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Título

REGENERAÇÃO NERVOSA E RECUPERAÇÃO FUNCIONAL APÓS ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA DE ALTA VOLTAGEM

Orientador

ROSANA MACHER TEODORI

Autor

ANDRÉIA MARIA SILVA

Palavra chave

REGENERAÇÃO NERVOSA, ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA DE ALTA VOLTAGEM, AXONIOTMESE,...

Grupo CNPQ


Programa

MS - FISIOTERAPIA

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

01/01/2009

Nº Downloads

18553

Resumo

A estimulação elétrica de alta voltagem (EEAV) é um recurso terapêutico pouco explorado na clínica. É conhecida sua ação circulatória e regenerativa em úlceras dérmicas e controle de edema. No entanto, não há relatos sobre sua ação no tecido nervoso periférico. Este estudo avaliou o efeito da estimulação elétrica de alta voltagem sobre as características morfométricas e funcionais do nervo isquiático regenerado após axoniotmese. Vinte ratos Wistar machos (210,80 ±10,79 g), divididos em 4 grupos (n=5): Controle (CON), Desnervado (D), Desnervado + Estimulação Elétrica de Alta Voltagem (EEAV) e sem lesão + Estimulação Elétrica de Alta Voltagem (SHAM). O nervo isquiático esquerdo foi esmagado por 4 pinçamentos de 20s. No grupo SHAM, o nervo foi exposto, mas não foi esmagado. Após 24 horas da lesão, os animais dos grupos EEAV e SHAM sofreram estimulação catódica até o limiar motor por 30 min (Freqüência de 100 Hz; Voltagem de 100 V, duração pulso de 20 µseg e duração interpulso de 100 µseg), 5 vezes por semana (segunda a sexta-feira). Um eletrodo ativo de silicone-carbono (2,0 x 2,0 cm), foi posicionado sobre a cicatriz cirúrgica e outro, dispersivo (4,0 x 4,0 cm), foi posicionado paralelo ao ativo, preservando-se uma distância de 1 cm entre eles. Realizou-se o registro da marcha (pré-operatório, 7 , 14 e 21 dias pós-operatório - PO), a partir das distâncias entre a extremidade do 3 dedo e o calcâneo - PL; entre o 1 e o 5 dedo - TS e entre o 2 e o 4 dedo - ITS em ambas as patas. O nervo isquiático de todos os animais foram coletado, fixado em Karnovsky, pós-fixado em tetróxido de ósmio, processado para inclusão em resina Araldite e cortes transversais de 1 µm foram submetidos à análise morfométrica e quantitativa. Os dados funcionais e morfométricos foram processados estatisticamente (SPSS/PC versão 13.0). O teste Shapiro Wilk avaliou a distribuição dos dados. Para análise do diâmetro do axônio, utilizou-se o teste Anova (F) seguido de Tamhane's T2 e, para demais variáveis, utilizou-se o teste Anova (F) seguido de Tukey HSD. Para análise funcional, utilizou-se o teste de Anova (F) para medidas repetidas, seguido de Post hoc LSD. Considerou-se p<0,05. Não houve diferença estatística com relação ao número de axônios (p=0,4). O diâmetro dos axônios, das fibras nervosas e a espessura da bainha de mielina nos grupos desnervados foram menores que nos grupos CON, EEAV e SHAM (p<0,05). Na análise do Índice Funcional do Ciático (IFC) intragrupos, nos grupos D e EEAV, houve redução significativa da função no 7 e 14 dia, com recuperação no 21 dia (p<0,05). Na avaliação intergrupos, no 7 e 14 dia PO, houve diferença estatística entre os grupos D e EEAV em relação ao SHAM. No 14 dia PO houve diferença estatística entre os grupos D e EEAV (p<0,05). Conclui-se que a EEAV acelerou a maturação das fibras nervosas regeneradas após axoniotmese, bem como a recuperação funcional.

Abstract

The high-voltage electrical stimulation (HVES) is a therapeutic resource little explored in clinical. Its action is known in circulatory and regenerative skin ulcers and control of edema. However, there are no reports on their action in the peripheral nervous tissue. This study evaluated the effect of high-voltage electrical stimulation on the morphometric characteristics and functional recovery of the sciatic nerve after axonotmesis. Twenty male Wistar rats (210.80 ± 10.79 g) divided into 4 groups (n = 5): Control (CON), Denervated (D), Denervated + High Voltage Electrical Stimulation (EEAV) and without injury + High Voltage Electrical Stimulation (SHAM). The left sciatic nerve was crushed by 4 clamping of 20 seconds. In the SHAM group, the nerve was exposed, but not crushed. After 24 hours of injury, the animals of the EEAV and SHAM groups suffered cathodic stimulation until the motor threshold for 30 min (frequency of 100 Hz, voltage of 100 V, pulse duration of 20 ?seg e interpulse duration of 100 ?seg), 5 times per week (monday to friday). A silicon-carbon active electrode (2.0 x 2.0 cm) was placed on the surgical scar and another, dispersive, (4.0 x 4.0 cm) was positioned parallel to the active, according to a distance of 1 cm between them. It was performed the hind footprints (pre-operatory, 7th, 14the 21thpost operatory - PO days), by distance between the 3rdfinger extremity and calcaneus - PL; the 1st and the 5thfinger - TS and the 2ndand 4thfinger - ITS was measured in both legs. All animals' sciatic nerve was collected, fixed in Karnovsky, post fixed in osmium tetroxide, processed for inclusion in Araldite resin and 1 µm transverse sections were made for the morphometric and quantitative analysis. Functional and morphometric data were processed statistically (SPSS / PC version 13.0). The Shapiro Wilk test evaluated the data distribution. For the axon diameter analysis the ANOVA (F) followed Tamhane's T2 was used. For others variables, the ANOVA (F) followed by Tukey HSD test was used. For functional analysis, we used the Anova (F) test for repeated measures followed by post hoc LSD test (p<0.05). There was no statistical difference in the axons number (p=0.4). The axons, the fiber diameter and myelin sheath thickness in the denervated groups were lower than CON, EEAV and SHAM groups (p<0.05). In the intragroup Sciatic Functional Index (IFC) analysis there was significant reduction of function in both D e EEAV groups in the 7thand 14thPO day with recovery in the 21thday (p<0.05). In the intergroup analysis, there was statistical difference of D and EEAV groups between SHAM group in the 7thand 14thPO days. In the 14thPO day there was statistically difference between D and EEAV groups (p<0.05). We conclude that the EEAV accelerated the regenerated nerve fibers maturation after axonotmesis, as well as functional recovery.