Biblioteca Digital - UNIMEP

Visualização do documento

Título

PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PULMONAR COM E SEM TREINAMENTO MUSCULAR INSPIRATÓRIO EM PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)

Orientador

DIRCEU COSTA

Autor

KARLA PAIVA RIBEIRO

Palavra chave

DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)

Grupo CNPQ


Programa

MS - FISIOTERAPIA

Área

CIÊNCIAS DA SAÚDE

Data da defesa

23/03/2006

Nº Downloads

14111

Resumo

Os programas de reabilitação pulmonar (PRP) têm por objetivo aliviar os sintomas e otimizar a função, restaurando ao paciente o nível mais alto possível de independência funcional. Os benefícios do treinamento aeróbio no PRP já são bem definidos na literatura, porém os benefícios do treinamento muscular inspiratório (TMI) ainda são controversos. O objetivo desse estudo foi comparar o treinamento físico (TF) com reeducação respiratória (RR), associados ou não ao TMI em pacientes com DPOC moderada a grave. Dezenove pacientes foram divididos em 2 grupos: RR e TMI+RR. Todos os pacientes foram submetidos a uma avaliação, realizada antes e após o tratamento, que consistiu de espirometria, teste de caminhada de 6 minutos (TC6), sensação de dispnéia através da Escala de Borg, teste incremental em esteira (TIE), pressão inspiratória máxima (PImáx), pressão expiratória máxima (PEmáx), cirtometria e Questionário de Qualidade de Vida do Saint-George Hospital (QQVSG). O PRP teve duração de 6 semanas, com 3 sessões semanais. O grupo RR realizou 30 minutos de exercício em esteira, exercícios com halteres para membros superiores e RR. O grupo TMI+RR realizou os mesmo exercícios, porém com associação de 15 minutos de TMI com o Threshold®IMT, com carga de 40% da PImáx. Foi observado aumento do VEF1, VVM e PF na espirometria do grupo RR, e quando comparado os 2 grupos, apenas o PF apresentou aumento significativo. Os 2 grupos apresentaram um aumento nas distâncias percorridas no TC6 e no TIE, sem diferença entre eles. A sensação de dispnéia reduziu significativamente nos 2 grupos estudados, sem diferença entre eles. Aumento significativo da PImáx e PEmáx após o PRP foram observados nos 2 grupos, com melhora significativa da PImáx no grupo TMI+RR quando comparado com o grupo RR. Os 2 grupos apresentaram redução no domínio sintomas do QQVSG, sem diferença entre eles. O grupo TMI+RR apresentou redução também na pontuação total do QQVSG. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que o PRP melhorou a tolerância aos esforços físicos, a sensação de dispnéia, a força muscular respiratória (PImáx e PEmáx) e a qualidade de vida em pacientes com DPOC. A associação do TMI aos outros componentes do PRP, embora não tenha sido suficiente para promover melhora adicional na tolerância aos esforços físicos, sensação de dispnéia e qualidade de vida, trouxe importante benefício aos pacientes com DPOC na melhora da força muscular inspiratória, destacando-se como um item a mais a ser acrescentado no PRP.

Abstract

Pulmonary rehabilitation programs (PRP) aim to relieve symptoms and optimize function, geaving to patients the most functional independence possible. Aerobic training benefits are stabilished in the literature, but inspiratory muscle training (IMT) benefits remain controverse. The aim of this study was to compare physical training (PT) with respiratory reeducation (RR) associated or not to IMT in moderate to severe COPD patients. Nineteen patients were randomized in 2 groups: RR and IMT+RR. Before and after treatment, patients were submitted to an evaluation, consisted by spyrometry, six minute walk test (6MWT), dyspnea perception by Borg scale, treadmill incremental test (TIT), maximal inspiratory pressure (PImax) and maximal expiratory pressure (PEmax), thoraco-abdominal mobility and Saint-George Respiratory Questionary of Quality of Life (SGRQ). PRP was realized for 6 weeks, 3 times per week, in both groups. RR group performed treadmill exercise for 30 minutes, exercises for upper limbs and RR. IMT+RR group performed the same exercises, associated with IMT by Threshold®IMT device, with 40% of PImax. Spyrometric values, FEV1, MVV and PF, increased in RR group, and when compared with IMT+RR group, only PF increased significantly. Walking distances in 6MWT and in TIT increased in both groups, with no differences between them. Dyspnea perception reduced significantly in both groups, with no differences between them. PImax and PEmax increased in both groups, and PImax showed significant increase in IMT+RR group when compared with RR group. SGRQ showed reduction in symptoms in both groups, with no differences between them. IMT+RR group showed reduction in total score from SGRQ. With these results, is possible to conclude that PRP improves exercise tolerance, dyspnea perception, respiratory muscle strength (PImax and PEmax) and quality of life in COPD patients. The association of IMT to other components of PRP, although it was not enought to improve exercise tolerance, dyspnea and quality of life, brought important benefit to COPD patients in inspiratory muscle strength, rising as an additional resource in PRP.