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Título

Comunidades quilombolas em territórios coletivos do Vale do Ribeira (SP): saberes da roça em construção de um projeto político epistêmico

Orientador

Allan da Silva Coelho

Autor

Luiz Marcos de França Dias

Palavra chave

Quilombos do Vale do Ribeira. Colonialidade. Saberes ancestrais. Roça de Coivara Quilombola.

Grupo CNPQ


Programa

MS - EDUCAÇÃO (PPGE)

Área

CIÊNCIAS HUMANAS

Data da defesa

27/02/2020

Nº Downloads

375

Resumo

Esta pesquisa tem como objetivo estudar a relação entre os saberes tradicionais e o processo de resistência histórica das comunidades quilombolas do Vale do Ribeira (SP), com base nos conhecimentos ancestrais, inscritos na roça de coivara, essenciais à manutenção da vida, que visam diferente concepção de desenvolvimento, contrapondo-se à dominação colonial e capitalista global. Busca compreender de que maneira esses saberes têm contribuído para a continuidade dos modos vida nos territórios coletivos e para a conservação de um projeto político e epistêmico, pautado em um diferente conceito de desenvolvimento na modernidade e colonialidade. Para isso, tem-se a hipótese de que tais comunidades possuem conhecimentos ancestrais acumulados, que alicerçam o processo de resistência, a organização político-comunitária, os modos de sociabilidade, as práticas educativas comunitárias em prol do território. Tais povos sistematicamente estiveram ausentes ou ocupando lugar subalterno na corrente oficial da história da humanidade, são também proponentes de uma diferente concepção de desenvolvimento baseada em uma sociedade antirracista e anticapitalista. A dominação epistemológica eurocêntrica, como parte de um sistema maior, reduziu os povos e países colonizados a condição de objetos de estudos, dominados e explorados na relação de poder, do ser e do saber. Desta forma, compreender a temática quilombola é estudar também as resistências histórica, socioeconômica, política, cultural, ambiental e epistêmica, de forma mais ampla, levando em conta o contexto de dominação colonial e capitalista global em que as comunidades foram inseridas.

Abstract

This research aims to study the relationship between traditional knowledge and the process of historical resistance of Quilombo Communities in Vale do Ribeira (SP), based on ancestral knowledge, inscribed in the coivara plantation, essential to the maintenance of life, which aim at a different conception of development, in opposition to the colonial and global capitalist domination. It seeks to understand how this knowledge has contributed to the continuity of lifestyles in collective territories and to the conservation of a political and epistemic project, based on a different concept of development in modernity and coloniality. To this end, it is hypothesized that such communities have accumulated ancestral knowledge, which underlie the resistance process, the political-community organization, the sociability modes and the community educational practices in favor of the territory. Such peoples have been systematically absent or occupying a subordinate place in the official history of humankind, they are also proponents of a different conception of development based on an anti-racist and anti-capitalist society. Eurocentric epistemological domination, as part of a larger system, reduced colonized peoples and countries to the condition of objects of study, dominated and exploited in the relation of power, being and knowledge. Thus, understanding the concept of Quilombo, is also studying the historical, socioeconomic, political, cultural, environmental and epistemic resistances, in a broader way, taking into account the context of global colonial and capitalist domination in which the communities have been inserted.