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Título
Aprendendo ciências em museus: um estudo com crianças do ensino fundamental no catavento cultural e educacional (São Paulo)
Orientador
Carolina José Maria
Autor
Débora de Souza
Palavra chave
Museu de ciências. Avaliação da aprendizagem. Modelo contextual de aprendizagem.
Grupo CNPQ
Programa
DR - EDUCAÇÃO (PPGE)
Área
CIÊNCIAS HUMANAS
Data da defesa
06/08/2021
Nº Downloads
201
Resumo
Esta pesquisa tem como tema central o processo de aprendizagem em um museu de ciências que, diferentemente de outros museus, não apresenta artefatos originais, históricos, comprometendo-se quase que, exclusivamente, com a aprendizagem de conceitos científicos. Comentários recorrentes em relação a museus/centros de ciências consideram que as crianças se divertem nesses espaços, mas colocam em dúvida se elas realmente aprendem algo, em função da brevidade de tempo que permanecem no local. Partimos do pressuposto que a visita possibilita que os alunos que chegam ao Museu, trazendo uma gama de entendimentos prévios e interesses, adquiram ideias que poderão auxiliá-los na construção de conceitos científicos. A pesquisa tem como objetivo geral investigar a contribuição da visita a um museu de ciências para a aprendizagem/desenvolvimento de conhecimentos científicos e ampliação do repertório sociocultural das crianças do Ensino Fundamental. Adotamos, como arcabouço teórico central, os estudos do pesquisador americano John Falk e colaboradores, compreendidos sob a Teoria Sociocultural, que nos consideram produtos da nossa cultura e relações sociais. Assim, a aprendizagem em museus é influenciada socioculturalmente pela educação e cultura do indivíduo, pelas interações e colaborações dentro e fora (monitores, guias, professores) do próprio grupo social do visitante. Os dados foram construídos e analisados a partir da adaptação do Modelo Contextual de Aprendizagem de John Falk e Martin Storksdieck que fornece uma maneira de organizar as inúmeras especificidades e detalhes em relação ao Contexto Pessoal, Contexto Sociocultural e Contexto Físico, que dão riqueza e autenticidade ao processo de aprendizado do museu, ao mesmo tempo em que permite uma visão holística da aprendizagem dos visitantes. A pesquisa, de natureza qualitativa, foi realizada em três etapas e em dois locais: na escola, antes e depois da visita, e no museu, durante a visita. Para a construção de dados foram utilizados os instrumentos: Personal Meaning Map (PMM), para a identificação das ideias das crianças antes e depois da visita, entrevistas e questionários aplicados a alunos, educadores, museóloga e professora, observação dos alunos antes, durante e depois da visita. O PMM não assume que todos os indivíduos entram no museu com experiências e conhecimentos comparáveis e nem requer que produzam uma resposta “certa” para demonstrar aprendizado. O Modelo Contextual de Aprendizagem se mostrou uma estrutura útil para desvendar a complexidade da aprendizagem em museus. Os resultados apontam para a importância dos conhecimentos prévios; para a relevância das relações das crianças com os monitores e para a necessidade de um trabalho pedagógico antes e após a visita. Almeja-se, com este trabalho, auxiliar tanto o museu como a escola a melhor planejar as visitas, de forma a potencializar o aprendizado em ciências nesse espaço informal.
Abstract
The main theme of this research is the learning process in a science museum that, unlike other museums, does not present original, historical artifacts, committing itself almost exclusively to the learning of scientific concepts. Recurrent comments about museums/science centers consider that children have fun in these spaces, but question whether they really learn something, due to the short time they stay in the place. We assume that the visit allows students who come to the Museum, bringing a range of previous understandings and interests, to acquire ideas that can help them build scientific concepts. The research general objective is to investigate the contribution of visiting a science museum to the learning/development of scientific knowledge and expansion of sociocultural repertoire of elementary school children. We adopted, as a central theoretical framework, the studies of the American researcher John Falk and collaborators, understood under the Sociocultural Theory, which consider us products of our culture and social relations. Thus, learning in museums is socioculturally influenced by the individual’s education and culture, by interactions and collaborations within and outside (instructors, guides, teachers) the visitor’s own social group. The data were built and analyzed based on the adaptation of John Falk and Martin Storksdieck's Contextual Learning Model, which provides a way to organize the countless specificities and details in relation to the Personal Context, Sociocultural Context and Physical Context, which give richness and authenticity to the museum learning process, while allowing a holistic view of visitors' learning. The research, of a qualitative nature, was carried out in three stages and in two places: at the school, before and after the visit, and at the museum, during the visit. For data construction, the following instruments were used: Personal Meaning Map (PMM), to identify the children’s ideas before and after the visit, interviews and questionnaires applied to students, educators, museologist and teacher, observation of students before, during and after the visit. The PMM does not assume that all individuals enter the museum with comparable experience and knowledge, nor does it require them to produce a “right” answer to demonstrate learning. The Contextual Learning Model proved to be a useful framework to unravel the complexity of learning in museums. The results point to the importance of prior knowledge, to the relevance of the children’s relationships with the monitors, and to the need for pedagogical work before and after the visit. This work aims to help both the museum and the school to better plan visits, in order to enhance science learning in this informal space.