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Título

A Influência da atividade física sobre a função cognitiva, composição corporal, função física, marcadores bioquímicos sistêmicos e risco cardiovascular de mulheres idosas não institucionalizadas

Orientador

Adriana Pertille

Autor

José Jonas de Oliveira

Palavra chave

Atividade física. Cognição. Fatores de risco de doenças cardíacas. Idoso.

Grupo CNPQ


Programa

DR - CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

20/08/2021

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Resumo

O envelhecimento pode expor o indivíduo a diversas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT’s) e ao declínio das funções cognitivas. Dentre as estratégias preventivas e/ou retardo desse processo, há o aumento no nível de atividade física. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a atividade física e sua influência na função cognitiva e variáveis relacionadas ao risco cardiovascular, estruturado em três estudos. O primeiro analisa, sistematicamente, estudos que investigaram associação entre atividade física avaliada por acelerometria e função cognitiva de idosos. Para isso, fez-se uma revisão seguindo as diretrizes de declaração de itens de relatório preferidos para revisões sistemáticas (PRISMA). A pesquisa foi realizada nas bases PubMed, Web of Science, Scopus e SportsDiscus e os termos usados para a busca Booleana foram: (("physical activity") OR ("physical exercise")) AND (("ActiGraph") OR ("Acceleromet*")) AND ("cognitive function") AND (("older") OR ("Older Adults")). Dos 171 artigos identificados foram selecionados 48 estudos para avaliação na íntegra, dos quais 21 atendiam os critérios de inclusão. Dentre esses, sete estudos indicam associação positiva entre Atividade Física Moderada a Vigorosa Intensidade (AFMV) e função cognitiva, dois estudos indicam redução nas chances de declínio da função cognitiva, de acordo com o interquartil (Q) de AFMV e três estudos indicam melhoras da AFMV na plasticidade cerebral. Os sujeitos que acumularam entre 22,1 e 52,4 min/dia de AFMV apresentaram melhores parâmetros de função cognitiva. O segundo estudo investigou a comparação da atividade física, composição corporal e função física de acordo com o score da função cognitiva de mulheres idosas com 65 anos ou mais. Participaram 46 idosas, não institucionalizadas, entre 65 e 83 anos. Foi realizada a mensuração da estatura, composição corporal e a função física determinada pelos testes: sentar-se e levantar-se da cadeira, dinamômetro mecânico manual, e caminhada de seis minutos. As atividades físicas diárias foram avaliadas por meio de um acelerômetro tri-axial (GT3X, Actigraph), a avaliação da função cognitiva foi feita por meio da Escala de Inteligência Wechsler (WASI). Após ajustes, o grupo manutenção da função cognitiva acumulou maior tempo de AFMV (sessões > 10 min/dia) (F = 4,53; p = 0,005; ?p2 = 0,576) em comparação ao grupo declínio da função cognitiva. O objetivo do terceiro estudo (Apêndice A) foi comparar os níveis séricos de homocisteína e fatores de risco cardiovascular agrupados, entre mulheres idosas fisicamente ativas e inativas com diabetes mellitus tipo 2. Foram avaliadas 59 mulheres entre 60 e 91 anos. O nível de atividade física foi avaliado por meio do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), versão longa. Amostras de sangue foram coletadas e análises bioquímicas foram realizadas, medidas antropométricas, de composição corporal e aferição da pressão arterial também foram determinadas. Constata-se que mulheres idosas ativas com diabetes mellitus tipo 2 apresentam valores mais baixos de homocisteína (F = 17,79, p <0,001, ?p2 = 0,238), escore de risco cardiovascular (F = 15,84, p = p <0,001, ?p2 = 0,217) e circunferência da cintura (F = 2,95, p = 0,013, ?p2 = 0,049) quando comparadas com idosas inativas, indicando que mulheres idosas ativas têm menor probabilidade de apresentar risco cardiovascular. Conclui-se que a AFMV apresenta indícios de melhoras nos parâmetros cognitivos (redução no declínio cognitivo, memória, velocidade de processamento da informação e plasticidade cerebral) e fatores de risco cardiovascular de idosos não institucionalizados.

Abstract

Aging can expose the individual to several Chronic Non-Communicable Diseases (NCDs) and to the decline of cognitive functions. Among the preventive strategies and/or delaying this process, there is an increase in the level of physical activity. This study aims to evaluate physical activity and its influence on cognitive function and variables related to cardiovascular risk, structured in three studies. The first systematically analyzes studies that investigated the association between physical activity assessed by accelerometry and cognitive function in the elderly. For this, a review was carried out following the guidelines for declaring preferred reporting items for systematic reviews (PRISMA). The search was carried out in PubMed, Web of Science, Scopus and SportsDiscus databases and the terms used for the Boolean search were: (("physical activity") OR ("physical exercise")) AND (("ActiGraph") OR (" Acceleromet*")) AND ("cognitive function") AND (("older") OR ("Older Adults")). Of the 171 articles identified, 48 studies were selected for full evaluation, of which 21 met the inclusion criteria. Among these, seven studies indicate a positive association between Moderate Physical Activity to Vigorous Intensity (MVPA) and cognitive function, two studies indicate a reduction in the chances of decline in cognitive function, according to the interquartile (Q) of MVPA, and three studies indicate improvements in MVPA in brain plasticity. Subjects who accumulated between 22.1 and 52.4 min/day of MVPA had better cognitive function parameters. The second study investigated the comparison of physical activity, body composition and physical function according to the cognitive function score of elderly women aged 65 years and over. 46 elderly, non-institutionalized, aged between 65 and 83 years old participated. Measurements of height, body composition and physical function determined by the following tests were performed: sitting down and standing up from a chair, manual mechanical dynamometer, and a six-minute walk. Daily physical activities were assessed using a tri-axial accelerometer (GT3X, Actigraph), and cognitive function was assessed using the Wechsler Intelligence Scale (WASI). After adjustments, the cognitive function maintenance group accumulated longer MVPA (sessions > 10 min/day) (F = 4.53; p = 0.005; ?p2 = 0.576) compared to the cognitive function decline group. The aim of the third study (Appendix A) was to compare serum homocysteine levels and pooled cardiovascular risk factors between physically active and inactive elderly women with type 2 diabetes mellitus. 59 women aged between 60 and 91 years were evaluated. The level of physical activity was assessed using the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), long version. Blood samples were collected and biochemical analyzes were performed, anthropometric measurements, body composition and blood pressure measurements were also determined. It is found that active elderly women with type 2 diabetes mellitus have lower homocysteine values (F = 17.79, p <0.001, ?p2 = 0.238), cardiovascular risk score (F = 15.84, p = p <0.001, ?p2 = 0.217) and waist circumference (F = 2.95, p = 0.013, ?p2 = 0.049) when compared to inactive elderly women, indicating that active elderly women are less likely to be at cardiovascular risk. It is concluded that MVPA shows signs of improvement in cognitive parameters (reduction in cognitive decline, memory, information processing speed and brain plasticity) and cardiovascular risk factors in non-institutionalized elderly.