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Título

A audiodescrição na educação de pessoas cegas e com baixa visão

Orientador

Karina Garcia Mollo

Autor

Marília Meneghini

Palavra chave

Perspectiva histórico-cultural. Audiodescrição. Cego e baixa visão.

Grupo CNPQ


Programa

MS - EDUCAÇÃO (PPGE)

Área

CIÊNCIAS HUMANAS

Data da defesa

18/02/2020

Nº Downloads

310

Resumo

A audiodescrição (AD) é um recurso utilizado para atender as necessidades de pessoas com deficiência visual. É uma modalidade da tradução audiovisual, a qual consiste em relatar com palavras informações sobre elementos visuais de filmes, desenhos, obras de arte, peças de teatro, traduzindo assim cenas e ambientes para garantir às pessoas cegas o acesso ao conteúdo visual. A escola, bem como a sociedade tem usado cada vez mais da visualidade no processo de ensino de seus alunos e do público em geral. Filmes, livros didáticos, tabelas, mapas, histórias em quadrinho, estão cada vez mais presentes nas atividades pedagógicas, buscando tornar as aulas mais atraentes e melhorar a compreensão dos textos. O presente estudo tem como objetivo conhecer como a pessoa cega ou com baixa visão compreende o conteúdo de um curta [Eu não quero voltar sozinho] a partir da AD: quais dificuldades sentem para entender e o que auxilia na compreensão, discutindo de que modo esse recurso pode ser utilizado para auxiliar sujeitos com deficiência visual, especialmente no âmbito escolar. Para isso, foi realizada uma sessão de cinema na Associação de Atendimento à Pessoas com Deficiência Visual (AVISTAR) com AD, após a exibição do curta metragem fizemos uma discussão abordando questões relacionadas a ele e a audiodescrição. A discussão foi gravada e transcrita para análise dos dados com base na psicologia histórico-cultural. Participaram da pesquisa quatro adolescentes, duas do sexo feminino e dois do sexo masculino, com idade entre 12 e 15 anos. Três possuem baixa visão e uma é cega congênita. Como orientação teórica foi utilizada a perspectiva histórico-cultural que aponta a linguagem como principal elemento simbólico de mediação social e, portanto, fundamental para que a pessoa cega e com baixa visão possa se apropriar dos conhecimentos historicamente produzidos e compartilhar dos significados e sentidos atribuídos pelo seu grupo social. Os participantes indicaram dificuldades de entendimento nos momentos em que a AD se sobrepõe às falas. Destacaram, também, como importantes, a diferença de voz dos personagens e o uso de outros sons que dão pistas dos acontecimentos. Conclui-se que, no âmbito da audiodescrição, as dimensões dos sentidos e a interpretação da palavra precisam ser consideradas como caminhos que possibilitam a inclusão de pessoas cegas e com baixa visão, uma vez que a AD é um caminho alternativo para a compreensão do real.

Abstract

Audio description is an accessibility resource for people with visual impairment. It is an audiovisual translation modality which reports with words information about visual elements from movies, cartoons, pictures, plays etc., translating scenes and environment to give to blind people access to the image content. The school and the society has used the visualization in the teaching processes of their students and public in general. Movies, didatic books, tables, maps, cartoons are in the pedagogical activities making the classes more attractive to improve the text comprehension. The aim of this paper seeks to know how blind and low vision people understand the content in a short film [I don’t wanna back alone] with the audio description, what are the difficulty they feel to understand and what help them, arguing how this resource could be used to help people with visual impairment, especially at school setting. To this, we perform a cinema session with audio description at Service Association to People with Visual Impairment, after that, we discussed about the short film and the audio description. The discussion was recorded and transcribed for data analysis based on the cultural historical psychology. Four young people has participated, two female and two male, their age was 12 to 15 years old, three of them has low vision and one was blind. We used the cultural historical approach as theoretical orientation that shows the language as the main symbolic element of social mediation, therefore, it is fundamental for the blind and low vision person to appropriate the historically produced knowledge and share the senses and meanings attributed by the social group. The participants indicated difficulties of comprehension in the moments that the audiodescription overlaps the dialogue. They emphasize, as important, the difference of the characters voices and the use of other sounds which give clues of the events. To conclude, the meaning and the interpretation of the words need to be considered, in the audiodescription, as way that allows the inclusion of blind and low vision people since the audiodescription is an alternative way to the real comprehension.