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Título

Efeitos do treinamento físico aquático sobre a modulação autonômica da frequência cardíaca, inflamação sistêmica, capacidade funcional e qualidade de vida em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica

Orientador

Marlene Aparecida Moreno

Autor

Bruna Gallo da Silva

Palavra chave

DPOC, Hidroterapia, Sistema Nervoso Autônomo, Inflamação, Aptidão Física,...

Grupo CNPQ


Programa

MS - FISIOTERAPIA

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

28/02/2012

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Resumo

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada pela obstrução ao fluxo aéreo, que além do comprometimento pulmonar, produz consequências sistêmicas significativas, as quais podem ser minimizadas com o treinamento físico. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de um programa de exercícios físicos aquáticos sobre a modulação autonômica da frequência cardíaca (FC), inflamação sistêmica, capacidade funcional, dispneia ao esforço e qualidade de vida em pacientes com DPOC. Foram estudados 14 voluntários com diagnóstico de DPOC (classificação GOLD I/II/III/IV), gênero masculino, randomizados em grupo controle (GC) e o grupo treinado (GT). Antes e após o protocolo de exercícios, os pacientes foram submetidos à avaliação da modulação autonômica da FC através da análise da sua variabilidade (VFC), do processo inflamatório sistêmico pela dosagem do biomarcador proteína C reativa (PCR), da capacidade funcional por intermédio do teste de caminhada de 6 minutos (TC6’), da dispneia ao esforço pelas escalas Medical Research Council (MRC) e Borg, e da qualidade de vida (QV) através do questionário Saint George Respiratory Questionnaire (SGRQ). Para a análise dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk, Teste t de Student pareado, Teste t de Student não pareado e o Coeficiente de Correlação de Pearson (r), com nível de significância de α=5%. Os resultados demonstraram diferença significativa na comparação entre os índices da VFC do GT nas condições pré e pós-treinamento, (RMSSD 10,0±8,5 vs 17,1±7,3; BF 80,9±14,5 vs 60,2±24,2; AF 19,1±14,5 vs 39,7±24,2; BF/AF 8,4±10,5 vs 3,3±4,5; SD1 7,1±6 vs 12,2±5,2), no entanto os índices SDNN e SD2 mantiveram-se semelhantes. Para o GC, não houve diferença em nenhum dos índices estudados. Na análise da PCR comparando as condições pré e pós-treinamento, não foram encontrados diferenças significativas em ambos os grupos. Com relação à capacidade funcional, foi verificado aumento significativo na distância percorrida (DP) entre o pré e pós-treinamento apenas do GT (DP 471,4±78,7 vs 545,8±80,5). No que se refere à dispneia, os resultados mostraram que após o período de treinamento, houve redução significativa somente para o GT, tanto na avaliação pela escala MRC (3,0±1,0 vs 1,8±0,8), quanto pela escala de Borg (5,1±1,0 vs 3,7±0,4). A análise do SGRQ mostrou valores significativamente menores no GT (Sintomas 58,0±15,3 vs 49,2±11,5; Atividades 59,1±16,8 vs 50,8±14,1; Impacto 37,9±17,4 vs 32,6±17, e Total 47,7±15,7 vs 40,3±13,8), enquanto que o GC revelou maiores valores (Sintomas 58,1±13,1 vs 66,8±11,9; Atividades 75,9±16,4 vs 82,6±11,5; Impacto 52,1±18,1 vs 59,8±16,4; Total 60,2±14,8 vs 67,6±12,1). Também foram encontradas correlações negativas e significativas entre o delta da DP com os valores da escala de dispneia MRC (r=-0,63; p=0,01), delta da DP e dispneia pela escala de Borg (r=-0,55; p=0,03), delta da VFC e QV (r=-0,53; p=0,04), delta da DP e QV (r=-0,55; p=0,04). Conclui-se que o treinamento físico aeróbio aquático promoveu adaptações benéficas sobre a modulação autonômica da FC, capacidade funcional, dispneia ao esforço, e a qualidade de vida em pacientes com DPOC.

Abstract

Chronic obstructive pulmonary disease (COPD) is characterized by the obstruction of the airways. It causes pulmonary impairment with significant systemic consequences, which can be minimized through physical training. The aim of this study was to evaluate the effect of an aquatic exercise program on the autonomic modulation of heart rate (HR), systemic inflammation, functional capacity, exertional dyspnea, and the quality of life in patients with COPD. Fourteen male volunteers diagnosed with COPD (GOLD classification I/II/III/IV) participated in the study and were randomized in control group (CG) and trained group (TG). Before and after the exercise protocol, patients were submitted to the evaluation of the autonomic modulation of heart rate variability (HRV), systemic inflammatory process by the biomarker dose C reactive protein (CRP), functional capacity through the 6-minute walk test (6mwt), dyspnea on exertion by Medical Research Council (MRC) and Borg scales, and the quality of life (QL) by Saint George Respiratory Questionnaire (SGRQ). For data analysis, the Shapiro-Wilk test, paired and unpaired Student's t-test and the Pearson correlation coefficient (r), with significance level α = 5% were used. The results showed significant differences when comparing the HRV indices of the TG in pre and post training conditions (RMSSD 10.0±8.5 vs. 17.1±7.3; LF 80.9±14.5 vs. 60.2±24.2; HF 19.1±14.5 vs. 39.7±24.2; LF/HF 8.4±10.5 vs. 3.3±4.5; SD1 7.1±6 vs. 12.2±5.2), However, SDNN and SD2 indices were similar. In CG, there was no difference in any of the indices analyzed. Comparing the pre and post training conditions in the CRP analysis, no significant differences were found in both groups. With respect to the functional capacity, there was a significant increase in walking distance (WD) between the pre and post training conditions only in TG (WD 471.4 ± 78.7 vs. 545.8 ± 80.5). With regard to dyspnea, the results showed that after the training period, a significant decrease was observed only for TG, using the MRC scale (3.0 ± 1.0 vs. 1.8 ± 0.8), as well as the Borg scale (5.1 ± 1.0 vs. 3.7 ± 0.4). The SGRQ analysis showed significantly lower values in TG (Symptoms 58.0 ± 15.3 vs. 49.2 ± 11.5; Activities 59.1 ± 50.8 vs. 16.8 ± 14.1; Impact 37.9 ± 17.4 vs. 32.6 ± 17, and Total 47.7± 15.7 vs. 40.3 ± 13.8), while CG had higher values (Symptoms 58.1 ± 13.1 vs. 66.8 ± 11.9; Activities 75.9 ± 16.4 vs. 82.6 ± 11.5; Impact 52.1 ± 18.1 vs. 59.8 ± 16.4; Total 60.2 ± 14.8 vs. 67.6 ± 12.1). Negative correlations were also found between delta total WD and MRC dyspnea scale values (r = -0.63; p = 0.01), delta total WD and Borg dyspnea scale values (r = -0.55; p = 0.03), delta HRV and QL (r = -0.53; p = 0.04), delta WD and QL (r = -0.55; p = 0.04). It can be concluded that the aquatic aerobic physical training promoted beneficial adaptations on the autonomic modulation of HR, functional capacity, exertional dyspnea, and quality of life in patients with COPD.