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Título
Efeito da estimulação elétrica de alta voltagem sobre os sinais e sintomas da síndrome do túnel do carpo em trabalhadores submetidos à cirurgia de descompressão: Ensaio clínico randomizado cego
Orientador
Rosana Macher Teodori
Autor
Cesar Augusto Pereira Denari
Palavra chave
Saúde do Trabalhador, Síndrome do Túnel do Carpo, Estimulação Elétrica de Alta V
Grupo CNPQ
Programa
MS - FISIOTERAPIA
Área
CIÊNCIAS DA SAÚDE
Data da defesa
24/02/2012
Nº Downloads
2611
Resumo
A Síndrome do Túnel do Carpo (STC) causa comprometimento sensório-motor na mão, limitando as atividades funcionais e laborais, sendo lento o processo de recuperação. A Fisioterapia dispõe de recursos, como a cinesioterapia e a estimulação elétrica de alta voltagem (EEAV), a qual já se mostrou efetiva na aceleração da regeneração nervosa e recuperação funcional em animais. O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da EEAV sobre os sintomas de dor e disfunção do membro superior em trabalhadores com diagnóstico de STC, submetidos à descompressão cirúrgica do nervo mediano. Dez voluntárias com diagnóstico de STC foram divididas em 2 grupos: EEAV (EEAV + cinesioterapia) e Placebo - PL (aparelho de EEAV desligado + cinesioterapia). Os parâmetros para aplicação da EEAV foram: 10 Hz, dois pulsos gêmeos de 20 µs cada um, interpulso de 100 µs, 100 Volts, limiar submotor, polaridade negativa (EEAV catódica) em ambos os canais, 30 minutos de aplicação, 3 vezes por semana, completando 20 sessões. A cinesioterapia incluiu mobilização ativa do ombro, cotovelo, punho e dedos, alongamento muscular, exercícios de manuseio e de resistência, além de desensibilização/sensibilização das áreas envolvidas. Realizaram-se avaliações sobre sensibilidade tátil, dor, gravidade dos sintomas e do estado funcional na STC, perimetria, goniometria e qualidade de vida. Os testes estatísticos utilizados com intervalo de confiança de 95% foram Mann Whitney (análise entre grupos), Wilcoxon (análise inragrupos), Kappa (efeito do tratamento) e Regressão Linear. A supinação do antebraço, assim como a flexão e a extensão da metacarpofalangiana do IIº dedo aumentaram para o grupo PL no membro acometido (IC<0,05). O movimento de pronação teve redução significativa para o membro contralateral do grupo EEAV (IC<0,05). Os movimentos de flexão e extensão do punho, de abdução, oposição e flexão da interfalangiana do Iº dedo aumentaram para ambos os grupos no membro acometido (IC<0,05). A flexão da metacarpofalangiana do Iº dedo de ambos os grupos e a extensão deste segmento para o grupo PL aumentaram após intervenção (IC<0,05). A abdução do IIº dedo assim como a flexão interfalangiana proximal deste mesmo segmento aumentou no membro do grupo EEAV (IC<0,05). A extensão da interfalangiana do Iº dedo foi maior para ambos os membros do grupo EEAV (IC<0,05). A escala do estado funcional (EEF) apresentou uma redução significante para os dois grupos (IC=0,01) e a escala da gravidade dos sintomas (EGS) apresentou redução apenas no grupo PL (IC=0,01). O subdomínio saúde mental (SF-36) apresentou melhora no grupo EEAV (IC=0,04). A estesiometria e perimetria não mostraram efeito do tratamento nem diferença entre os grupos (IC>0,05). Os testes para diagnóstico da STC mostraram efeito positivo do tratamento apenas no grupo PL, com exceção do teste de Torniquete (p>0,05). A avaliação da dor foi diferente entre os grupos apenas ao cotovelo o que não foi observado nas outras regiões anatômicas (IC>0,05). Conclui-se que a EEAV não influenciou a dor e a disfunção em trabalhadoras com STC submetidas à descompressão cirúrgica do nervo mediano, tendo sido obervado um efeito placebo no grupo não submetido à EEAV.
Abstract
The Carpal Tunnel Syndrome (CTS) cause impairment in sensorimotor hand, limiting the functional activities and employment, and slow the recovery process. Physiotherapy has features such as kinesiotherapy and high voltage electrical stimulation (HVES), which has proved effective in the acceleration of nerve regeneration and functional recovery in animals. This study investigated the effects of HVES about the symptoms of pain and dysfunction of the upper limb in workers with CTS diagnosis, underwent surgical decompression of the median nerve. Ten volunteers with a diagnosis of CTS were divided into two groups: HVES (HVES + kinesiotherapy) and Placebo - PL (device off HVES + kinesiotherapy). The parameters for application HVES were: 10 Hz, two twin pulses each of 20 ms, 100 ms interpulse, 100 Volts, submotor threshold, a negative polarity (cathode HVES) in both channels 30 minutes of application, three times per weeks, completing 20 sessions. Kinesiotherapy included active mobilization of the shoulder, elbow, wrist and fingers, stretching, exercise and handling resistance, and desensitization / sensitization of the areas involved. Evaluations were performed on tactile sensitivity, pain, symptom severity and functional status in STC, perimetry, goniometry and quality of life. Statistical tests with a confidence interval of 95% were Mann Whitney test (analysis between groups), Wilcoxon (analysis inragrupos), Kappa (treatment effect) and linear regression. The forearm supination, as well as flexion and extension of the metacarpophalangeal thumb increased to the II group PL in the affected limb (CI<0.05). The movement of pronation was significantly reduced for the contralateral group HVES (CI<0.05). The flexion and wrist extension, abduction, flexion of the interphalangeal opposition and the third finger I increased for both groups in the affected limb (CI<0.05). Flexion of the metacarpophalangeal I first toe of both groups and the extent of this segment for the PL group increased after intervention (CI<0.05). The abduction of the second and the third finger proximal interphalangeal flexion increased in this same thread group member HVES (CI<0.05). The extension of the interphalangeal I first toe was greater for both group members HVES (CI<0.05). The functional status scale (FSS) showed a significant reduction in both groups (CI=0.01) and symptom severity scale (SSS) decreased only in the PL group (CI=0.01). The subdomain mental health (SF-36) showed improvement in the group HVES (CI=0.04). The esthesiometry and perimetry showed no treatment effect or difference between the groups (CI>0.05). The tests for diagnosis of CTS showed positive effect of treatment only in the PL group, except for Tourniquet test (CI>0.05). Pain assessment was different between groups only to the elbow which was not observed in other anatomical regions (CI>0.05). It is concluded that the HVES not influence pain and dysfunction in workers with CTS underwent surgical decompression of the median nerve, was observable in a placebo group not submitted to the HVES.