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Título

A QUESTÃO DA ESCOLARIDADE NAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO VALE DO RIBEIRA

Orientador

ANNA MARIA LUNARDI PADILHA

Autor

ROSAMARIA SARTI DE LIMA RAMOS

Palavra chave

QUILOMBOLAS, NEGROS, DISCRIMINAÇÃO RACIAL, EDUCAÇÃO, ESCOLARIDADE

Grupo CNPQ


Programa

MS - EDUCAÇÃO (PPGE)

Área

CIÊNCIAS HUMANAS

Data da defesa

19/02/2009

Nº Downloads

4959

Resumo

Esta pesquisa foi realizada na região do Vale do Ribeira, Sul do Estado de São Paulo que abriga o maior número de comunidades quilombolas. As comunidades escolhidas para a pesquisa foram: Ivaporunduva, a mais antiga comunidade do Vale, Nhunguara a que possui maior extensão territorial e Sapatu onde há o maior número de famílias. Constitui-se uma pesquisa bibliográfica, de campo e de cunho etnográfico. Os objetivos desta pesquisa são: identificar as causas prováveis do analfabetismo e o nível de escolaridade desses moradores; conhecer o significado de escola para esses quilombolas e quais as perspectivas que mantêm em relação à escolaridade como prática social; tornar conhecidas estas comunidades, seus valores culturais e suas lutas e oferecer subsídios para estudos posteriores. Foi feito um resgate da história do negro no Brasil destacando a questão da discriminação racial, seus valores culturais e suas lutas. Este trabalho aborda também a história da educação do negro no Brasil, o que autores como Saviani, Paulo Freire e outros afirmam sobre a questão da escolaridade, as políticas públicas de ação afirmativas que envolvem diretamente os afro-descendentes brasileiros. Por meio de dados encontrados em documentos históricos, pesquisas de dissertações e teses foi possível fazer um levantamento histórico sobre a região do Vale do Ribeira e suas comunidades quilombolas. Hoje, a partir de uma análise das falas desses moradores é possível perceber que a escola ainda é vista como possibilidade para uma possível ascensão social, afirmam que querem que seus filhos e netos estudem e contribuam com as comunidades e com a região. Em um primeiro momento foi identificado que os quilombolas mais velhos não estudaram por motivos diversos: falta de tempo, a escola ficava distante de onde moravam, não achavam necessário freqüentar a escola. Hoje, porém, desejam que seus filhos freqüentem a universidade e tenham oportunidades melhores que os mais velhos tiveram. Discordam, porém, o currículo das escolas que ainda não contempla o negro e sua história.

Abstract

This work was completed in quilombo communities located in the Valley of Ribeira, in the south part of the state of São Paulo. The communities chosen for this research were Ivaporunduva, Nhunguara and Sapatu. An attempt is made to demonstrate the changes through time of the social condition, the culture, and the meaning and importance of education of the people that have lived in these communities. Bibliographic research has revealed retrospectively a part of African history in relation to these people and their customs and behavior. It tells the story of their subsequent suffering due to the slave trade that brought them to Brazil and to the Valley of Ribeira. This project uncovers some of the prejudices that still exist in Brazil. Personal accounts reveal further concerns related to daily life, culture, economies in the quilombos, religion and education. The rate of illiteracy in this region is shown to be significant. They want that your children go to at university for to have better opportunities, but don’t agree with the curriculum teaches at school because it isn’t contemplate negroes and their story.