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Título
JOGO E DESENVOLVIMENTO: ESTUDO COM CRIANÇAS DE 05 E 06 ANOS EM UMA ESCOLA PRIVADA NA CIDADE DE HORTOLÂNDIA/SP
Orientador
RUTE ESTANISLAVA TOLOCKA
Autor
RILLER SILVA REVERDITO
Palavra chave
Jogo; Criança; Desenvolvimento Infantil; Educação Física; Modelo...
Grupo CNPQ
Programa
MS - EDUCAÇÃO FÍSICA
Área
CIÊNCIAS DA SAÚDE
Data da defesa
28/02/2011
Nº Downloads
1770
Resumo
O fenômeno jogo é observado de forma particular na infância, marcando características específicas de mudanças e continuidades no processo de desenvolvimento. É um dos fenômenos mais significativos para a criança ao realizar sua experiência existencial no mundo das ações humanas. Todavia, o espaço e o tempo disponíveis para o jogo, na perspectiva do desenvolvimento humano acontecendo em um sistema aninhado, têm sido suprimidos, principalmente aqueles que têm na motricidade humana sua forma mais eloqüente de manifestação. Sendo uma estrutura para ação, a supressão expressiva do espaço e tempo disponíveis para o jogo poderá estar provocando prejuízos ao desenvolvimento e bem estar da criança. Objetivo: Estudar a interação da criança com o ambiente no ato de jogar, verificando seu desenvolvimento. Materiais e Métodos: Pesquisa do tipo qualitativo exploratóriodescritivo, pautada nos pressupostos do Modelo Bioecológico do Desenvolvimento Humano, por meio do método de inserção ecológica. Participaram do estudo 50 crianças de ambos os sexos, sendo 25 delas residentes na cidade de Hortolândia, com idades entre 5 e 6 anos, matriculados em duas turmas de primeiro ano do ensino fundamental de uma escola privada.
Os instrumentos utilizados foram: diários de campo para registro das observações in locu e filmagem; questionários semi-estruturado e estruturado, para obter dados do cotidiano das crianças no microssistema secundário (casa) e do macrossistema (cidade de Hortolândia). As observações in locu das crianças aconteceram em circunstâncias de jogos em 20 sessões semanais. Os critérios para escolha da cidade e turma foram acessibilidade e representatividade. Resultados e Discussão: Na escola (microssistema principal) observamos
que as circunstâncias dos jogos foram marcadas pelo equilíbrio entre as disposições geradoras e os recursos, orientado para o êxito da ação. Houve predomínio de estruturas interpessoais de participação conjunta. A participação em jogos locomotores foi significativa para a maioria
das crianças, bem como nos jogos objeto-direcionados, social e de fantasia. A alegria foi a emoção predominante. Observamos ampliação na estrutura das relações interpessoais e engajamento em atividades de participação conjunta, maior controle da emoção e aquisição de
capacidades e habilidades observadas na exploração e sustentação das formas de jogos. Os pais disseram que em casa (microssistema secundário) as crianças apresentavam disposição para jogos de exploração, de objeto-direcionados e de fantasia; a residência foi apontada como principal espaço para a criança jogar e os pais disseram ter pouco tempo para participar de jogos com os seus filhos (as). Na cidade de Hortolândia (macrossistema) apesar de haver
espaços para o lazer, estes em sua maioria não estão disponíveis para as crianças, tendo em vista o risco físico e social e a restrição de mobilidade. Na análise da inter-relação entre os níveis do sistema, constatamos elementos do macrossistema e mesossistema exercendo força
sobre o ato de jogar da criança, assim como as interações estabelecidas no ambiente de jogo agindo sobre o sistema, sustentando formas particulares de interação entre o organismo e o ambiente. Considerações Finais: O jogo enquanto uma estrutura para ação de caráter relacional, influencia e é influenciado por diferentes níveis do sistema e é detentor de características próprias do ambiente em que acontece, as quais são capazes de colocar em movimento os recursos da pessoa. A natureza do jogo (ato de jogar) é orientada para o êxito da ação, desse modo exige o máximo dos atributos da pessoa para responder a demanda do
jogo, ou seja, satisfazer o impulso para o jogo. Todavia, observamos que diferentes níveis do sistema estão suprimindo o espaço e tempo disponíveis para o jogo, por conseguinte, podendo afetar o status do desenvolvimento da criança. Tornar o espaço e tempo disponíveis para o
jogo perpassa por ações que alcancem diferentes níveis do sistema, desde os microssistemas em que a criança participa diretamente às Políticas Públicas no macrossistema.
Abstract
The play phenomenon is particularly observed during childhood, when it emphasizes specific features of changes and continuities in the development process. It is one of the most significant phenomenon to children when realizing their existential experience in the world of human actions. However, space and time available for play, from the perspective of human development happening in a nested system, are being restrained, especially those that are focused on the human movement as its most eloquent form of manifestation. Being a framework for action, the expressive suppression of space and time available for play may causing harm to the development and wellness of the child. Objective: To study the interaction between children and the environment during playing, evaluating their development. Materials and Methods: Qualitative exploratory-descriptive research, based on the assumptions of Bio-ecological Human Development Model, through ecological insertion method. The study included 50 children of both sexes, with 25 of them living in the city of Hortolândia, aged between 5 and 6 years enrolled in two classes of the first years of elementary education at a private school. The instruments used were: field journals to record observations and filming in locus; semi-structured and structured questionnaires to obtain data from the daily lives of children in secondary microsystem (household) and macrosystem (Hortolândia city). The observations in locus of children took place in circumstances of play in 20 weekly sessions. The criteria for selection of the city and class were accessibility and representativeness. Results and Discussion: At school (main micro system), it was observed
that the circumstances of the play were marked by a balance between the key drivers and the resources, geared towards successful action. There was predominance of interpersonal structures of joint participation. The participation in locomotion play was significant for most children, as well as in object-directed,social and fantasy play. Joy was the predominant emotion. It was observed expansion in the structure of interpersonal relationships and engagement in activities of joint participation, more emotion control and acquisition of skills
and abilities observed in the exploration and maintenance of the forms of play. The parents said that at home (micro system secondary) children were willing to exploration, objectoriented and fantasy play; the residence was identified as the main play area for children, and
parents said they had little time to play with their children. In the city of Hortolândia (macrosystem), despite the existence of spaces for recreation, mostly of them are not available to children, given the physical and social risk and restricting mobility. In the analysis of the interrelation between the levels of the system, we find elements of macro and mesosystem exerting force on the children’s playing act, as well as the interactions established in the play environment acting on the system, claiming specific forms of interaction between the
organism and the environment. Conclusion: The play as a framework for relational character action, influences and is influenced by different levels of the system and holds specific characteristics of the environment where it happens, which are capable of setting in motion
the resources of the person. The nature of the play (the act of playing) is oriented towards the success of the action, therefore requiring the most of someone’s skills in order to answer the
demand of the play, that is, to satisfy the urge to play. However, we found that different levels of the system are limiting the space and time available for the play, which consequently may affect the status of child development. Making space and time available for play runs through actions that achieve different levels of the system, from the microsystems in which children participate directly, to the Public Policy macrosystem.