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Título
Análise 3-D da cinemática escapular e do ritmo escápulo-umeral durante a elevação e a depressão do braço em crianças típicas e adultos saudáveis
Orientador
Paula Rezende Camargo
Autor
Fernanda Assis Paes Habechian
Palavra chave
Biomecânica, ombro, criança, fisioterapia.
Grupo CNPQ
Programa
MS - FISIOTERAPIA
Área
CIÊNCIAS DA SAÚDE
Data da defesa
01/02/2013
Nº Downloads
2636
Resumo
A cinemática adequada da escápula no tórax é essencial para a função normal do ombro, e esta já está bem descrita em adultos saudáveis. Estudos que analisem a cinemática escapular em crianças típicas ainda são incipientes na literatura. Dessa forma, conhecendo os padrões de movimento da escápula em crianças típicas espera-se contribuir para alcançar maior sucesso na reabilitação de crianças com disfunções no complexo do ombro secundárias a doenças neurológicas. Assim sendo, o objetivo do estudo foi comparar a cinemática escapular 3-D e o ritmo escápulo-umeral durante a elevação e depressão do braço no plano da escápula em crianças típicas e adultos saudáveis. Para isso foram selecionadas 33 crianças (15 meninas e 18 meninos; 9,1 ± 1,5 anos; 1,4 ± 0,1 m; 35,4 ± 10,4 kg) e 26 adultos (14 mulheres e 12 homens; 35,3 ± 11,6 anos; 1,7 ± 0,1 m; 70 ± 12,3 kg) sem históricos de patologias no ombro ou cervical. Os participantes foram submetidos à avaliação 3-D da cinemática escapular por meio de um dispositivo eletromagnético. Foram realizadas 3 repetições de elevação e depressão do braço no plano da escápula. Os dados foram analisados a 30°, 60°, 90° e 120° de elevação e depressão do braço. As rotações da escápula foram descritas na seguinte ordem: rotação interna/externa, rotação superior/inferior e inclinação posterior/anterior. O ritmo escápulo-umeral foi calculado de 30° a 120° de elevação e de 120° a 30° de depressão do braço e também a cada 30° de incremento na elevação (30°-60°, 60°-90°, 90°-120°) e na depressão (120°-90°, 90°-60°, 60°-30°) do braço. Para a análise estatística o teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para testar a normalidade dos dados. Foi realizada ANOVA 3-way para medidas repetidas. Na presença de interação na 3-way, uma ANOVA 2-way para medidas repetidas foi realizada para cada fase (elevação e depressão), separadamente. Post hoc de Bonferroni foi usado quando necessário e considerou-se como nível de significância p<0,05. Os resultados do presente estudo mostraram que as crianças apresentam menor rotação interna a 120° durante a elevação do braço comparadas aos adultos (F=5,12; p=0,002) e apresentam maior inclinação anterior a 60°, 90° e 120° comparadas aos adultos (F=2,85; p=0,03). Observou-se também que a inclinação anterior é maior a 30° e 60° na depressão do braço comparado a elevação (F=3,92; p=0,009). As crianças apresentaram também maior ritmo escápulo-umeral de 90°-60° comparadas aos adultos (F=7,17; p=0,01). Conclui-se portanto que foram encontradas diferenças na cinemática escapular entre crianças típicas e adultos saudáveis durante a elevação e a depressão do braço no plano da escápula.
Abstract
The adequate scapular kinematics on the thorax play important role on normal function of the shoulder and this is well described in healthy adults. Studies on scapular kinematics in typical children are still scarce in the literature. Knowing the scapular patterns in typical children is expected to contribute to more successful results in the rehabilitation of children with shoulder disorders. This study aimed to compare the 3-D scapular kinematics and scapulohumeral rhythm during the elevation and lowering of thearm in the scapular planein typical children and healthy adults. Thirty-three typical children (15 girls and 18 boys; 9,1±1,5 years; 1,4±0,1 m; 35,4±10,4 kg) and 26 adults (14 females and 12 males; 35,3±11,6 years; 1,7±0,1 m; 70±12,3 kg) participated in this study. All of them had no shoulder or neck disorders. Three-dimensional kinematics were obtained using the electromagnetic tracking device. The subjects were asked to elevate and lower their arm in three repetitions. Scapular kinematics was analyzed at 30°, 60°, 90° and 120° of elevation and lowering of the arm. For the scapula, the rotations were described in the order of internal/external rotation, upward/downward rotation and anterior/posterior tilt. The scapulohumeral rhythm was calculated from 30° to 120° of humerothoracic elevation, from 120° to 30° of humerothoracic lowering, and at 30° increments for elevation (30° - 60°, 60° - 90°, 90° - 120°) and lowering (120°- 90°, 90°- 60°, 60°- 30°) of the arm. For the statistical analysis the Shapiro-Wilk test was used to check thenormality of the data. A 3-way repeated measures analysis of variance (ANOVA) was used. In the presence of the 3-way interaction, a 2-way repeated measures ANOVA was conducted for each phase (elevation and lowering), in separate. The Bonferroni test for post hoc analysis was used when necessary. A p value of less than 0.05 was considered significant. The results showed that children had less internal rotation at 120° of humeral elevation compared to adults(F=5.12; p=0.002). Children also presented more anterior tilt at 60°, 90° and 120° than adults(F=2.85; p=0.03). More anterior tilt was also seen during lowering of the arm as compared to elevation at 30° and 60°. Children also showed more scapulohumeral rhythm than adults at 90°-60° (F=7.17; p=0.01). We conclude that there are differences in the scapular kinematics between typical children and healthy adults during the elevation and lowering of the arm in the scapular plane.