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Título

O PAPEL DO PROFESSOR NA TOMADA DA PALAVRA PELO ALUNO NA LÍNGUA INGLESA: UMA ANÁLISE ENUNCIATIVA DAS INTERLOCUÇÕES EM SALA DE AULA

Orientador

Maria Nazaré da Cruz

Autor

RENATA H. P. PUCCI

Palavra chave

enunciação em língua inglesa; medição do professor; análise enunciativa.

Grupo CNPQ


Programa

MS - EDUCAÇÃO (PPGE)

Área

CIÊNCIAS HUMANAS

Data da defesa

01/01/2011

Nº Downloads

2648

Resumo

Este trabalho analisa o papel do professor na tomada da palavra pelo aluno em sala de aula de língua inglesa. Trata-se de uma análise enunciativo-discursiva das interlocuções entre os sujeitos - alunos de uma turma do estágio intermediário e sua professora. Para a construção dos dados deste estudo foram realizadas filmagens das aulas ao longo de aproximadamente dois meses em uma escola de idiomas localizada no interior de São Paulo. Nas concepções atuais de ensino de língua estrangeira espera-se que os alunos exerçam suas habilidades orais na língua em estudo, tomem a palavra. Este objetivo dirige o encaminhamento do discurso do professor nas aulas. Neste estudo voltei-me para o papel do professor como mediador importante na aquisição do conhecimento pelos alunos e, ainda, como aquele que promove ao aluno o lugar de interlocutor no espaço institucional de aquisição de conhecimento, a sala de aula. Assumi nesta investigação um olhar norteado pela abordagem histórico-cultural, o que significa compreender os sujeitos como seres sociais, que se constituem na relação com outros indivíduos, em contextos histórico-culturais determinados. Esta abordagem situa a constituição do psiquismo no terreno da cultura, nas interações sociais mediadas pela linguagem. Por me valer desta abordagem teórico-metodológica, dialogo fundamentalmente com Vygotsky, em sua teoria psicológica historicamente fundamentada e com Bakhtin, em sua teoria enunciativa de linguagem. As análises mostram que o discurso da professora enquanto moldado em um formato discursivo tipicamente escolar, como o esquema pergunta-resposta, por exemplo, não alcança seu objetivo, não confere ao aluno um espaço para uma participação oral significativa. Movimentos em seu discurso, porém, quando a professora toma parte no diálogo, devolve a palavra ao seu interlocutor, participa com sua opinião, com suas histórias, promove uma mudança qualitativa nos discursos dos alunos. Estes deixam o posto de colaboradores do discurso escolar para tomar a palavra, opinar, argumentar, compartilhar experiências. Vemos que a professora tem papel mediador fundamental no processo da tomada da palavra pelo aluno. Com a sua participação e colaboração, os diálogos vão sendo construídos em sala de aula e quando por ela não é propiciado o espaço para as interlocuções dos alunos, estas não acontecem.

Abstract

The aim of this work is to analyze the role of the teacher in the students‟ oral participation, in English as a second language classes. The study carries out an enunciative-discursive analysis of the discursive dynamics in the classroom. The data was collected during classroom interactions in an English course for a group of intermediate students. The classes were video-recorded, during two months, and analyzed afterwards. The study took place in an English school in the state of São Paulo. The currently recognized approaches, that are generally accepted norms in the field, imply that students ultimately have to use the language, productively. This goal is sought by the teacher and guides her speech during the classes. In this work I look at the teacher‟s mediation in the students‟ process of building knowledge. Also, I see the teacher as the one who can provide to the students their own place of enunciation in the classroom. Following the cultural and historical approach, where the knowledge is built through social mediation and where meanings/senses are produced within social situations, the discussion is based mainly on Vygotsky‟s studies and on the bakhtinian concept of language. The data analysis indicates that while the discursive dynamics in the classroom follows a teacher-centered format, based on a „question and answer‟ strategy, there isn‟t effective oral participation of her students. On the other hand, when the teacher engages herself in a dialog with the students, listens to their answers and replies to them, in a non-mechanical way and shares opinions and experiences, the students feel invited to do the same. We can verify that the teacher has a major role in the students‟ oral production. Her participation and collaboration helps students to build their speech. The interaction among them occurs when the teacher conceives the language as a fluid event, enmeshed in the discursive dynamics in the classroom, where language is transformed, created, where meanings/senses are produced.