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Título

Efeito do exercício físico sobre variáveis cardiorrespiratórias de lesados medulares

Orientador

Marlene Aparecida Moreno

Autor

Antonio Roberto Zamunér

Palavra chave

Traumatismos da medula espinhal. Exercício. Testes deFunção Respiratória.

Grupo CNPQ


Programa

MS - FISIOTERAPIA

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

21/02/2011

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1572

Resumo

As complicações respiratórias e a disfunção autonômica promovidas pela lesão medular (LM) representam as complicações mais comuns em longo prazo, bem como as principais causas de morbidade e mortalidade após a LM. Entretanto, estudos têm sido conduzidos com atletas em cadeira de rodas, sendo relatados benefícios frente ao exercício físico, como o aumento da força muscular e no desempenho ergométrico de membros superiores e melhora na qualidade de vida. Assim, o objetivo do presente estudo foi realizar a avaliação de variáveis cardiorrespiratórias de paraplégicos e tetraplégicos sedentários e praticantes de exercício físico em cadeira de rodas. Foram estudados 42 voluntários do gênero masculino, sendo 17 tetraplégicos, dos quais 10 praticavam rúgbi sobre cadeira de rodas, constituindo o grupo denominado tetraplégico ativo (TETRAA)e sete tetraplégicos que não praticavam nenhum tipo de exercício físico, constituindo o grupo tetraplégico sedentário (TETRA-S), 15 paraplégicos, dos quais nove praticavam basquetebol sobre cadeira de rodas e constituíram o grupo denominado paraplégico ativo (PARA-A) e seis não praticavam exercício físico, constituindo o grupo denominado paraplégico sedentário(PARA-S), e também 10 voluntários sem lesão medular que compuseram o grupo controle (GC) para o estudo da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). Todos os voluntários foram submetidos à avaliação da força muscular respiratória pela manovacuometria, da mobilidade torácica pela cirtometria axilar (CA) e xifoideana (CX) e da modulação autonômica da FC pelo estudo da VFC. Para a análise dos dados foram utilizados os testes T de Student, Mann-Whitney, Wilcoxon, Kruskall-Wallis com post hoc de Dunn, ANOVA um critério com post hoc de Tukey e o coeficiente de correlação de Spearman com nível de significância α=5% para todas as análises. Os resultados do presente estudo não demonstraram diferenças significativas para nenhuma das variáveis respiratórias analisadas entre os grupos PARA-S e PARA-A. Entretanto,verificou-se no grupo TETRA-A, maiores valores de pressão inspiratória máxima e pressão expiratória máxima obtidas (p=0,0009 e p=0,01, respectivamente), bem como de CA (p=0,004) e CX (p=0,0008), quando comparado ao grupo TETRA-S. Na análise da VFC, a Entropia de Shannon e a Entropia Condicional Corrigida, apresentaram valores estatisticamente inferiores para o grupo PARA-S comparado aos grupos GC (p<0,05) e PARA-A (p<0,05). A análise simbólica revelou valores significativamente menores para o padrão 0V (p<0,01) e maiores para o padrão 2VS (p<0,05) no grupo PARA-A comparado ao grupo PARA-S. Conclui-se que a prática regular de exercício físico aparenta promover melhora da função respiratória nos voluntários tetraplégicos, e contribuir para o aumento da complexidade da série temporal dos iR-R, bem como para a redução da modulação simpática e aumento da modulação parassimpática nos voluntários paraplégicos.

Abstract

Respiratory complications and autonomic dysfunction promoted by spinal cord injury (SCI) represents the most common complications in the long term as well as the major causes of morbidity and mortality after SCI. However, studies have been conducted with wheelchairs athletes, with reported benefits in response to physical exercise, such as increased muscle strength, upper limb exercise performance and improved quality of life. Thus, the purpose of this study was to evaluate the cardiorespiratory variables of sedentary and wheelchair athletes paraplegics and quadriplegics. We studied 42 male subjects: 17 quadriplegic, 10 wheelchair rugby athletes belonging to the active quadriplegic group (AQUAD) and seven quadriplegic who did not practice any kind of exercise, belonging to the sedentary quadriplegic group (S-QUAD). Also were studied 15 paraplegics, nine of them wheelchair basketball athletes belonging to the active paraplegic group (A-PARA) and six non-physical exercise, comprising sedentary paraplegic group (S-PARA); 10 volunteers without SCI comprised the control group (CG) for the study of heart rate variability (HRV). All volunteers underwent assessment of respiratory muscle strength through manovacuometry, thoracic mobility by cirtometry in the axillary region (CA) and xiphoid region (CX) and autonomic modulation of heart rate (HR) through HRV. For data analysis were used Student's t test, Mann-Whitney, Wilcoxon, Kruskal-Wallis and post hoc Dunn procedure, ANOVA test and post hoc Tukey's procedure and Spearman's correlation coefficient with significance level α = 5% for all analysis. The results of this study showed no significant differences in any of the respiratory variables compared between S-PARA and A-PARA groups. However, it was found in A-QUAD group, higher values of maximal inspiratory and expiratory pressure achieved (p = 0.0009 and p = 0.01, respectively) and CA(p = 0.004) and CX (p = 0.0008), when compared to S-QUAD. In HRV analysis, Shannon Entropy and Corrected Conditional Entropy, were statistically lower for the S-PARA group compared to the CG (p <0.05) and A-PARA groups (p <0.05). The symbolic analysis revealed significantly lower values for the 0V pattern (p <0.01) and higher for 2LV pattern (p <0.05) in A-PARA compared to S-PARA group. We conclude therefore that regular physical exercise appear to promote improvement in lung function in quadriplegic subjects, and contribute to the increasing complexity of time series of R-Ri, as well as for the decrease of sympathetic modulation and increased on parasympathetic modulation in subjects with paraplegia.