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Título

O PROJETO CURRICULAR DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UFG E SUAS PERSPECTIVAS EMANCIPATÓRIAS: UMA CRÍTICA IMANENTE

Orientador

BRUNO PUCCI

Autor

ANDREIA CRISTINA PEIXOTO FERREIRA

Palavra chave

TEORIA CRÍTICA DA SOCIEDADE DA ESCOLA DE FRANKFURT, CRÍTICA...

Grupo CNPQ


Programa

DR - EDUCAÇÃO (PPGE)

Área

CIÊNCIAS HUMANAS

Data da defesa

31/08/2007

Nº Downloads

2906

Resumo

A crítica imanente às experiências de formação de professores filiados às pedagogias críticas de matriz marxista eclode neste estudo como objeto elaborado num percurso de tenso entrelaçamento entre filosofia, pedagogia, Educação Física e crítica cultural. A perspectiva foi de investigar filosoficamente o confronto entre as pretensões e realizações de um projeto curricular e político-pedagógico enunciado como progressista, transformador, revolucionário e/ou emancipatório. O objeto de estudo refere-se à emersão investigativa na objetivação do projeto curricular e político pedagógico do curso de licenciatura da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Goiás (FEF/UFG), anunciado como expressão do pensamento/movimento crítico ‘progressista’ de matriz marxista. A composição teórica e empírica do objeto passou pela experiência da narrativa pessoal, da auto-reflexão crítica acerca da minha dissertação de mestrado, e, pela construção de um trajeto de investigação à normatização e produção de conhecimento que fornecem objetivação ao projeto curricular e político-pedagógico da FEF/UFG. O argumento que perpassa a tese, sustenta-se no núcleo da Dialética Negativa de Adorno, qual seja: o confronto entre a verdade do conceito e a falsidade de sua realização concreta. Aqui, esse argumento se operacionalizou na investigação de um dado momento da diferença entre a pretensão e a realidade dos objetivos educacionais emancipatórios, num percurso que reconheceu a tensa relação entre a teoria e a práxis pedagógica, ao infiltrar-se na racionalidade social e no clima cultural contemporâneo imanentes à objetivação da experiência do projeto curricular e político pedagógico da FEF/UFG. As fontes objetivadas foram perscrutadas a partir do núcleo da interrogação feita ao projeto curricular de matriz marxista: se seus objetivos educacionais emancipatórios vêm se realizando e quais as suas dificuldades de realização num estado de não-emancipação que exige eticamente que a educação se realize como emancipação? A essa interrogação foram relacionadas variações conceituais temáticas e metodológicas, que compuseram a crítica epistemológica, histórica e cultural, num conjunto de três estudos. No primeiro estudo, a narrativa histórica imanente ao objeto foi tomada como fonte de crítica e reconstrução. Busquei expor histórica e filosoficamente o enigma dos processos de racionalidade social e formação objetiva, acerca das pretensões e realizações do projeto curricular da FEF/UFG, retraçando a crítica cultural e social à sua radicação na pedagogia marxista na educação e na educação física. No segundo estudo, tratei a história sedimentada do projeto curricular da FEF/UFG, com seus pretensos avanços e inovações, compondo o exercício de genealogia com a arqueologia do projeto curricular e políticopedagógico. Isso, ao remexer nas fontes e re-examinar ruinas e vestígios em decomposição, vendo se algo fica em pé como possibilidade emancipatória e resistência à bárbarie na educação, numa sociedade esportivizada. Na terceira parte, examinei a racionalidade social da atual reforma curricular da FEF/UFG e suas contradições subjetivas e objetivas no clima cultural contemporâneo. Nas notas finais, a vitalidade do confronto, entre a verdade do conceito e a inverdade de sua realização passou por diagnosticar que as pretensões emancipatórias do projeto curricular de matriz marxista não se realizam na forma de slogan publicitário, ícone propagandístico, ou mesmo, de justificação normativa e/ou de argumentação científica, ancoradas na racionalidade histórica e social de carater autoritário, dogmático e fetichista. Frente ao estado de não-emancipação do contemporâneo, ressalto a pertinência de entrelaçar filosofia e educação, na forma de uma práxis negativa que, ao se aproximar da auto-reflexão crítica, tensione a absolutização, a reificação e o fetichismo da teoria e da práxis, potencializando a dignidade da experiência de objetivação do projeto curricular emancipatório.

Abstract

The immanent criticism in relation to the experiences in forming teachers connected to the critical pedagogies from Marxist matrix arises into this research as an elaborated object into a tense way of interlacing among philosophy, pedagogy, Physical Education (PE) and cultural criticism. The perspective was investigating philosophically the confrontation between the pretensions and accomplishments from a curricular and pedagogical political project enunciated as progressist, transformer, revolutionary and/or emancipator. The object of study refers itself to the investigator emersion into the objectivity of the curricular and pedagogical political project from the course of licentiate from the Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Goiás (FEF/UFG), announcing as expression of the ‘progressist’ critical thought/movement from the Marxist matrix. The theoretical and empiric composition of the object passed by the experience of the personal narrative, the critical auto-reflection about my master dissertation and by the construction of a route of investigation to the norms and the production of knowledge that provides materialization to the curricular and pedagogical political project from FEF/UFG. The argument that passes by the thesis maintains itself on the center of Adorno’s Negative Dialectic, that is: the confrontation between the truth of the concept and the falsity of its concrete accomplishment. Here, this argument constructed itself into the investigation of certain movement of the difference between the pretension and the reality of the educational emancipator goals, into a route that recognized the tense relation between theory and pedagogical praxis, while infiltrating inside the social rationality and the contemporaneous cultural climate intrinsic to the materialization of the experience of the curricular and pedagogical political project from FEF/UFG. The purposed sources were researched from the center of the interrogation on made to the curricular project from Marxist matrix: if its emancipator educational goals come true and which of its difficulties of accomplishment into a state of no-emancipation that demands ethically that the education materializes itself as emancipation? To this interrogation were connected conceptual, subjects and methodological modifications, that composed the epistemological, historical and cultural criticism, into a complex of narrative intrinsic to the object was took as a source of criticism and reconstruction. I tried to expose historically and philosophically the enigma of the processes of social rationality and objective formation, about the pretensions and accomplishments of the curricular project from FEF/UFG, retracing the cultural and social criticism to its consolidation into the Marxist pedagogy into education and physical education. In the second study, I treated the sedimentary history of curricular project from FEF/UFG, with presumed advances and innovations, composing the exercise of genealogy with the archaeology of the curricular and pedagogical political project. That, remixing sources and re-examining ruins and vestiges in decomposition, seeing if something stands up as an emancipator possibility and resistance against the barbarity into education, inside a sportive society. In the third part, I examined the social rationality of the actual curricular reform from the FEF/UFG and subjective and objective contradictions into the contemporaneous cultural climate. On the final notes, the vitality of the confrontation between the truth of the concept and the notruth of its accomplishment passed by to diagnose that the emancipator pretensions of the curricular project from Marxist matrix don’t come true like a publicity slogan, advertisement icon, or even, of normative justification and/or of scientific argumentation, based on historical and social rationality of authoritarian dogmatic and fetish character. In front of the state of no-emancipation from the contemporaneous, I point out the pertinence of interlacing philosophy and education, in a form of negative praxis, that gives potential to dignity of the experience of objectivity of the emancipator curricular project, when it approaches in relation to the critical auto-reflection and the tendency to the absolute, reification and fetishism of theory and praxis.