Biblioteca Digital - UNIMEP

Visualização do documento

Título

Dança e aderência à atividade física de idosos na cidade de Piracicaba - SP

Orientador

Rute Estanislava Tolocka.

Autor

LIA CARLA GORDON LEME

Palavra chave

Idoso, Aderência, Atividade física e Dança

Grupo CNPQ


Programa

MS - EDUCAÇÃO FÍSICA

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

30/03/2012

Nº Downloads

4646

Resumo

A dança é uma das atividades mais procuradas pelos idosos, porém estudos sobre esta população e dança referem-se apenas experiências na terceira idade e não ao longo da vida. Este estudo teve como objetivo verificar se a prática da dança ao longo da vida contribui para a aderência à atividade física na velhice e se esta prática contribui para a melhoria da qualidade de vida e de condições de saúde. Também visou averiguar como estes idosos aprenderam a dançar e como eles se sentem dançando. Participaram 55 pessoas com mais de 60 anos de idade, frequentadores da Associação dos Grupos de Terceira Idade de Piracicaba (AGTIP), e moradores e frequentadores do Lar dos Velhinhos de Piracicaba, no Estado de São Paulo. Os idosos foram divididos em quatros grupos, independentemente da instituição de procedência, sendo: G1 (que dançavam, há no mínimo 39 anos consecutivos, e atualmente realizavam esta atividade por duas ou mais vezes na semana); G2 (idosos que dançavam, há no mínimo 39 anos consecutivos, e realizavam esta atividade menos de duas vezes na semana); G3 (idosos que realizavam outro exercício físico atualmente, por duas ou mais vezes na semana) e; G4 (idosos que realizavam outro exercício físico, menos de duas vezes por semana ou não realizavam exercício físico sistemático). Para verificação do nível de aderência à atividade física foi aplicado o Questionário Internacional de Atividades Físicas (IPAQ), versão curta. Foi feito também um questionário sobre a prática de atividade física que foram inseridas dentro da Ficha de Saúde. A qualidade de vida foi verificada com o uso do questionário de qualidade de vida – WHOQOL-BREF. Foram também analisadas as variáveis: escolaridade, tabagismo, etilismo e frequência de visitas ao médico através da ficha de saúde. Para os grupos G1 e G2 foram também realizadas entrevistas semi-estruturadas, com perguntas abertas sobre a dança na história de vida dessas pessoas. Os dados dos questionários foram apresentados através da estatística descritiva (frequência relativa, mediana e desvios). Para análise estatística foram aplicados o Teste de Kruskal Wallis, teste de Dunn, teste de Qui-quadrado, teste de Correlação Linear de Spearman. Os resultados deste estudo somam-se a outros achados na literatura nos quais foi estabelecida a correlação entre o nível de atividade física e a qualidade de vida de idosos. Em todos os grupos, ocorreu relação entre os aspectos físicos e sociais referente à qualidade de vida percebida, sendo que o aspecto mais prejudicado da qualidade de vida foi o do meio ambiente. Como esperado, os grupos que praticam exercício físico duas ou mais vezes por semana foram classificados como sendo os mais ativos se comparados aos outros dois grupos. Os idosos dançantes apresentaram um nível de atividade física similar aos de idosos que praticavam outros tipos de exercício físico. Pode-se concluir que a dança contribui para a aderência ao exercício físico ao longo da vida e que auxilia na manutenção desta prática na velhice. Entre dos principais motivos que levaram estes idosos a aderirem à dança estão os sentimentos positivos produzidos, o que contribui para que continuem a dançar. Outro motivo importante para a aderência é que as pessoas têm uma visão do baile e da dança, não como um exercício físico, mas sim como um evento social, e isto as incentiva a buscarem os locais onde possam participar de eventos de dança. Assim, para aumentar a adesão do idoso ao exercício físico, sugere-se que novos estudos sejam realizados que verifiquem a inserção de profissionais em bailes da terceira idade para criar propostas que tragam benefícios e um estímulo para que os idosos possam aderir à prática regular e sistemática da dança.

Abstract

Dancing is one of activities most appreciated by the elderly, but studies on dance and elderly life refer to older people with experience in dancing in the old age and not throughout life. This study aims to determine if the practice of dancing throughout life contributes to the adherence to physical activity in old age and whether this practice contributes to improving the quality of life and health conditions. We also intend to see how these seniors have learned to dance and how they feel when dancing. 55 people attending the Association of Senior Citizens Groups of Piracicaba (AGTIP), residents and regulars of a long-term Institution for the Old Age in the state of Sao Paulo. The elderly were divided into four groups, regardless of the institution of origin, as follows: G1 (dancers with at least 39 consecutive years of practice in dancing two or more times per week), G2 (dancers with at least 39 consecutive years of practice and performing this activity less than twice a week), G3 (elders who exercise today two or more times a week) and, G4 (elders who exercise less than twice weekly or do not exercise systematically). The International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), in its short version, was applied to check the level of adherence to physical activities. Also a questionnaire on physical activity that was inserted into the specs of Health Quality of life was assessed through a questionnaire about quality of life – WHOQOL-BREF. We also analyzed the following variables: smoking, alcohol consumption and frequency of visits to the doctor. For groups G1 and G2 semi-structured interviews with open questions about the history of dance in their lives were also conducted. Data from the questionnaires were presented using descriptive statistics (relative frequency, median and standard deviations). For the statistical analysis the Kruskal-Wallis test, the Dunn test, the chi-square test, and the Spearman linear correlation was applied. The results of this study are in addition to other findings in literature in which the correlation between the level of physical activity and quality of life of elderly people was established. In all groups, there was a relationship between the physical and social aspects relative to the perceived quality of life, and the most impaired quality of life was related to environment. As expected, the groups who exercise two or more times per week were classified as being the most active compared to the other two groups. The elderly dancers presented a level of physical activity similar to the elderly who practiced other types of exercise. We can conclude that dancing contributes to the adherence to exercise throughout life and helps in the maintenance of this practice in the old age. Among the main reasons for these seniors to join dancing are the positive feelings produced when they are dancing, which help them continue dancing. Another important reason for compliance is that people have a vision of dancing, not as an exercise, but as a social event, and this encourages them to look for places where they can participate in dancing events. Thus, to increase adherence to physical exercise in the elderly, it is suggested the inclusion of professionals in the balls for seniors, to get acquainted with participants, to create proposals that can bring benefits and stimulate them to an adherence to the regular and systematic practice of dancing.