Biblioteca Digital - UNIMEP

Visualização do documento

Título

ESTUDO HISTOQUÍMICO, BIOQUÍMICO E MORFOMÉTRICO DO MÚSCULO EXTENSOR LONGO DOS DEDOS DE RATOS DENERVADO E ELETROESTIMULADO

Orientador

ROSANA MACHER TEODORI

Autor

ANDRÉA SIMONI CANCELIERI

Palavra chave

DENERVAÇÃO, ELETROESTIMULAÇÃO, PERFIL FENOTÍPICO, PERFIL BIOQUÍMICO, MORFOMETRIA

Grupo CNPQ


Programa

MS - FISIOTERAPIA

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

01/06/2005

Nº Downloads

1840

Resumo

A denervação causa alterações nas características estruturais e metabólicas do músculo, promovendo transição fenotípica das fibras, com respectiva alteração nas cadeias pesadas de miosina, além de atrofia e acúmulo de tecido conjuntivo. A eletroestimulação é método eficaz para a preservação das condições metabólicas do músculo denervado até que a reinervação aconteça. No entanto, ainda não está clara a influência da eletroestimulação fásica de baixa freqüência no tratamento de músculos rápidos denervados. Este estudo investigou as características fenotípicas, bioquímicas e morfométricas do músculo extensor longo dos dedos (EDL) de ratos denervados submetidos à eletroestimulação fásica de baixa freqüência. Ratos Wistar (n=18), com 6 semanas, peso médio de 190 ?24g, foram divididos em 3 grupos (n=6). O grupo 1 (EE) teve o nervo isquiático esquerdo esmagado e o músculo EDL eletroestimulado por 20 dias (30 min/dia), iniciada 24 hs após a lesão. O padrão de eletroestimulação foi: f= 50 Hz, T=3ms e i=5mA, acrescido de 1 mA a cada 10 minutos e Ton/Toff= 4 segundos. O grupo 2 (NEE) teve o nervo isquiático esmagado e o músculo EDL não foi eletroestimulado. O grupo 3 (CON) não sofreu qualquer tipo de intervenção . Após 21 dias, o músculo EDL foi retirado e congelado, obtendo-se cortes transversais para análise histoquímica, bioquímica e morfométrica. A análise estatística utilizou o teste de Kruskal-Wallis, seguido do teste de comparações múltiplas de Bonferroni para a análise da porcentagem dos tipos de fibras e área de secção transversa individual; o teste de Kolmogorov-Smirnov, seguido do ANOVA-teste f e Tukey HSD foi utilizado para a análise das áreas de secção transversa por grupo e densidade de área dos tecidos muscular e conjuntivo. A reação histoquímica mostrou transição fenotípica em ambos os grupos denervados, principalmente com relação às fibras IIB, IIBD e IIA (p=0,00), e que a eletroestimulação não minimizou tal transição. A análise bioquímica mostrou diminuição da miosina tipo IIb e aumento das miosinas tipo IId, IIa e I, evidenciando que a denervação promoveu transição das cadeias pesadas de miosina, de rápida para lenta e em abordagem qualitativa, não houve diferença entre as concentrações de miosina tipo IIb, IId, IIa e I nos grupos EE e NEE, sugerindo que a eletroestimulação não influenciou a transição das cadeias de miosina. A análise morfométrica apontou que quando considerada a área de secção transversa por tipo de fibra, as fibras IIB, IIBD e IID do grupo NEE diferem do CON (p=0,00) e que quando considerada por grupo, o grupo EE diferiu do NEE (p=0,00), apesar da densidade de área do tecido conjuntivo e muscular não ser diferente entre os grupos (p=0,14). Considera-se que o protocolo de eletroestimulação aplicado ao músculo EDL foi efetivo no sentido de minimizar a atrofia pós-denervação, não influenciando seu perfil fenotípico e bioquímico, bem como na proliferação conjuntiva. Sugere-se a necessidade de investigações futuras sobre o papel da regeneração nervosa, o que pode interferir com a recuperação funcional após lesão.

Abstract

Denervation causes not only changes in the structural and metabolic features of the muscle, leading to fibers phenotypic transition along with myosin heavy chain alteration, but connective tissue accumulation and atrophy as well. The electrical stimulation is an effective method to preserve denerveted muscle metabolic conditions until reinnervation happens. However, it´s not totally evident the influence of low-frequency phased electrical stimulation in fast denerveted muscles. This study examined the phenotypical, biochemical and morphometric features of the extensor digitotum longus (EDL) of denerveted rat submitted to low frequency-phased electrical stimulation. 6-weeks Wistar rat (n=18), average weight 190 ?24g, were divided into 3 groups (n=6). Group 1 (EE) had the left sciatic nerve crushed and the EDL muscle electrically stimulated for 20 days (30 min/day), started 24hs after injury. The electrical stimulation pattern was: f= 50 Hz, T= 3ms and i= 5mA, added by 1mA every 10 minutes and Ton/off= 4 seconds. Group 2 (NEE) had the sciatic nerve crushed and the EDL muscle wasn´t electrically stimulated. Group 3 (CON) hasn´t suffered any kind of intervention. After 21 days, the EDL muscle was removed and frozen, by getting cross-cuts for histochemical, biochemical and morphometric analysis. The statistical analysis used the Kruskal-Wallis test, followed by Bonferroni´s multiple comparison to analise fiber type´s percentage and single cross seccional area; the Kolmogorov-Smirnov test, followed by ANOVA-test f and Tukey HSD were used to verify cross seccional area per group and the area density of the muscular and connective tissue. The histochemical reaction showed phenotypic transition in both denerveted groups, mainly in relation to IIB, IIBD and IIA fibers (p=0,00), and that electrical stimulation hasn´t minimized such transition. The biochemical analysis showed decrease of IIb myosin type and increase of IId myosin type plus IIa and I, enhancing that denervation promoted transition of the myosin heavy chains, from fast to slow, and in qualitative approach, there was no difference among myosin concentrations of type IIb, IId, IIa and I in gropus EE and NEE, suggesting that electrical stimulation hasn´t influenced the myosin chains transition. The morphometric analysis showed that when taken into account the cross-section area per fiber type, fibers IIB, IIBD and IID from group NEE differ from CON group (p=0,00), and on the other hand, when considered per group, the group EE differed from NEE (p=0,00), despite the area density of the muscular and connective tissue not to be different among the groups (p=0,14). It´s considered that the electrical stimulation applied to the EDL muscle was effective in the sense of minimization of atrophy, not influencing its phenotypic and chemical profile, but in the connective proliferation as well. Further research about the role of nerve regeneration is suggested, what may interfere in with the function recovery after injury.