Visualização do documento
Título
AVALIAÇÃO FUNCIONAL DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO EM MULHERES CONTINENTES E INCONTINENTES
Orientador
ELAINE CALDEIRA DE OLIVEIRA GUIRRO
Autor
CARLA CAMPOS MARTINS
Palavra chave
DINAMÔMETRO DE FORÇA MUSCULAR, INCONTINÊNCIA URINÁRIA, FISIOTERAPIA.
Grupo CNPQ
Programa
MS - FISIOTERAPIA
Área
CIÊNCIAS DA SAÚDE
Data da defesa
06/03/2009
Nº Downloads
2653
Resumo
A redução da força dos músculos do assoalho pélvico (MAP) é uma das principais causas da incontinência urinária de esforço (IUE). O dinamômetro é uma das técnicas utilizadas para avaliar a função desses músculos. O objetivo do estudo foi avaliar a força ativa e passiva dos MAP e a abertura vaginal em mulheres continentes e incontinentes. Participaram da pesquisa 32 voluntárias, divididas em dois grupos: Grupo 1, com 16 mulheres continentes, idade entre 29 e 60 anos (37±8) e índice de massa corporal (IMC) entre 20 e 27,5 kg/m2 (23±1) e Grupo 2, com 16 mulheres com incontinência urinária, idade entre 31 e 61 anos (48±7) e IMC entre 21 e 33 kg/m2 (26±3). A incontinência urinária foi constatada por meio dos exames médicos clínico e urodinâmico. Utilizou-se como instrumento de avaliação um dinamômetro especular, com dois pares de strain gauges que captam a deformação da haste móvel tanto no sentido ântero-posterior quanto látero-lateral. Para observação isolada dos MAP, utilizou-se o controle eletromiográfico dos músculos glúteos e abdominais. A análise da força passiva dos MAP foi efetuada com o dinamômetro introduzido no terço distal da vagina onde procedeu-se a abertura máxima suportada. A força ativa foi avaliada por abertura padronizada de 0,5 kgf, seguida de três contrações isométricas máximas dos MAP durante 4 seg cada com intervalo de 2 min entre as coletas. O estudo foi caracterizado como cego, uma vez que a análise dos dados foi realizada por um pesquisador que não participou da avaliação e das coletas. As variáveis categóricas foram avaliadas por meio do teste de Qui-quadrado, e para as variáveis quantitativas utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk para verificar a normalidade dos dados, seguido de teste t para amostras independentes para os dados normais e de teste de Mann-Whitney para dados sem normalidade, analisados no Bioestat® 5.0, considerando-se o nível de 5% de significância. Para as forças ântero-posterior, látero-lateral, passiva e abertura da cavidade vaginal, aplicou-se a curva ROC (Receiver Operating Characteristics Curve) utilizando-se o programa MedCalc® com o objetivo de se obter o ponto de corte de maior sensibilidade e especificidade no diagnóstico da incontinência urinária de esforço. Os resultados encontrados indicam que a força ativa ântero-posterior dos MAP foi maior nas continentes do que nas incontinentes (p<0,01). Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos na força látero-lateral (p=0,23), na força passiva (p= 0,89) e na abertura vaginal (p=0,06). O ponto de corte encontrado para a força ântero-posterior, única variável com diferença significativa, foi de 0,166 kfg. Conclui-se que nas condições experimentais utilizadas a força ântero-posterior dos MAP é maior nas mulheres continentes do que nas incontinentes.
Abstract
The reduction of force of the pelvic floor muscles (PFM) is a major cause of stress urinary incontinence (SUI). The dynamometer is one of the techniques used to evaluate the function of these muscles. The aim of this study was to evaluate the active and passive strength of the PFM and the vaginal opening in continent and incontinent women. Thirty-two volunteers participants were divided in two groups: Group 1, with 16 continent women, aged between 29 and 60 years old (37±8) and body mass index (BMI) between 20 and 27,5 kg/m2 (23±1) and Group 2 with 16 women with urinary incontinence, aged between 31 e 61 anos (48±7) and BMI between 21 and 33 kg/m2 (26±3). Urinary incontinence was detected through clinical and urodynamic medical exams. It was used as a tool for assessing the PFM a dynamometer speculum, with two pairs of strain gauges that capture the deformation of the adjustable branch in both antero-posterior and latero-lateral way. For isolated observation of the PFM, it was used an electromyographic control of the abdominal and gluteal muscles. The analysis of the passive strength of PFM was made with the dynamometer introduced into the distal third of the vagina which was opened until the maximal vaginal aperture supported. The active force was evaluated with standardized opening of 0,5 kgf, followed by three maximum isometric contractions of PFM for 4 seconds each with an interval of 2 minutes between collections. The study was described as a blind one, because the data analysis was done by a researcher who did not attend the assessment and collection. The categorical variables were evaluated using the Chi-square test, and for quantitative variables Shapiro-Wilk test was used to verify the normality of the data, followed by t test for independent samples for the normal data and test Mann-Whitney for not normal data, tested at BioEstat® 5.0 considering the level of 5% significance. For antero-posterior, latero-lateral and passive forces and for the vaginal cavity opening, it was applied the ROC Curve (Receiver Operating Characteristics Curve) using the MedCalc ® program to obtain the cutoff point of greater sensitivity and specificity in the diagnosis of urinary incontinence. The results indicate that the antero-posterior strength of PFM was higher in continents than in incontinents (p<0,01). There were no significant differences between groups in the latero-lateral strength (p=0,23), in the passive force (p= 0,89) and in the vaginal opening (p=0,06). The cutoff point for the antero-posterior force, the only variable that had significant difference, was 0,166 kfg. The conclusion is that under the experimental conditions used the antero-posterior PFM strength is higher in continent than incontinent women.