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Título

ERA UMA VEZ: CONTANDO HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Orientador

RENATA CRISTINA OLIVEIRA BARRICHELO CUNHA

Autor

BRANCA MONTEIRO CAMARGO

Palavra chave

Educação Infantil, Literatura Infantil e Formação de Professores.

Grupo CNPQ


Programa

MS - EDUCAÇÃO (PPGE)

Área

CIÊNCIAS HUMANAS

Data da defesa

28/06/2011

Nº Downloads

811

Resumo

Este estudo tem por objetivo conhecer os encaminhamentos e intervenções de professoras, quando contam histórias, para alunos da Educação Infantil. A investigação é relevante porque além de contribuir para o aumento do conhecimento da área, pode nos ajudar a refletir sobre uma prática pedagógica extremamente importante para a inserção da criança na história cultural e das significações de seu grupo social. Para responder a questão da investigação - Quais os encaminhamentos feitos pelas professoras nos momentos de contar histórias para as crianças na sala de aula? - utilizei observações videogravadas e registradas em diário de campo de duas professoras que contavam semanalmente histórias para os seus alunos de 4 a 5 anos, de uma escola de educação infantil, do interior do estado de São Paulo. O referencial teórico adotado nesse estudo destaca as contribuições da Literatura Infantil (LAJOLO, 1994; MACHADO, 2004; RIBEIRO, 2007; ZILBERMAN, 2003, 2005, 2009) e da interação social para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças (VIGOTSKI, 2000, 2007, 2009; KRAMER, 2006, 2009; PINO, 2000; GÓES, 2000). As análises dos encontros das professoras com as crianças, com base na abordagem microgenética (GÓES, 2000), apontam que contar histórias não é algo espontâneo e natural para essas professoras, mas resultado de elaborações pessoais e de uma formação que não levou em conta a apreciação literária do texto. As professoras participantes dessa pesquisa, ao apresentarem e dialogarem sobre as leituras com as crianças, demonstraram preocupação em transmitir regras de comportamento e boas maneiras, bem como explicação dos significados de palavras, estabelecendo interações orientadas por perguntas que buscavam avaliar a compreensão das crianças em relação à história contada, mantendo assim a atenção das mesmas. O diálogo e as ações pedagógicas, em muitos episódios, estiveram mais voltados para manter o silêncio dos alunos e para garantir a transmissão de orientações e informações para as crianças. Faz-se necessário repensar a formação de professores de modo que a rotina de contar histórias na Educação Infantil possa efetivamente cumprir com seu papel de levar as crianças a um mundo simbólico, imaginativo, criativo e reflexivo.

Abstract

This study seeks a better understanding of the orientation of interventions by teachers when they are telling stories to primary school children. This investigation is relevant because besides increasing the body of Educational knowledge, it can help us to think about an extremely important pedagogic practice, namely the giving to children knowledge about their cultural history and of their meaning in their social group. In order to answer the main question of this investigation - Which are the orientations the teachers use when they tell stories to the children in the classroom? - I used video recorded observations and registers in a field diary of two teachers who were telling weekly stories to 4 to 5 years old pupils from a Primary School from the interior of the state of Sao Paulo. The theoretical references adopted in this study emphasise the contributions in Children Literature of LAJOLO (1994), MACHADO (2004), BROOK (2007) and ZILBERMAN (2003, 2004, 2005, 2009) and of the studies of social interaction for children development and learning (VIGOTSKI, 2000, 2007, 2009; KRAMER, 2006, 2009; PINO, 2000; GÓES, 2000). The analysis of the meetings between teachers and children, based upon the microgenetic approach (GÓES, 2000), pointed out that telling stories is not an spontaneous and natural action for these teachers, but it is a result of personal elaboration and of a background that did not take into account the literary appreciation of the text. The teachers, while presenting and talking to the children about the stories, demonstrated a preoccupation in transmitting rules of behavior and good manners, as well as explanations of the meaning of words. The teachers established interactions with the children followed by questions aimed at evaluating the understanding of the story by the children, keeping their interested attention. The dialogue and the pedagogic actions, in many episodes, were preferentially directed to keep pupils silent to guarantee the transmission of information to the children. It is therefore necessary to re-think teachers' formation so that the routine of story telling in Primary Schools can effectively achieve the role of taking the children to a symbolic, imaginative, creative and reflexive world.