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Título
Estudo da função pulmonar e da força muscular respiratória de mulheres com obesidade mórbida
Orientador
Eli Maria Pazzianotto Forti
Autor
Fabiana Sobral Peixoto Souza
Palavra chave
Obesidade mórbida, Espirometria, Pressões respiratórias máximas, Músculos...
Grupo CNPQ
Programa
MS - FISIOTERAPIA
Área
CIÊNCIAS DA SAÚDE
Data da defesa
08/02/2012
Nº Downloads
2047
Resumo
A obesidade promove alterações na função pulmonar devido ao excesso de tecido adiposo na região tóraco-abdominal, levando a redução de volumes pulmonares bem como alterando a mecânica dos músculos respiratórios. Desta forma o objetivo deste estudo foi avaliar a função pulmonar de mulheres com obesidade mórbida e comparar com a função pulmonar de mulheres eutróficas; correlacionar volumes pulmonares com as características antropométricas; avaliar e comparar a força muscular respiratória (FMR) de obesas mórbidas com os valores preditos por diferentes equações matemáticas encontradas na literatura. Trata-se de um estudo transversal composto de 60 mulheres adultas, divididas em 2 grupos: 30 mulheres com obesidade mórbida (IMC≥40 Kg/m²) e um grupo controle composto por 30 mulheres eutróficas (IMC entre 18,5 e 24,9 Kg/m²). Foram realizadas avaliações das características antropométricas, dos volumes e capacidades pulmonares através da espirometria e da força muscular respiratória por meio das pressões respiratórias máximas utilizando-se um manovacuômetro. Foi utilizado o teste de Shapiro Wilk, teste t- Student, Mann- Whitney, Friedmam, ANOVA medidas repetidas com post-hoc de Bonferroni, correlação de Pearson ou Spearman. Em relação à idade, estatura e nível de atividade física os dois grupos apresentaram resultados semelhantes (p>0,05). O volume de reserva expiratório (VRE) foi significativamente menor nas obesas (0,39±0,31L) em comparação as eutróficas (0,85±0,35L), com aumento significativo do volume de reserva inspiratório (VRI) e da capacidade inspiratória nas obesas (p<0,05). Os valores do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) em porcentagem do predito e em valores absolutos foram significativamente menores nas obesas mórbidas em comparacão as eutróficas (p<0,05). Não foram observadas diferenças nos valores na capacidade vital forçada (CVF), capacidade vital lenta (CVL), e razão VEF1/CVF entre os grupos. Observou-se correlação negativa entre a massa corporal, IMC, circunferência da cintura (CC), relação cintura quadril (RC/Q) e circunferência do pescoço (CP) com o VRE respectivamente (r=- 0,3757, -0,4112, -0,4771,-0,03456, -0,5145). As obesas apresentaram aumento significativo nos valores obtidos de PImáx (87,83±21,40) em comparação as eutróficas (72±15,23) e redução significativa da PImáx (-85,83±21,40 cmH2O) segundo os valores previstos pela equação EHarik (-130,71±11,98 cmH2O ). Quanto a PEmáx não houve diferenças nos valores obtidos entre os grupos (p>0,05). Não foram observadas concordâncias dos valores obtidos e previstos de PEmáx segundo as equações ENeder e ECosta. Os resultados deste estudo mostram que as obesas mórbidas apresentaram diminuição do VRE e do VEF1 e aumento do VRI e da CI em relação às eutróficas. Em relação à força muscular respiratória as obesas mórbidas apresentaram aumento da força muscular inspiratória em relação às eutróficas. A equação mais apropriada para calcular os valores previstos de obesas mórbidas para a PImáx é a de Harik –Khan et al. (1998). Por meio desse cálculo as obesas mórbidas apresentam redução da força muscular inspiratória. As equações propostas para o cálculo da força muscular expiratória das obesas mórbidas foram inconclusivas.
Abstract
Obesity promotes changes in pulmonary function due to excessive fat in the thoracic-abdominal region, leading to reduced lung volumes and capacities as well as changing the mechanic of the respiratory muscles. Thus, the objective of this study was to evaluate pulmonary function in women with morbid obesity and compared with lean women; to correlate lung volumes with anthropometric characteristics; to evaluate and compare the respiratory muscle strength (RMS) of morbidly obese with the values predicted by different mathematical equations found in literature. It is a cross-sectional study comprised of 60 adult women, divided into 2 groups: 30 women with morbid obesity (BMI≥40 kg/m²) and a control group of 30 lean women (BMI between 18.5 and 24.9 kg/m²). Anthropometric characteristics, lung volumes and capacities by spirometry and respiratory muscle strength by maximal respiratory pressures using a manometer were evaluated. It were used the Shapiro Wilk, t-test, Mann-Whitney Friedmam, repeated measures ANOVA test with post hoc Bonferroni, Pearson correlation or Spearman. In regard to age, height and activity level, the two groups showed similar results (p>0.05). The expiratory reserve volume (ERV) was significantly lower in obese (0.39±0.31L) compared to normal weight (0.85±0.35L), with a significant increase in inspiratory reserve volume (IRV) and inspiratory capacity in obeses (p<0.05). The values of forced expiratory volume in one second (FEV1) in percentage of predicted and absolute values were significantly lower in morbidly obese compared to normal weight (p<0.05). There were no differences in the forced vital capacity (FVC), slow vital capacity (SVC) and the FEV1/FVC ratio between groups. There was negative correlation between body mass, BMI, waist circumference (WC), waist-hip ratio (WHR) and neck circumference (NC) with ERV, respectively (r = -0.3757, -0.4112 , -0.4771, -0.03456, -0.5145). The obese showed a significant increase in the values of MIP (87.83±21.40) compared to lean (72±15.23) and significant reduction of MIP (-85.83±21.40 cmH2O) according to the predicted values by EHarik equation (-130.71±11.98 cmH2O). In regards to MEP, there were no differences in values between the groups (p>0.05). There were no concordance of measured and predicted values of MEP according to equations of ENeder and ECosta. The results of this study show that morbidly obese demonstrated a decrease of ERV and FEV1 and increase the IRV and IC compared with lean women. In relation to the respiratory muscle strength, morbidly obese had increased muscle strength compared to normal weight. The most appropriate equation to calculate the predicted values of morbidly obese for MIP is Harik-Khan et al. (1998). By this calculation, the morbidly obese have reduced inspiratory muscle strength. The proposed equations to calculate the expiratory muscle strength of the morbidly obese were inconclusive.