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Título

Desempenho psicomotor de crianças com Hipotireoidismo Congênito acompanhadas em um Serviço de Referência em Triagem Neonatal – um estudo caso-controle

Orientador

Denise Castilho Cabrera Santos

Autor

Nathália Copoli Gibim

Palavra chave

Triagem neonatal, Teste do pezinho, Hipotireoidismo Congênito, Desenvolvimento..

Grupo CNPQ


Programa

MS - FISIOTERAPIA

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

01/02/2012

Nº Downloads

1735

Resumo

Este trabalho analisou, por meio de um estudo exploratório, transversal e caso-controle, o desempenho psicomotor de crianças com hipotireoidismo congênito (HC) acompanhadas nos Ambulatórios do Serviço de Referência em Triagem Neonatal (SRTN) do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, comparadas a crianças típicas sem HC. Participaram do estudo 90 crianças, 50 do grupo HC (idade média de 21,3 meses) e 40 do grupo controle (idade média de 24,2 meses) avaliadas quanto ao desempenho cognitivo, linguagem receptiva e expressiva e motricidade fina e grossa. Foi utilizada a escala de triagem das Bayley Scales of Infant and Toddler Development III que possibilitam classificar o desempenho em competente (baixo risco para atraso no desenvolvimento), em risco emergente ou em risco. Pesquisada a associação entre as categorias de desempenho e os grupos por meio do teste de Contingência ou Qui-quadrado. Para a análise da associação de risco de dados categóricos utilizou-se o Índice Razão de Chances Prevalentes ou Odds Ratio (OR). Nas análises de correlação empregou-se o teste de Spearman. Os resultados indicaram que 75% das crianças com HC fizeram o teste do pezinho até o 6º dia pós nascimento, 75% fizeram o exame confirmatório até o 24º dia, e 50% iniciaram a medicação até o 21º dia e 75% em até o 31º dia de vida. A classificação desempenho em risco só ocorreu em crianças do grupo HC e em todos os domínios avaliados. Não foi observada associação entre os grupos para o desempenho psicomotor nos domínios cognitivo, linguagem receptiva e expressiva e motricidade grossa (p>0,05). Entretanto foi observada associação significativa para o desempenho em motricidade fina entre os grupos (p=0,036). Evidenciada associação de risco de desempenho não competente na motricidade fina para o grupo HC (OR=4,36, IC95%1,32-14,38). Crianças do grupo HC estavam 4,36 vezes mais expostas a apresentar desempenho não competente em motricidade fina do que crianças típicas sem HC. Não foi encontrada associação de risco entre os grupos e o desempenho nos demais domínios avaliados. Houve correlação fraca e negativa entre o nível de TSH no exame confirmatório e desempenho cognitivo e correlação fraca e positiva entre nível de T4L no exame confirmatório e desempenho motor grosso. Os resultados permitiram concluir que crianças acompanhadas em SRTN com bons indicadores de idade de diagnóstico e início do tratamento estão em maior risco para alterações do desempenho em motricidade fina, o que pôde ser evidenciado em idade precoce. Adicionalmente, a ocorrência de desempenho em risco apenas no grupo HC e as correlações observadas sugerem a necessidade de triagem para problemas de desenvolvimento, complementarmente ao acompanhamento de rotina que ocorre nos SRTN.

Abstract

This cross-sectional, case-control and exploratory study aimed to analyze the psychomotor performance of children with congenital hypothyroidism (CH) followed up at a Neonatal Screening Reference Center (NSRC) of Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), compared to children without CH. Ninety children participated in this study and were divided into two groups: Group CH with 50 children (mean age 21.3 months) and Control Group with 40 children (mean age 24.2 months). Children were assessed with regard to cognitive performance, receptive communication, expressive communication, fine and gross motor performance. The screening scale of the Bayley Scales of Infant and Toddler Development-Third Edition was used to classify the performance as competent (low risk for delayed development), emerging risk or at risk. For the association between performance categories and the groups, the Chi-square contingency test was applied. Odds Ratio (OR) was used for the analysis of association of categorical data risk. For the correlation analysis, the Spearman test was used. The results showed that 75% of children with CH were submitted to the heel prick test until the 6th day after birth, 75% underwent the confirmatory examination until the 24th day, 50% were given medication until the 17th day, and 75% until the 31st day of life. The category at risk only occurred in children with CH and in all domains assessed. No association was observed between the groups for the psychomotor performance in the four developmental domains: cognitive performance, expressive and receptive communication, and gross motor (p>0.05). However, a significant association was observed in fine motor performance between the groups (p = 0.036). Association of risk for non competent performance in fine motor for CH group was observed (OR = 4.36, 95% CI 1.32 -14.38). Children in CH group were 4.36 times more likely to present non competent performance in fine motor skills than children without CH. No association was found between the groups and performance in the other domains evaluated. A negative correlation was found between the TSH level in the confirmatory examination and the cognitive performance; low and positive correlation between the T-4L level in the confirmatory examination and the gross motor performance. The results showed that children followed up at the NSRC with good indicators of age of diagnosis and early onset of treatment are at higher risk for alterations in fine motor skills, which may be evidenced in early age. Moreover, the occurrence of a performance at risk only in the CH group and the correlations observed suggest that screening should be used for developmental problems, as well as routine follow up provided by the NSRC.