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Título

RATIO STUDIORUM, EDUCAÇÃO E CIÊNCIA NOS SÉCULOS XVI E XVII: MATEMÁTICA NOS COLÉGIOS E NA VIDA

Orientador

JOSÉ MARIA DE PAIVA

Autor

IRIA APARECIDA STORER DI PIERO

Palavra chave

EDUCAÇÃO JESUÍTICA; CIÊNCIA; MATEMÁTICA; RATIO STUDIORUM.

Grupo CNPQ


Programa

MS - EDUCAÇÃO (PPGE)

Área

CIÊNCIAS HUMANAS

Data da defesa

15/12/2008

Nº Downloads

7347

Resumo

O presente estudo teve como objetivo desvendar as possíveis conexões entre o desenvolvimento da ciência e a educação preconizada pela Companhia de Jesus nos séculos XVI e XVII através de revisão de literatura e leitura de documentos da Companhia, em especial o Ratio Studiorum. O exercício da atividade científica nesse recorte temporal foi, durante muito tempo, tratado como algo que não condizia com a vida religiosa, nos sendo difícil imaginar um padre ou um mestre jesuíta realizando experiências, produzindo livros científicos, lecionando disciplinas como astronomia, física, matemática, geometria, etc. Entendemos que essa forma de pensar seria olhar essa temática de forma anacrônica, emitindo juízos de valor a partir de uma ótica contemporânea. Para a finalidade desse estudo, não nos esquivamos de pensar que não há incompatibilidade entre ser jesuíta, ser educador e ser cientista. Porém, também não pensamos que os jesuítas se dedicaram ao estudo científico prioritariamente. Descobrimos que os conhecimentos construídos, especialmente dentro de instituições religiosas como a Companhia de Jesus e, consequentemente, o plano de estudos adotado em seus colégios - o Ratio Atque Institutio Studiorum Societatis Jesus nunca foi anti-científico, alcançando inúmeras nações e culturas, servindo de embasamento e disseminação tanto de práticas educativas, como de novos caminhos científicos (práticos e teóricos), espaço para o diálogo entre a matemática e as outras disciplinas do currículo. Destacamos entre os jesuítas cientistas e matemáticos: Clavius, Grienberger, Kricher e Ricci, considerados fundadores de novas metodologias científicas, bem como introdutores do aprendizado científico no ambiente escolar, com destaque para a Aula da Esfera do Colégio de Santo Antão e o desenvolvimento de um currículo de matemáticas para os colégios jesuítas. Demonstramos por meio dos autores, que se apresentaram nessa dissertação, que os jesuítas frente às novas realidades eram flexíveis e abertos às inovações, destacando que eles estavam, inclusive, perigosamente próximos das mais inovadoras tendências cientificas e filosóficas.

Abstract

This study has the objective of unraveling the possible connections between the development of science and the Society of Jesus driven education on XVI and XVII century. The scientific activity on this time frame was, during a long period, treated as something dissociated of religious life, which makes difficult for us to imagine a priest or a Jesuit master conducting experiments, writing scientific assays, teaching disciplines such as astronomy, physics, mathematics, geometry etc., in a époque where theology was the “Queen of Sciences”, and where philosophy was the most important discipline taught on the Jesuit colleges. But, it’s understood that this was thinking on this theme in an anachronistic manner, judging values from a contemporary point of view. For this study, we didn’t ignore the idea of an incompatibility between being a Jesuit, an educator and a scientist. Also, we didn’t put up the idea of Jesuits having scientific study as top priority. We believe, however, that a great majority of scientific knowledge were accumulated over the centuries allowing what is known as “Scientific Revolution”. And that this knowledge was built specially within religious institutions, since there were no more qualified institutions on the period. The Jesuit Colleges and therefore the education plans adopted by them – the Ratio Atque Institutio Studiorum Societatis Jesus, which had reached the four corners of the globe and were the basis and responsibles for the dissemination of new practical and theoretical scientific knowledge. The Jesuit Colleges were places where the mathematics tried to dialogue with others you discipline of the resume. It’s clergy, among which are Clavius, Grienberger, Kricher, Ricci among others, are considered the founders of new scientific methodologies, as well as the introducers of the scientific learning on the school environment, with particular focus to the Teaching of Sphere on Saint Anthony the Great College and the introduction of a scientific curricula (mathematics) on the Orders colleges. Therefore, we intend to clarify how the diffusion and production of scientific knowledge (specially the mathematic) and technical (related with the need of transatlantic navigation) on the Jesuits colleges of XVI and XVII century, hoping to demonstrate through the authors that are shown in this study that the Jesuits when faced with novel realities were flexible and open to innovation, dangerously close to the newest trends of science and philosophy.