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Título

MODULAÇÕES NO LEUCOGRAMA, CONTAGEM DE LINFÓCITOS T CD4+ E CD8+ E NÍVEIS SÉRICOS DE CORTISOL APÓS TREINAMENTO EM CICLISTAS MARATONISTAS

Orientador

CLÁUDIA REGINA CAVAGLIERI

Autor

RONALDO JÚLIO BAGANHA

Palavra chave

SISTEMA IMUNE, LEUCÓCITOS, CORTISOL, PERFORMANCE, INFECÇÕES

Grupo CNPQ


Programa

MS - EDUCAÇÃO FÍSICA

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

28/04/2009

Nº Downloads

11990

Resumo

O treinamento físico provoca alterações significativas nos sistemas e nas funções imunes de atletas e não atletas. Essa modulação é dependente dos fatores: intensidade, volume; freqüência; tipo do exercício físico e nível de aptidão física. No esporte de alto nível, o desenvolvimento de um programa de treinamento tem como principal objetivo à melhoria da performance atlética, sendo os efeitos positivos relacionados ao fato de o treinamento causar adaptações em todo o corpo. O sistema imunológico é sensível às alterações na homeostase fisiológica durante situações de estresse. Estudos demonstram que exercícios exaustivos são responsáveis por imunossupressão transitória com aumento na suscetibilidade as infecções do trato respiratório superior (ITRS). O objetivo do presente estudo foi avaliar as modulações nos parâmetros imunológicos e na concentração sérica de cortisol 24 horas após a última sessão de treino realizada por ciclistas após um período de 8 semanas de treinamento, e avaliar o número de ocorrências de sintomas ITRS durante cada uma das semanas de treinamento. Participaram do estudo 10 atletas ciclistas maratonistas do gênero masculino com idade média de 24±5 anos. Antes do início da primeira sessão de treino e no final das oito semanas (24 horas após a última sessão), os atletas se submeteram a uma coleta de sangue para subsequente contagem de leucócitos e avaliação da concentração de cortisol. A intensidade dos treinos foi monitorada através de monitores cardíacos e o volume foi monitorado através do tempo de treino e volume percorrido em cada sessão de treino. Durante os treinos os atletas suplementaram com bebida contendo carboidrato a uma concentração de 6% e uma ingestão de 1000 mililitros por hora de treino. Foi observado diminuição não significativa na contagem das seguintes células: leucócitos (19,65%); neutrófilos (18,03%); linfócitos totais (16,64%); linfócitos T CD4+ (15,10%); linfócitos T CD8+ (17,57%). A contagem de monócitos, apresentou diminuição significativa de (53,69%) (p 5%). Com relação à concentração sérica de cortisol, foi observado diminuição significativa de (27,89%) (p 5%). Durante as oito semanas de treinamento os atletas apresentaram um total de 60 ocorrências de sintomas de IRTS. Os resultados encontrados no presente estudo demonstram que a contagem de leucócitos 24 horas após a última sessão de treino se encontra normalizada e dentro dos valores considerados normais, com exceção dos monócitos que apresentou contagem significativamente diminuída. A diminuição na contagem dos monócitos pode estar relacionada ao aumento no volume de treinamento, causando aumento no número de microlesões musculares e subsequente migração destas células para o local do dano tecidual. A diminuição na contagem de monócitos pode ainda ser responsável pelo aumento no número de ocorrência de sintomas de ITRS nas últimas semanas de treinamento. Apesar da contagem dos leucócitos estarem dentro dos valores considerados normais, houve uma tendência de diminuição, o que deve ser levado em consideração, já que, os atletas se encontram no início do período de treinamento e vão se submeter a novos períodos de treino com volumes e intensidades ainda maiores. A concentração de cortisol apresentou diminuição significativa, o que pode estar relacionada a uma diminuição na sensibilidade da glândula supra renal a ação do hormônio Adrecorticotrópico (ACTH). Concluímos que 24 horas após a última sessão de treino a contagem de leucócitos de atletas ciclistas maratonistas não se encontra alterada, com exceção dos monócitos e a concentração de cortisol encontra-se significativamente diminuída.

Abstract

The physical training provides high alterations on the systems and immunity functions of athletes and non athletes. These alterations depend of factors: intensity, volume, frequency, type of physical exercise and level of physical fitness. On high level sport, the development of a training program has as main object the improvement of athletic performance, and the positive effects related to the fact that the training cause changes in whole body. The immuny system is sensible even to the infectious agents as to changes in physiological homeostasis during situations of stress. Studies show that exhaustive exercises ar e responsible for transitory immunosuppression with a grow of susceptibility of upper respiratory tract infection (URTI). The purpose of this study was to evaluate the modulations in immunological parameters and the serum concentration of cortisol 24 hours after the last training session conducted by cyclists after a period of 8 weeks of training, and takes the number of occurrences of URTI symptoms during each week of training. Ten athletes participated in the study of male marathoners cyclists with a mean age of 24±5 years. Before the first training session and at the end of eight weeks (24 hours after the last session), the athletes were submitted to a blood collection for subsequent white blood cell count and evaluation of the concentration of cortisol. The intensity of training was monitored by cardiac monitors, volume was monitored over time and volume of training covered in each training session. During the training the athletes supplemented with a carbohydrate drink containing a concentration of 6% and an intake of 1000 ml per hour of training. We observed no significant decrease in cell count of the following: leukocytes (19,65%), neutrophils (18,03%), total lymphocytes (16,64%); CD4+ T lymphocytes (15,10%), CD8+ T lymphocytes (17,57%). The number of monocytes, has significantly decreased from (53,69%)(p 5%). With respect to the concentration of serum cortisol, we observed significant decrease (27,89%)(p 5%). During the eight weeks of training the athletes had a total of 60 occurrences of symptoms of URTI. The results of this study proves that the white blood cell count 24 hours after the last training session is standard and within the values considered normal, except for counting monocytes that had significantly decreased. The decrease in the counting of monocytes may be related to the increase in the volume of training, causing an increase in the number of small lesion muscle and subsequent migration of these cells to the region of tissue damage. The decrease in the count of monocytes may be responsible for the increase in occurrence of symptoms of URTI in the last weeks of training. Although the count of leukocytes were within the values considered normal, there was a tendency to decrease, which should be taken into account, since the athletes are at the beginning of training and will be subjected to further periods of training with volumes and even greater intensity. The concentration of cortisol showed a significant decrease, which may be related to a decrease in sensitivity of the gland above the renal action of Adrecorticotropic hormone (ACTH). We conclude that 24 hours after the last training session to count cyclists marathoners leukocytes of athletes is not changed, except for monocytes and the concentration of cortisol is significantly reduced.