "COVID-19 pandemics") AND ("Chronic disease" OR "non-communicable disease") Only studies that used validated questionnaires to determine physical inactivity were selected. Of the 403 articles found, 64 articles were selected for full reading, of which three met the inclusion criteria. The prevalence of physical inactivity in the included studies ranged from 28.6% to 71.5%. The findings of this study indicate a high prevalence of physical inactivity in individuals with chronic diseases during the COVID-19 pandemic. The aim of the original study was to investigate the prevalence of physical inactivity and sedentary behavior in individuals with chronic diseases during the COVID-19 pandemic and its associations with sociodemographic factors. A total of 284 adult individuals of both sexes with chronic diseases using the Public Health System in the city of Brazópolis-MG were investigated. The survey was carried out using two questionnaires (sociodemographic aspects and the International Physical Activity Questionnaire – IPAQ) applied face-to-face between July 13 and 24, 2020. For the final analysis, 249 subjects were included. The data indicated a 71.5% prevalence of physical inactivity (? 500 METs-min/week) and a 62.7% risk of high sedentary behavior (?4 h sitting). Logistic regression analysis revealed that male subjects, who lived alone or in a two-person household, and those who sometimes reported performing self-isolation were more likely to meet minimum physical activity recommendations. Smokers, on the other hand, had a lower chance of being considered physically active. Older participants and those with multimorbidity were more likely to have a higher degree of sedentary behavior. The findings of this original study indicate the need to consider the influence of sociodemographic aspects in the elaboration of public policies that combat physical inactivity and high sedentary behavior. Thus, the adoption of strategies that favor a physically active lifestyle by individuals with chronic diseases is of great relevance to mitigate the harm triggered by physical inactivity and sedentary behavior during and after the COVID-19 pandemic.