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Título

EXPRESSÃO DE MCT1 E MCT4 EM TECIDOS ATIVOS E INATIVOS DE CAMUNDONGOS APÓS SESSÃO AGUDA DE NATAÇÃO NA MÁXIMA FASE ESTÁVEL DO LACTATO

Orientador

ROZANGELA VERLENGIA

Autor

LUIS FELIPE MILANO TEIXEIRA

Palavra chave

MCT; EXPRESSÃO GÊNICA; EXERCÍCIO; NATAÇÃO; MÁXIMA FASE ESTÁVEL DO LACTATO

Grupo CNPQ


Programa

MS - EDUCAÇÃO FÍSICA

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

30/06/2008

Nº Downloads

3677

Resumo

O lactato é um importante metabólito intermediário energético produzido constantemente pelas células. Contudo, sua produção é preponderante em situações de alta demanda energética. Atualmente, esse metabólito é compreendido como elemento chave em um mecanismo importante de compartilhamento de substrato energético, uma vez que diferentes tecidos podem compartilhar de uma mesma fonte energética por meio de oxidação ou gliconeogênise. Assim, os mecanismos de transporte desse metabólito podem interferir diretamente em sua concentração plasmática no período entre sua produção e consumo. Nossa hipótese é que o aumento na concentração de lactato induzida pelo exercício possa promover aumento na expressão gênica dessas proteínas em tecidos inativos durante o exercício, promovendo maior capacidade de manter a lactacidemia durante exercícios em intensidades equivalentes à máxima fase estável do lactato (MFEL), por aumentar a participação dos músculos inativos na remoção do lactato sanguíneo. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar a expressão gênica dos transportadores MCT1 e MCT4 em tecidos ativos e inativos, bem como nos órgãos coração (COR) e fígado (FIG) de camundongos em resposta à uma única sessão de natação em intensidade equivalente a MFEL. Inicialmente, 24 camundongos tiveram avaliadas, individualmente, a intensidade equivalente a MFEL no exercício de natação. Em seguida, todos os animais foram submetidos à sessão de exercício de natação na intensidade referente à MFEL durante 25 minutos ou até exaustão. Após a sessão aguda de exercício, os animais foram divididos em 3 grupos e sacrificados nos períodos imediatamente (n=6); 5 horas (n=6); e 10 horas (n=6) após a sessão de exercício. Como controle foram utilizados animais (n=6) com a mesma característica, exceto pelo fato de não terem realizado a sessão de exercício de natação. Os músculos sóleo (SOL), as porções branca (GB) e vermelha (GV) do gastrocnêmio e o bíceps (BIC), considerado músculo inativo, foram obtidos, assim como o FIG e o COR. A expressão gênica foi determinada pela técnica semi-quantitativa RT-PCR. Como tratamento estatístico foi utilizado ANOVA com post-hoc de Tukey interpretado a 95% (p<0,05). A determinação da MFEL em camundongos durante o exercício de natação mostrou que os valores lactacidêmicos ficam em torno de 5,5mmol/L de lactato. Com relação ao MCT1, observou-se aumento significativo da EG no FIG (39%) 10 horas após o exercício. No GB observou-se pico de expressão imediatamente após o exercício (62,3%). No SOL a expressão aumentou imediatamente após o exercício (202,1%) e se manteve elevada até 10 horas após (227,3% e 230%, 5 e 10 horas após o exercício respectivamente). Nos tecidos COR, BIC e GV não foram encontradas alterações relevantes na EG do MCT1. Já em relação ao MCT4, observou-se redução significativa da EG no coração em todos os momentos em relação ao controle (-28,2%; -35,5% e -38,3%, imediatamente, 5 e 10 horas após o exercício respectivamente) e aumento na EG imediatamente e 10 h após no SOL (82% e 55,9% respectivamente). Nota-se que a cinética de EG do MCT1 em tecidos consumidores de lactato ocorre tardiamente, após 10 h. Já em relação a EG do MCT4, o exercício proposto parece não promover alteração nos tecidos FIG, GB, GV e BIC. Vale destacar ainda que em tecidos ativos, o exercício com predominância aeróbia promove adaptações agudas na EG do MCT1 tanto em tecidos com predominância de fibras tipo I quanto em tecidos com predominância de fibras tipo II. Entretanto, nenhuma alteração foi identificada no BIC, tecido inativo durante o exercício proposto. Assim, conclui-se com esse estudo, que a concentração de lactato obtida durante o exercício moderado em intensidade de MFEL não promoveu aumento significativo na expressão de MCT1 e MCT4 na musculatura pouca ativa do bíceps e que a manutenção da lactacidemia nessa intensidade de esforço pode ser controlada principalmente pela ação dos MCT1 no músculo sóleo e no coração.

Abstract

Lactate is an important energy intermediate metabolic produced constantly for the cells. However, its production is preponderant in situations of high energy demand. Currently, the lactate is understood as element key in an important mechanism of energy substratum sharing, a time that different tissues can share of one same energy source by means of oxidation or gluconeogenesis. Thus, the mechanisms of transport of this element can directly intervene with its plasma concentration in the period between its production and consumption. Our hypothesis is that the increase in the induced lactate concentration for the exercise can promote increase in the gene expression (GE) of these proteins in inactive muscles during the exercise, promoting bigger capacity to keep the lactate concentration during exercises in intensities equivalents to the maximal lactate steady state (MLSS), for increasing the participation of the inactive muscles in the removal of sanguineous lactate. The objective of the present study was to evaluate the GE of transporters MCT1 and MCT4 in active and inactive muscles, as well in the heart (HER) and liver (LIV) of mice in reply to the one only session of swimming in intensity equivalent the MLSS. Initially, 24 mice had evaluated, individually, the intensity equivalent the MLSS in the swimming exercise. After that, all the animals had been submitted to the session of exercise of swimming in the referring intensity to the MLSS during 25 min or until exhaustion. After the session of exercise, the animals had been divided in 3 groups and sacrificed in the periods immediately (n=6); 5 hours (n=6); e 10 hours (n=6) after the exercise session. As it has controlled had been used animal (n=6) with the same characteristic, except for the fact not having carried through the session of swimming exercise. The muscles sóleo (SOL), the portions white (GB) and red (GR) of the gastrocnemius and the biceps (BIC), considered inactive muscle, had been gotten, as well as the LIV and the HER. The GE was evaluated by RT-PCR. As statistical treatment it was used ANOVA with post-hoc of Tukey interpreted was 95% (<0,05). The determination of the MLSS in mice during the swimming exercise showed that the lactate plasma concentration values are around 5,5mmol/L. With regard to the MCT1, significant increase of the EG in the LIV was observed after (39%) 10 hours the exercise. In the GW expression peak was observed immediately after the exercise (62.3%). In the SOL the expression increased after the exercise immediately (202.1%) and if kept after high up to 10 hours (227.3% and 230%, 5 and 10 hours after the exercise respectively). In HER, BIC and GR had not been found alterations in the EG of the MCT1. Already in relation to the MCT4, significant reduction of the EG in the HER in all was observed the moments in relation to control (- 28.2%; -35,5% and -38,3%, immediately, 5 and 10 hours after the exercise respectively) and increase in EG immediately and 10hours after in the SOL (82% and 55.9% respectively). The kinetic of EG of the MCT1 in consuming lactate tissue occurs delayed 10 h. Already in relation the EG of the MCT4, the considered exercise seem not to promote alteration in LIV, GW, GR and BIC. Valley to detach despite in active tissue, the exercise with aerobic predominance in such a way promotes acute adaptations in the EG of the MCT1 in muscles with staple fiber predominance type I how much in muscles with staple fiber predominance type II. However, no alteration was identified in the BIC, weaveeed inactive during the considered exercise. Thus, it is concluded with this study, that the lactate concentration gotten during the moderate exercise in MSLL intensity did not promote significant increase in the GE of MCT1 and MCT4 in the muscle little active of the BIC and that the maintenance of the lactate concentration in this intensity of effort can mainly be controlled for the action of the MCT1 in the SOL muscle and the HER.