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Título

Proposta de classificação funcional para a modalidade de paradesporto futebol de amputados de acordo com os parâmetros do Comitê Paralímpico Internacional

Orientador

Profa. Dra. Marlene Aparecida Moreno

Autor

José Ricardo Auricchio

Palavra chave

Futebol, Amputação, Avaliação da deficiência, Reabilitação

Grupo CNPQ


Programa

DR - CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

27/06/2017

Nº Downloads

801

Resumo

O esporte adaptado surgiu na Inglaterra, logo após a segunda guerra mundial, e aos poucos, algumas modalidades começaram a fazer parte da rotina dos feridos e logo os jogos se tornaram competições, que foram crescendo com o tempo até alcançarem a dimensão da paralimpíada, que foi disputada pela primeira vez em 1960 em Roma. Hoje, as paralímpíadas contam com 30 modalidades e para cada uma delas existe um sistema de classificação funcional para equiparar os atletas ao mesmo nível na competição. O futebol de amputados é uma modalidade de paradesporto criada na década de 1980, que ainda não faz parte do quadro paralímpico, tornando-se necessária a elaboração de uma classificação funcional para a modalidade. Com isso, o objetivo deste estudo foi construir uma proposta de classificação funcional para a modalidade de futebol de amputados. Para isso, foi realizado um estudo transversal com 16 atletas do gênero masculino, com idade média de 30 anos, de um time de futebol de amputados da grande São Paulo. A hipótese do estudo foi que para a classificação funcional da modalidade é necessária a realização de avaliações da funcionalidade dos membros inferiores e superiores, todos foram submetidos a avaliações da qualidade de vida, perfil antropométrico, comprimento do coto, perfil hemodinâmico, lesões de ombro e cotovelo e capacidades físicas: flexibilidade, agilidade, velocidade, capacidade aeróbia, e passada em corrida de 20 metros. Os resultados mostraram bom índice de qualidade de vida (IGQV=76,56), aspectos antropométricos (IMC=19,82 kg/m2), perfil hemodinâmico (FC=67bpm; PA= 126/77mmHg) dentro dos índices de normalidade. O tamanho do coto ficou na média de (27,968,22cm) para amputações transfemurais e (55,56,87cm) para amputações transtibiais, e as capacidades físicas foram influenciadas pelo tamanho do coto e tempo de treinamento, sendo a flexibilidade (superior em 56,25% e entre razoável e muito pobre em 43,75%); agilidade (7,78s no teste do quadrado); velocidade (4,02s de tempo total, 5,04 de velocidade média e 11,46 passadas com 176cm na média, no teste de 20 metros); capacidade aeróbia (VO2max 37,85 ml.kg.min-1 no yoyo intermitente recovery test) e lesões nas articulações de membros superiores (ombro 10 lesões constatadas e cotovelo 2 lesões constatadas), que podem diminuir a capacidade funcional do atleta. Com isso, chegamos a proposta para a classificação funcional da modalidade com cinco classes funcionais. Os resultados apresentados neste estudo poderão subsidiar competições e programas de treinamento específicos para que a modalidade evolua cada vez mais, podendo fazer parte do programa paralímpico em 2024 e ainda que a participação na modalidade futebol de amputados, torna o indivíduo fisicamente ativo, podendo desta forma usufruir dos benefícios que a prática regular de exercícios físicos proporciona.

Abstract

Adapted sports first appeared in England shortly after World War II, and certain modalities gradually became part of the wounded’s routine. They soon took on competitive dimensions that by 1960 would grow into the first Paralympics in Rome. Today, the Paralympics features 30 modalities, and each has a functional classification system for matching athletes of similar competitive levels. Amputee soccer is a form of adapted sport created in the 1980s that has not yet been incorporated into the Paralympic framework, making it necessary to develop a functional classification system. Thus, the purpose of this study was to construct classification proposals by means of a cross-sectional study involving 16 male athletes (average age 30 years) from an amputee football team in the greater São Paulo area. The hypothesis of the study was that for the functional classification of the modality it is necessary to perform evaluations of the functionality of the lower and upper limbs, each athlete was submitted to the following assessments: quality of life, anthropometric profile, stump length, hemodynamic profile, shoulder and elbow lesions, and physical abilities (flexibility, agility, speed, aerobic capacity, and 20-meter walk speed). The results were a good quality of life index (IGQV = 76.56), with anthropometric aspects (BMI = 19.82 kg / m2) and hemodynamic profiles (HR = 67bpm, PA = 126 / 77mmHg) within normality. The stump size averaged (27,968,22cm) for transfemoral amputations and (55,56,87cm) for transtibial amputations. Physical ability was influenced by stump size and training time: flexibility (superior = 56.25%, average to very poor = 43.75%), agility (7.78s in the square test), velocity (4.02s total time, 5.04 average speed and 11.46 steps with a mean of 176cm in the 20-meter walk test) and aerobic capacity (VO2max 37.85 mL.kg.min-1 in the YoYo intermittent recovery test). Lesions were found in the upper limb joints (10 shoulder lesions found and 2 elbow lesions), which could decrease functional capacity. Based on these findings, one proposals were developed for functional classification with five classes. The results of this study could facilitate competition and specific training programs so that the modality further evolves and can classify for the 2024 Paralympic program. Moreover, participation in amputee football makes individuals physically active, being thus able to enjoy the benefits of regular physical exercise.