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Título

RELAÇÃO ENTRE O DESEMPENHO MOTOR E MORBIDADES EM UM GRUPO DE CRIANÇAS FREQÜENTADORAS DE CRECHES NO MUNICÍPIO DE PIRACICABA - SP

Orientador

DENISE CASTILHO CABRERA SANTOS

Autor

LÍLIAN RODRIGUES COELHO HERINGER

Palavra chave

CRECHES, CRIANÇA, DESENVOLVIMENTO INFANTIL, MORBIDADE, MEIO AMBIENTE

Grupo CNPQ


Programa

MS - FISIOTERAPIA

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

28/02/2007

Nº Downloads

1273

Resumo

Introdução: No Brasil ocorreram mudanças na sociedade com conseqüente inserção da mulher no mercado de trabalho e as creches tornaram-se um recurso indispensável para muitas famílias. Objetivo: Analisar a relação entre desempenho motor axial e morbidades em um grupo de crianças de zero a três anos de idade freqüentadoras de creches. Método: Estudo descritivo e seccional, realizado em duas creches públicas do município de Piracicaba-SP, de fevereiro a agosto de 2006. Selecionadas 55 crianças entre as matriculadas nas classes de Berçário 1 (B1), Berçário 2 (B2) e Maternal 1 (M1), considerando critérios: freqüentarem a creche em tempo integral, sem indicadores de risco à saúde ao nascimento (peso ao nascer =2500 gramas; idade gestacional =37 semanas e índice de Apgar =7 no 1º e/ou 5º minutos). Foram coletados dados sobre ocorrências de morbidades, informações socioeconômicas e, para a avaliação do desempenho motor das crianças, foi utilizada a escala axial da Peabody Developmental Motor Scale-2 (PDMS-2). Resultados: Os dados neonatais PN=3248,5 (±427,69) gramas, IG=39,3 (±1,00) semanas, índice de Apgar de 1º minuto=8,5 (±1,11) e 5º minuto=9,6 (±0,77) estes demonstraram ser um grupo com potencial para desenvolvimento motor adequado, sem riscos biológicos ou estabelecidos. Com relação aos dados familiares, considera-se que as crianças estudadas estavam inseridas num contexto familiar/socioeconômico desfavorável (50% dos pais tinham menos de 8 anos de escolarização, 50% das famílias ganhavam até dois salários mínimos, ausência do pai em 34% das famílias, presença de mais de dois adultos em 44% das famílias indicando que outros adultos, que não os pais, partilhavam do mesmo domicílio que a criança. A ocorrência de morbidades e uso de medicação foram preocupantes, 76,4% apresentaram pelo menos um episódio de agravo à saúde (nas classes de B1, B2 e M1, a prevalência foi respectivamente 83,3%, 82,4% e 65%); 56,4% fizeram uso de pelo menos um tipo de medicação e a freqüência de faltas (80 %) foi alta nas três turmas. Destaca-se a ocorrência de 47,3% de sintomas de resfriado e a ingestão de medicamentos de ação respiratória. Com relação ao desempenho motor, 14,5% crianças tiveram desempenho motor axial global suspeito e 20% apresentaram desempenho motor inadequado no subteste locomoção. A morbidade classificada como amigdalite apresentou uma correlação fraca e inversamente proporcional, com o desempenho motor global (r=-0,406; p=0,002). Da mesma forma, as morbidades denominadas bronquite e acidentes, apresentaram correlação moderada e inversamente proporcional, com o desempenho motor na classe maternal 1 (r=-0,513; p=0,021 e r=-0,550; p=0,012) respectivamente. Neste estudo não foi encontrada associação significativa de risco entre o desempenho motor axial com as variáveis relacionadas à ocorrência de morbidades e condições socioeconômicas da família. Conclusão: Embora a prevalência de agravos à saúde tenha sido alta e as condições socioeconômicas não ótimas, essas não se configuraram como fatores de risco com repercussão substancial no desempenho motor do grupo estudado.

Abstract

Introduction: In Brazil society changes occurred as a consequence of the woman insertion in work force, and day care became a very important tool for a lot of families. Objective: To analyze the relationship between gross motor performance and morbidity in a group of children aged zero to three years old who attends day care centers. Method: A descriptive and sectional study, in two public day care centers from Piracicaba-SP, from February to August 2006. Subjects (55 children) were selected among the ones attending classes from 0 to 12 months (B1), 12 to 24 months (B2), and 24 to 36 months (M1), according to the following criteria: full day attendance, without biological risks indicators (BW = 2500g; GA = 37 weeks; Apgar score = 7 at 1st and/or 5th minutes). The assessment was completed at the institutions gathering data about morbidity percentage, socioeconomics information, and children's motor performance evaluation using the Gross Motor Scale of the “Peabody Developmental Motor Scale-2” (PDMS-2). Results: The neonatal data BW = 3248.5 g (±427.69), GA = 39.3 weeks (±1.00), Apgar Score at the 1st minute = 8.5 (±1.11), and at the 5th minute = 9.6 (±0.77) these results demonstrated the group to be one of children with potential for a normal motor development, without biological or established risks. About the family data, the studied children are considered as inserted into an unfavorable family/socioeconomic context (50% of the parents presented 8 years or less of school attendance; 50% presented up to two minimum wage income; 34% presented no father’s presence; 44% presented more then two adults at home, indicating that other adults than the parents live at home with the child). Morbidities and medication use were alarming, 76.4% presented at least one episode of health problem (at B1, B2 and M1 classes, prevalence was 83.3% 82.4%, and 65% respectively); 56.4% had used at least one kind of medication, and absences frequency (80%) was high at all three groups. It is highlighted the occurrence of 47.3% of cold symptoms, and ingestion of respiratory medicines. About motor performance, 14.5% of the studied children were considered inadequate at the global axial motor skills, and 20% of them scored inadequate at the locomotion subscale. Morbidity classified as tonsillitis presented a weak and inversely proportional correlation with the global motor performance (r=-0.406; p=0.002). At the same way, morbidities denominated bronchitis and accidents, presented moderate and inversely proportional correlation, with the motor skills at the M1 classroom (r=-0.513; p=0.021, and r=-0.550; p=0.012 respectively). In this study it was not found a significant association of risk among gross motor performance and variables related to the morbidities and socioeconomics family conditions. Conclusions: Although prevalence of health problems was high, and socioeconomics conditions unfavorable, they were not configured as risk factors with substantial repercussion in the motor development within the studied group.